— Seis meses depois —
Depois daquele bendito jantar, Iolanda e Rafaela se encontravam toda semana, quase todo dia, pelo menos quatro dias na semana elas se encontravam. Mas, principalmente, conversavam literalmente todos os dias por mensagem, até mesmo sábado e domingo. Estavam tão viciadas na presença uma da outra, que mal percebiam a frequência com que vinham conversando, porque já tinha virado rotina de verdade.
Rafaela não era do tipo que distribuía antipatia e frieza por aí, era do tipo de ser bem neutra, reservada e objetiva. Dependendo de cada um, você é lido como frio e desinteressado. Porém, corria uma fofoca pela empresa que ela estava se encontrando com alguém, porque estava distribuindo sorrisos e simpatia por aí, o que não era natural dela. Ou seja, toda sua felicidade estava escancarada, e era mais que óbvio o porquê dessa felicidade. Mas, também, não era alguém que Rafaela gostaria de esconder também.
Já Iolanda estava do mesmíssimo jeito. Objetiva, focada, fechada, e uma incógnita. Apenas quem a conhecia de verdade sabia exatamente como ela tinha mudado e no que ela tinha mudado o seu normal. Ilza, Marthe, Alberto e Tatiana acharam gritante toda a mudança, conversava muito mais que antes, compartilhava muito mais de si que antes, e, o mais importante, teve uma melhora absurda no seu quadro psicológico, ao ponto de diminuir as suas três sessões por semana, para apenas uma sessão por sessão.
É verdade, Iolanda tinha dito que não fazia mais acompanhamento psicológico, mas isso é porque ela não queria que uma pessoa recém chegada na sua vida soubesse disso e se aproveitasse. Mas, surpreendentemente, Rafaela mostrou-se uma pessoa completamente diferente, e extremamente distante, da versão da Rafaela do ensino médio que Iolanda guardou na sua cabeça por muito tempo. Rafaela estava tão determinada em se desculpar que aceitava fazer qualquer coisa por Iolanda— exceto coisas que botassem sua vida e reputação em risco, fora isso, faria absolutamente qualquer coisa—.
— Eu quero comer você no meio da semana que vem.
Iolanda ao ouvir isso parou absolutamente tudo o que estava fazendo, e virou-se bem lentamente para trás. Rafaela estava sentada em uma das cadeiras da mesa, nitidamente tentava segurar o riso. A ômega largou a faca sobre o balcão, levantou as mãos em pose de rendição e fechou os olhos. Aquilo foi o suficiente para fazer Rafaela rir.
— Isso fez a minha boceta secar tanto que consegui sentir com perfeição ela virando do avesso como se tivesse chupado um limão bem azedo— Iolanda descreveu com tal drama— O que é que passou na sua cabeça para falar isso do completo nada, Rafaela?— Perguntou.
— Me lembrei da cena clássica do Christian Grey falando isso para a Anastasia em Cinquenta Tons de Cinza— Rafaela contou num sorrisinho enquanto descascava uma tangerina.
— Você precisa parar de assistir essas porcarias por aí, sabia?— Iolanda voltou ao que estava fazendo antes.
— Você falou igualzinho a minha mãe agora— Rafaela soltou animada a apontando.
— Bom, eu sou três anos mais velha que você, posso te dar um esporro por isso— Iolanda respondeu.
— Três anos não é nada, meu bem— Rafaela rebateu— E parando pra pensar nisso, você tinha 21 anos quando terminamos o ensino médio, então?— Perguntou.
— Sim— Iolanda respondeu.
— Mas por que terminou o ensino médio tão tarde?— Rafaela perguntou curiosa.
— Papai estava trabalhando demais, mamãe estava indo demais para o exterior por trabalho e por causa dos avós, meus avós por parte de pai estavam sozinhos e eu precisava ajudar eles com algumas coisas, então, fiquei praticamente sem ir para a escola por dois anos— Iolanda explicou terminando de cortar os legumes— Arh, por que é que eu estou fazendo sopa pra você, hein?— Murmurou a reclamação,
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Última Chance. | ABO - Lábris - G!P|
FantasyApós um casamento conturbado e um divórcio mais ainda, Rafaela vinha passando por alguns maus bocados. Não que tivesse a ver com a sua vida profissional, tudo estava indo as mil maravilhas. E nem mesmo com a sua vida familiar e social. Quer dizer, s...