24. supernatural

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boa noite, amores! esse é o penúltimo capítulo. aproveitem! <3


Eu andava nervoso. E, por nervoso, lê-se: meu transtorno obsessivo compulsivo estava engatilhado e, consequentemente, o meu TDAH, também.

Eram caixas para todo canto. Bagunça generalizada, mesmo. Meus neurônios estavam a um triz de pifar.

O contexto era que eu havia me mudado no dia anterior, e não ter dado conta da arrumação completa no primeiro momento me deixou aos nervos! Quase não preguei o olho por ter tido que dormir em meio àquela zona, na realidade.

A Dynamite passava por uma reforma e estava fechada, para a minha sorte. Ou seja, eu folguei, e tinha a tarde inteira para fazer com que aquele apartamento ficasse nos trinques, ou eu me matava antes de sequer morar nele.

Eu não suportava ver as coisas fora do lugar, especialmente quando retratar esse quadro estava sob minha responsabilidade. E não suportar é o termo literal para definir como eu me sentia frente à desordem. No entanto, apesar de eu ser bastante proativo em organizar, era extremamente desanimador precisar arrumar tudo do início, como se a desorganização não houvesse fim. Em outras palavras, era aí que meu TDAH enfrentava o meu TOC, dado que a falta de serotonina em realizar alguma tarefa me tirava toda a energia para pô-la em prática; mesmo assim, caso eu não a executasse, terminava a mercê de uma crise depressiva e um surto de TOC.

Muito bom e saudável viver na minha cabeça, como vocês bem podem ver. Altamente recomendado!

Quando Jimin chegou para me ajudar e passar a noite comigo, já estava quase tudo pronto. Exceto pelo fato de que, a essa altura, a mobília implorava por uma faxina.

Logo, lá estávamos nós, limpando o último cômodo restante para que, enfim, estivesse tudo nos eixos: a varanda. Basicamente, eu comandava a limpeza enquanto Jimin me auxiliava nisso ou naquilo, conforme eu o pedia, visto que eu era perfeccionista demais para deixá-lo no encargo de alguma função que, em minha mente disfuncional, eu faria melhor.

— Não acredito que acabou! — quis me jogar em minha cama e gritar, mas eu jamais sujaria meus lençóis limpinhos e cheirosos com o meu suor peguento. Cometer essa atrocidade seria pior que não escutar Namjoon por dois dias consecutivos, e olhe que esse era um crime de alta categoria!

— Você deve estar mortinho da silva, bebê! — Jimin quis me tocar, mas eu recusei, pois realmente estava podre de sujo. — Toma um banho quentinho, tá? Eu diria que prepararia algo pra gente, mas é melhor pedir, porque... bem, você sabe que eu e a cozinha somos inimigos.

Ri genuinamente pela primeira vez no dia, concordando com sua ideia. Inclusive, ele havia passado no mercado e feito uma compra de itens essenciais para a minha geladeira, além de outros comes e bebes que era do seu conhecimento que eu gostava, o que foi uma preciosidade sem tamanho de sua parte... eu tinha, de fato, um príncipe como namorado.

— Vou fazer isso. Tô fedendo. — resmunguei, já me apressando para o banheiro. — Depois te agradeço devidamente por tudo.

— Não precisa...

Antes que ele prosseguisse, interrompi-o, num tom quase ameaçador: — Não me contraria.

Vi Jimin engolir em seco e assentir, quieto e pianinho. Pobrezinho! Tive de conter uma risadinha no meu caminho para o chuveiro, constatando que, só por me aguentar estressado com a mudança, ele já merecia muitos agrados... quem dirá por tudo que ele andou fazendo por mim.

Depois de comermos sushi, Jimin e eu estávamos agarradinhos enquanto terminávamos de assistir o filme Diário De Uma Paixão, o predileto do loiro. E, como o chorão que eu era, não segurei as lágrimas durante o final.

we can't be friends • jikookOnde histórias criam vida. Descubra agora