Capítulo 06

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Sentada no mesmo lugar de sempre no café local, eu estava com a mão na cabeça, tentando organizar meus pensamentos.

— O que foi? Está com enxaqueca? — perguntou Ellen, tomando seu chá gelado.

— Não. Só estou pensando.

— Em quê?

— No Adam.

Ela parou, surpresa.

— O quê?

— Adam está me causando problemas. Ele foi almoçar com minha família na casa da minha avó no domingo passado.

— E como foi o clima? Pesado?

— Não. Minha família ainda não sabe que terminamos. Não tive coragem de dizer, e Adam também não quis falar nada. Todos adoram ele.

— Você não deveria ter terminado com o Adam — disse ela, pela milésima vez.

— Você sabe por que terminamos.

Ela me olhou incrédula.

— Noelle, Ben já provou ser um libertino. Você não pode continuar apaixonada por ele.

Ergui os ombros. Já o vimos sair com várias mulheres, mas isso não prova que ele seja um libertino.

— Não fale assim dele. Ben é uma boa pessoa.

Ela suspirou.

— Ainda não acredito que você trocou Adam por ele.

Adam é louco. Eu não queria contar para ela o que aconteceu no banheiro. Sinceramente, eu não queria falar sobre isso, mas não conseguia parar de pensar naquilo.

Lembro-me de ter conhecido Adam no campus da faculdade. Eu estava estudando para uma prova, quando de repente, um cachorro gigante e brincalhão pulou em mim, lambendo e pulando dos lados, completamente agitado.

Rindo, tentei cobrir meu rosto para não ficar mais babada.

— Ted! — gritou alguém.

Quando senti uma presença se abaixar ao meu lado, puxando o cachorro brincalhão, ergui a cabeça, ainda rindo, colocando uma mecha de cabelo caída atrás da orelha.

— Desculpe por isso.

Assim que encarei o sujeito, senti meu coração disparar. Um rapaz lindo de braços fortes, ostentando seus músculos ao segurar o cachorro. Seu cabelo castanho escuro caía levemente sobre a testa, lhe dando um ar despretensiosamente charmoso. Porra. Ele era lindo!

— Esse cachorro é seu? — perguntei.

Ele me encarou, fazendo meu coração perder uma batida.

— Não — sorriu. — Ele é do abrigo onde sou voluntário. É completamente carente e brincalhão. — Acariciou o rosto enorme do cachorro. — Ele é um babão.

O rapaz voltou a me olhar.

Engoli seco e me aproximei, tocando a cabeça do grandão.

— É uma pena que ninguém que ele ainda não tenha sido adotado.

Ele voltou a olhar para Ted.

— É, mas hoje é o último passeio dele comigo — contou. — Ted vai ter um lar agora. Uma família grande, com muitas crianças. — Sorriu.

Deixei escapar uma risada.

— Melhor seria impossível — toquei a cabeça do grandão.

A Verdadeira Face Do LoboOnde histórias criam vida. Descubra agora