Sonhos

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Adeline Montenegro

Cala boca, garota idiota!

 Pai, pare de gritar por favor minha voz sai embargada pelo choro. Ele me olha com ódio. Sou atingida com um tapa ardente como fogo. Por que meu pai me bateu?

Pai.

Pai.

Pai.

— Adeline, acorda — Abri meus olhos espantada, Emília estava ao meu lado com um semblante de preocupação — Tudo bem?

— O que foi? — Me sentei na cama, minhas mãos suavam.

 — Eu que te pergunto, você chamou pelo seu pai — Ela morde os lábios.

Meu pai, algumas noites eu vinha tendo pesadelos com ele. Tinha aprendido superar essa parte da minha vida, pelo jeito minha mente resolveu fazer uns lembretes.

— Relaxa, sonhos desconexos — expliquei— E você? Por que não me contou do seu lance com Apollo?

Rosto de Emília ganha uma coloração avermelhada.

— Sabe, é tão recente. E eu não queria te encher com os meus delírios amorosos — Ela sorri sem graça, me sinto mal por não ser um amiga melhor.

— Emília, eu estou aqui e sou sua amiga conta tudo o que você quiser. Desde o café da amanhã e até os seus passatempos amorosos — Ela arqueia sobrancelha indignada.

— Fala sério, eu pensei que estava apaixonada naquele até conhecer o Apollo, ele é incrível, atencioso... — O toque do celular interrompe, Emília se estica para pegar na mesinha. Vejo o brilho no olhar — Por falar nele.

— Vou deixar vocês a sós — Levantei da cama indo até o banheiro. Escovo meus dentes e lavo meu rosto, volto para o quarto. Emília não estava mais ali. Saio do meu quarto e vou para cozinha onde provavelmente ela estaria com a minha mãe.

— Hey, filha como foi ontem? — minha mãe pergunta empolgada.

— Primeiramente bom dia e segundo foi legal — Falei, realmente todos foram tão legais tirando a parte desagradável com aquele idiota.

— Pena, que você não conheceu o Tavin — Disse Emília — Aliás aconteceu alguma coisa quando você foi ao banheiro? Desceu toda brava de lá.

— Nada demais, só topei com uma babaca pelo caminho que tirou minha paciência com um papo de eu ser fã dele.

— Quem era? — Fernanda questiona preocupada.

Contei o que aconteceu, só escondi a parte do que eu estava fazendo.

— Esqueço que você não usa celular — Emília tira o seu celular do bolso, segundos depois ela mostra o Instagram de um garoto com milhares de seguidores.

— Por onde ele entrou que nem vimos passar pela sala — Continuou. Dou de ombros aquela casa é enorme.  

— Bom pra ele, cantor, rimador e famoso que faça proveito talvez se ele tivesse um pouco de mais de educação — Pego uma maça corto por fatias imaginando ser o pescoço dele.

Rosas e Rimas - Tavin McOnde histórias criam vida. Descubra agora