TEMPOS DEPOIS
A vida continuava praticamente igual para todos. Ao que parecia, Giovana estava se dando bem no casamento e isso aliviava um pouco a falta que ela fazia para Lucero, além do trabalho, Lucerito e seus amigos. Naquele fim de semana, Chantal tanto insistiu que arrastou a melhor amiga para uma balada. Como a filha também saíra com os amigos e ela odiava ficar sozinha em casa, aceitou o convite e enquanto pegava uma bebida, ouviu uma voz enjoada que costumava persegui-la ao seu lado.
− Mas não é possível! Até aqui você vem atrás do meu marido, Lucero?! – Yana começou a dar um ataque.
Lucero ergueu a sobrancelha. Como se não tivesse filhas com Manuel, seu maior desejo não seria se livrar da cara dele e de Yana.
− Minha querida, esse lugar é público e eu não tenho acesso a lista dos presentes, senão pode ter certeza de que se eu soubesse que encontraria vocês, correria léguas. – Lucero ironizou, recebendo a bebida e agradecendo.
− Sei bem. Se eu não marcasse em cima, aposto que você já o teria fisgado novamente.
− Não se preocupe, do seu marido, eu só quero a pensão das minhas filhas. – Lucero forçou um sorriso. – E quer saber? Já me cansei da sua baixaria, fui! – ela caminhou a passos rápidos até onde Chantal estava sentada, deixando Yana ainda gritando para trás.
Lucero chegou à mesa onde Chantal a esperava, bufando, e a mulher logo percebeu que a amiga estava brava com alguma coisa, pois sempre foi muito expressiva e deixava na cara o que sentia.
− Aconteceu alguma coisa com você? – Chantal perguntou, de cenho franzido.
− A insuportável da Yana está aí com o Manuel e já veio encher o saco com a história de eu estar atrás do marido dela. – Lucero revirou os olhos. – Acabou a festa para mim.
− Ah, vai deixá-los estragarem a sua noite. – Chantal falou indignada.
− Na verdade, eu não quero estragar é a sua festa porque se eu me encontrar com ela de novo, não sei o que sou capaz de fazer. – Lucero falou, com raiva.
− Calma, nós podemos ir para outro lugar. – Chantal se levantou.
− Imagina, você estava ansiosa para vir para cá e eu também estou um pouco cansada, depois dessa, é melhor eu ir dormir. – Lucero fez careta. – Fica com a bebida, eu nem toquei nela. – ela apontou para o drink em cima da mesa.
− Está bem então, amanhã eu te ligo, dirige com cuidado. – Chantal abraçou Lucero.
Lucero assentiu, soltando Chantal, e passou rápido pelo meio da festa para não correr o risco de se encontrar com Yana novamente ou até com o próprio Manuel. Quando enfim se aproximou do carro, ela tentou ligá-lo algumas vezes, mas ele sempre falhava.
− Droga! – Lucero reclamou, dando um chute no pneu depois de descer do carro novamente.
Lucero sabia que nem adiantava tentar descobrir qual a fonte do problema, pois não entendia nada de carros e também não queria interromper Chantal outra vez para pedir carona, por isso o jeito era torcer para passar um táxi logo. A mulher abraçou o próprio corpo, olhando para os dois lados, sem ver nenhum sinal de pessoa ali. O pior era que estava ficando frio e até perigoso ficar sozinha naquele lugar estranho, mas seu susto foi maior quando um carro em luz alta parou em frente a ela de repente.
− Lucero, o que faz aí sozinha? Precisa de alguma coisa?
Lucero quase cai ao ver que quem dirigia aquele carro era Fernando, quem ela esperou não ver nunca mais depois do término com Giovana, principalmente por ter percebido a tempo de não fazer uma besteira que se sentia atraída por ele. Já o homem, achou uma sorte encontrá-la por acaso, pois nunca foi segredo para ele que depois que conheceu a mãe, até a filha perdeu a graça.
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Entre Dois Amores
RomanceLucero era uma mulher separada, mãe de duas jovens, Lucerito e Giovana. Além de lidar com seu trabalho estressante de psicóloga e um ex marido folgado, a bela loira também atravessava uma fase difícil com sua caçulinha Gi, uma adolescente rebelde qu...