Capítulo 9

80 9 2
                                    

Noelle

Ben havia confundido as datas da exposição, ela só estaria aberta no final do mês. Para que não fosse tudo em vão, ele insistiu que sairíamos de qualquer jeito e que eu não tinha como voltar atrás.

Sentada em um dos bancos da fraternidade, olhava para os lados, ansiosa por sua chegada. Aquela noite seria diferente de todas que eu imaginava. Mesmo assim, tentava não pensar em Adam. A sensação de seus toques era tão presente, e me senti aliviada por não achar que era assexual, afinal, eu quis até mais.

Isso significava que eu poderia sentir o mesmo com Ben, me sentir tão bem quanto me senti com Adam. Era impressionante como Adam sempre esteve comigo. Nunca perdia nossos compromissos e se preocupava comigo de uma forma que ninguém mais fazia. Talvez ele não soubesse, mas me reconfortava quando Ben me magoava. Ele era seu rival no amor, e não sabia disso.

🌕🌕🌕

***1 ano atrás***

Ao ouvir a porta bater, abri e vi Adam com um lindo sorriso e as mãos para trás.

— Oi, trouxe comida — ele ergueu a sacola de compras.

Estreitei os olhos.

— Está atrasado — peguei a comida.

Ele rapidamente escondeu as mãos atrás do corpo e abriu um sorriso sem jeito.

— Tive um compromisso urgente — tentou explicar.

Suspirei.

— Sem problemas. Eu não iria assistir o filme sem você mesmo — virei-me saindo de frente da porta indo em direção à escada — Vem. Pode entrar.

Assim que ouvi a porta se fechar, ele perguntou.

— Cadê os seus pais?

— Estão viajando. A casa é só minha nesse final de semana inteiro — virei a cabeça para trás — Poderíamos fazer uma festa — sorri com um ar travesso.

Ele deixou um sorriso brilhante escapar.

— Claro. Com certeza seus pais iriam adorar saber que a filha deles e o namorado dela deram uma grande festa — disse ele com ironia, mas confesso que era fofo.

Parei sobre alguns degraus da escada e coloquei os braços ao redor do seu pescoço.

— A gente só vai precisar lidar com alguns vizinhos fofoqueiros. Só precisamos achar a melhor forma de silenciá-los.

Ele sorriu, colocando as mãos sobre a minha cintura.

— Sou bom em cortar gargantas.

Sorri.

— Bom garoto.

Beijei seus lábios e logo me afastei, pegando sua mão. Não era o Ben, mas ele com certeza dava para o gasto. Muito para o gasto.

— Vem, meu quarto fica lá em cima. Pode me ajudar com alguns dos meus trabalhos da faculdade antes de assistirmos algum filme?

Ele assentiu rapidamente com a cabeça.

— Sem problemas.

Assim que chegamos em meu quarto, eu o fiz picar várias revistas. Meu trabalho de artes criativa exigia coisas fora da nossa imaginação, e pensei que fazer algo tipo Picasso, ou molduras... ficariam boas.

Assim que respirei fundo dando uma pausa, peguei meu celular por um breve momento, até ver a notícia que acabou me destruindo completamente. Bufei irritada e joguei o celular sobre o colchão furiosa, cobrindo o rosto.

A Verdadeira Face Do LoboOnde histórias criam vida. Descubra agora