Pouco mais de três semanas tinham se passado desde aquele fim de semana em que Iolanda e Rafaela passaram juntas, e, desde aquele um dia e meio juntas, a Alfa mal estava falando com a Ômega. Iolanda sempre voltava ao tempo em que passaram juntas e tentava se recordar— e descobrir— o que é que ela tinha feito de errado para estar sendo "ignorada" desse jeito, mas, até então, não tinha descoberto nada.
O normal do dia a dia era Rafaela mandar inúmeras mensagens, puxar sempre diversos assuntos e ficar mantendo a conversa viva por um longo tempo. Iolanda já tinha se acostumado com esse lance vindo de Rafaela, mas, agora que não estava mais conversando com tanta frequência como antes, não sabia exatamente o que fazer naquele momento.
A verdade é que, depois daquela fatídica tarde de confissões, Iolanda percebeu que gostava um pouco de Rafaela. Não era o mesmo nível de gostar que a alfa sentia por ela, aquela paixão toda, etc. Mas, lá no fundo, ela sabia que sentia alguma coisa pela outra, e era um sentimento bom. Essa queda brusca na interação cotidiana das duas deixou uma sensação esquisita em Iolanda, ela ainda não tinha entendido o que estava acontecendo e porque estava acontecendo. Rafaela e ela ainda conversavam, mas a frequência chegava a ser piada, se mandavam dez mensagens no dia era muito, comparando a quantidade que faziam antes. Os convites para almoçar e jantar, e até mesmo o convite para tomar um simples café, diminuíram drasticamente, ao ponto dessas saídas costumeiras não existirem mais.
— Não estou gostando nada nada de como você está nas últimas semanas, hein, Iolanda— Tatiana falou baixo, de repente.
— O que?— Iolanda soltou brevemente desnorteada a olhando.
— Vive no mundo da lua, olhar vago, muito mais quieta que o normal, não me fala mais o que se passa pela sua cabeça, muito menos o seu coração. Eu estou preocupada e com medo que esteja acontecendo uma coisa séria, e você não quer contar— Tatiana foi direto ao ponto, caminhando até o balcão— Você vai me contar o que é que vem acontecendo, ou eu terei que tirar conclusões precipitadas e acionar a sua psicóloga?— Perguntou cruzando os braços.
— Não me pressiona dessa forma, por favor, você sabe que isso não funciona comigo— Iolanda respondeu levando a atenção para o monitor do computador.
— Então, me conta o que é que está acontecendo, dependendo do que seja, me esforçarei muito para te ajudar— Tatiana pediu, mais uma vez.
Iolanda suspirou pesado fechando os olhos. Apoiou suas costas no encosto da cadeira em que estava sentada, meio que deixando seu corpo 'derreter' de exaustão ali.
— Fazem semanas que a minha comunicação com a Rafaela vem caindo a cada dia que passa, e já são três dias que a gente não conversa, nem por mensagem e muito menos por ligação— Iolanda contou.
— Eu disse que tinha alguma coisa de estranho nessa mulher, mas você não me escuta— Tatiana respondeu balançando a mão.
— Eu não preciso de sermão agora, Tatiana, só preciso desabafar isso com alguém porque venho guardando muita coisa— Iolanda falou a olhando— Se você tinha me avisado antes ou não, isso não importa, você pode deixar o sermão pra outra hora e me escutar.
— Iolanda, desde o seu último relacionamento, esse perfil de alfa sempre é uma armadilha, um golpe, e você vem tomando cuidado por todos esses anos, muito cuidado mesmo, pra agora cair nas ladainhas dessa esquisita? Acima de tudo, uma das Infelizes do seu passado? Cara, o que foi que deu em você?!— Tatiana gesticulava um pouco. Tinha o tom sério, preocupado, e de sermão, é claro.
— Eu falei pra você que nós temos um contrato, é tão benéfico para mim quanto para ela, e também já te falei que ela reapareceu querendo os meus feromônios. Se ela ainda quer o meus feromônios, então eu terei que ter o que eu quero também— Iolanda explicou— Ela quem sempre vinha me procurar, eu só respondia.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Última Chance. | ABO - Lábris - G!P|
FantasyApós um casamento conturbado e um divórcio mais ainda, Rafaela vinha passando por alguns maus bocados. Não que tivesse a ver com a sua vida profissional, tudo estava indo as mil maravilhas. E nem mesmo com a sua vida familiar e social. Quer dizer, s...