Lucero e Fernando se encararam, sem saber se ficavam surpresos ou confusos por Giovana ter decidido voltar ao México de uma hora para a outra depois de tanto lutar para ficar no Brasil e menos ainda com a mãe que até onde se lembravam, ela não queria mais ver. Mas a mulher foi a primeira a tomar uma atitude, afinal não se importava se a filha já havia feito e falado barbaridades com ela, seu dever era ajudá-la no que fosse.
− Calma, minha filha. O que você quer dizer com isso? Por que trouxe essas coisas? – Lucero se aproximou de Giovana e a abraçou pelos ombros.
− Eu vou me divorciar do Rafael e não quero mais ficar aqui. Você disse que eu poderia voltar para casa quando quisesse, não foi? – Giovana encarou Lucero, chorando.
Lucero e Fernando se olharam novamente, estranhando ainda mais, apesar de que daquela vez, até o homem sabia o quanto Giovana era intensa e que tudo virava um grande problema para ela, inclusive uma briga normal de casais.
− Espera um pouco, vamos conversar. O que o Rafael está achando disso? – Lucero acariciou o rosto de Giovana.
− Ele não tem que achar nada porque não confia em mim e eu não quero gente assim por perto. – Giovana soluçou.
− Mas vocês se amam tanto, eu tenho certeza de que se conversarem, podem se resolver sem tomar uma atitude tão drástica.
− Mãe, se não quiser me levar, é só me avisar, mas eu não fico aqui nem que eu precise cometer uma loucura. – Giovana se soltou de Lucero.
Lucero arregalou os olhos. O pior era que ela acreditava que Giovana era capaz de fazer qualquer coisa para conseguir o que queria e ela jamais viraria as costas para uma filha.
− Nem pense em uma besteira dessas, você vai comigo. Eu só não sei se vamos encontrar vaga no mesmo voo ou se tenho dinheiro suficiente para nós duas até chegarmos ao México.
− A gente pede para o papai, eu só quero ir com você, por favor. – Giovana enxugou as lágrimas.
Lucero duvidava que Manuel daria mais dinheiro do que o que ela conseguiu com muito sacrifício na justiça, mas só tinha essa alternativa e era bem provável de precisar encarar outra briga com o ex marido e Yana. Já Fernando, tinha outra ideia. Se queria uma vida com a namorada, não lhe custava dar uma força com as enteadas.
− Se vocês quiserem, eu posso arcar com todas essas despesas extras.
Mas Lucero tinha uma noção bem diferente de independência e jamais aceitaria dinheiro de qualquer homem, exceto de Manuel quando era para cumprir as obrigações com as filhas.
− De jeito nenhum, Fernando, eu agradeço, mas isso é um dever meu e do pai dela, nós vamos resolver isso. – Lucero respirou fundo.
− Está bem, mas se precisarem, a minha proposta está de pé a qualquer momento. Agora, se estão decididas mesmo, acho melhor irmos logo para vocês adiantarem a questão das passagens no aeroporto.
Como Lucero e Fernando iriam passar mais uma semana distantes, ele adiou uma reunião por algumas horas para se despedir da amada, mas depois da chegada repentina de Giovana, a mulher achou melhor ir sozinha, pois ela não gostava de vê-la perto dele e já estava cheia de problemas.
− Você se importa se formos sozinhas? Acho que ela precisa de mim agora. – Lucero falou baixo, com as mãos no peito de Fernando.
Fernando não gostou muito da situação, já tinha perdido um bom tempo de ficar com Lucero e ainda nem podia se despedir direito, mas era fato que seus problemas haviam se tornado maiores até do que os da própria Giovana e ele não queria ser mais um.
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Entre Dois Amores
RomanceLucero era uma mulher separada, mãe de duas jovens, Lucerito e Giovana. Além de lidar com seu trabalho estressante de psicóloga e um ex marido folgado, a bela loira também atravessava uma fase difícil com sua caçulinha Gi, uma adolescente rebelde qu...