Capítulo 2

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DIAS DEPOIS

Após conversar com o homem por uma noite e levá-lo para dançar, Giovana descobriu que ele se chamava Fernando e que realmente era sócio de Renato. O que ela nem imaginava era que ele vivia atrás de aventuras com diferentes mulheres e havia aceitado muito bem suas investidas para experimentar a sensação de namorar uma menina mais nova, sem se importar se ela já estava loucamente apaixonada a ponto de já ter conversado com seus pais sobre o namoro. Manuel, desligado como era, achava o máximo ter uma filha ficando com um rico empresário sem querer saber da diferença de idade enquanto Lucero estava a ponto de surtar com o assunto, mas ainda assim havia prometido a Giovana que o conheceria antes de decidir qualquer coisa. Naquele dia, em um intervalo na clínica psiquiátrica, a mulher caminhava pelo jardim com Chantal, sua melhor amiga e colega de trabalho.

− Ah, e você vai ao jantar lá em casa hoje à noite, não é? A Lucerito quer mostrar como ficou o documentário dela. – Lucero falou empolgada.

Lucerito era muito ligada à arte e desde que ganhou a sua primeira câmera profissional, ela se dedicou a fazer um documentário sobre as regiões onde mais haviam jovens passeando na noite. Quase um ano depois, finalmente seu filme estava pronto e ela quis estrear em sua casa para que sua família e amigos próximos a prestigiassem em primeira mão.

− Não me diga que ela já acabou. – Chantal falou sorrindo.

− Pois é, menina, está numa alegria só. Mas a Giovana também é anfitriã essa noite, quer me apresentar ao namorado. – Lucero suspirou.

Quando soube que Lucerito praticamente daria uma festa em casa, Giovana quis aproveitar para apresentar Fernando a todos, pois já estava de saco cheio de ter regras para sair e voltar com o namorado com Lucero usando a desculpa de não conhecê-lo, talvez quando o visse, ela a liberasse mais um pouco.

− Ih, está com o mesmo? – Chantal fez careta, já sabendo da história.

− Sim, o homem mais velho. – Lucero bufou.

− Lembre-se de que você não pode fazer nada agora, minha amiga, você prometeu que iria dar uma chance para saber quem era antes de falar qualquer coisa. – Chantal advertiu, enganchando seu braço ao de Lucero.

− Eu sei. É até bom que aconteça logo porque aí eu vou poder acabar com tudo de uma vez. – Lucero revirou os olhos.

− Você não sabe, pode se surpreender. – Chantal sorriu sapeca.

− O que um cara da nossa idade pode querer com uma garota de dezessete anos, Chanty? – Lucero encarou Chantal, com tédio.

− Certo, você deve ter razão, até porque é você que entende sobre isso de criar filhos. – Chantal suspirou.

− Mas eu vou te dizer, que tarefinha difícil, hein? – Lucero respirou fundo, ajeitando o cabelo.

− Eu imagino, amiga, mas você já vai lidar muito com isso mais tarde, vamos falar de outra coisa. – Chantal voltou a se animar, agarrando o braço de Lucero novamente. – Será que eu posso levar uma pessoa? – ela deu um sorrisinho.

− Hum, está de namoradinho novo e nem me contou? – Lucero ergueu a sobrancelha, também sorrindo.

− Faz pouco tempo, eu o conheci nesse fim de semana, é um gato! – Chantal fez pose e Lucero riu. – Você deve saber quem é, trabalha na empresa do Renato.

− Sei lá, tem tanto homem ali que parece uma fábrica de namorados. – Lucero revirou os olhos e foi a vez de Chantal rir. – Qual é o nome dele?

Chantal ia responder quando foi interrompida por um grito de um paciente em uma das aulas de pintura da terapia ocupacional e teve que correr até lá com Lucero. Apesar de não ser muito frequente, eles ainda tinham certas crises durante as sessões e ocupavam as funcionárias o resto do dia, tanto que as amigas não se falaram mais até a hora de irem embora, onde combinaram de se encontrar no jantar.

Entre Dois AmoresOnde histórias criam vida. Descubra agora