Capítulo 05

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Noelle

Inquieta no banco traseiro do Uber, eu olhava para o relógio, torcendo para que chegássemos logo à festa de Jay. Ben estaria lá, e eu acreditava que, depois daquele dia, tudo seria diferente. Ambos estávamos solteiros, e eu estava pronta para aceitar tudo o que acontecesse entre nós. Um beijo... Uma mão boba...

— Pare de balançar as pernas — reclamou Ellen ao meu lado. — Vai me fazer borrar o batom.

— Me desculpe. É que eu só quero que cheguemos logo.

— Se você não tivesse terminado com Adam, ele teria nos levado mais cedo.

Revirei os olhos.

Estou tentando não pensar em Adam desde aquele dia. Nossos amassos no banheiro acabaram resultando em meu tio favorito nos ver quase transando sobre a pia.

Passei o dia inteiro calada, enquanto Adam se divertia com a minha família, fingindo que nada havia acontecido. Falava com tio Phil como se ele não tivesse visto nada.

— Esquece o Adam, tem outros peixes no mar — falei.

— Um grande igual aquele?

Apertei minhas pernas no assento. Tudo bem, Adam tinha um peixe grande dentro das calças. Mais um motivo para fazer minhas pernas tremerem.

Minha primeira vez foi horrível, o suficiente para eu pensar em nunca mais transar. Perdi a virgindade com um veterano da faculdade, ele era bonito e descendente de alemão. Eu sabia que ele estava a fim, então, decidida a me juntar ao time das minhas amigas não virgens, fui até um quarto com ele.

A dor era insuportável, me lembro de ter pedido para ele parar inúmeras vezes, e só aí me dei conta de que eu não não gostava nenhum pouco de sexo.

Mas com Adam, senti coisas que não senti com aquele cara. E pela primeira vez achei que iria gozar.

— Que tal um outro peixe? — sugeri.

Ela suspirou.

Assim que vimos algumas pessoas do lado de fora da grande casa de Jay, abri um sorriso empolgado e logo senti minhas mãos tremerem de ansiedade.

— Chegamos — disse ela. — Espero que você não pague papel de boba na frente de ninguém, ou eu vou te jogar na piscina.

Soltei uma risada.

— Não se preocupe, eu vou ser discreta — saí do carro num pulo, arrumando meu cabelo.

Ellen, colocando a alça da sua bolsa no ombro, saiu do carro com cara de tédio. Ela só estava assim porque sabia o que viemos fazer aqui. Se fosse por outro motivo, teria ficado muito feliz em usar uma das minhas calças de couro.

Assim que Ellen fechou a porta, fomos até a casa barulhenta, vendo pessoas com copos de bebida e outras correndo no jardim.

— Aqui está bem agitado — disse ela, cruzando os braços.

Olhei para os lados procurando Ben, mas não o encontrava de jeito nenhum.

— Onde ele está? — murmurei para mim mesma.

De repente, ouvimos nosso nome e viramos para o lado, vendo Jacob correr até nós com um sorriso.

— Vocês vieram mesmo. Chegaram umas garotas do Canadá, e elas estão quase tirando a roupa.

Ellen revirou os olhos.

— Obrigada pela informação desnecessária, Jacob.

Ele riu. É impressionante como todo homem é um baita safado, mas eu não queria perder meu tempo com Jacob. Ben ainda não havia aparecido.

A Verdadeira Face Do LoboOnde histórias criam vida. Descubra agora