Capítulo XXVIII

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Violet's POV 

O bar está cheio, e desejo pela milionésima vez não ter de trabalhar hoje. As luzes parecem mais fortes e mais vibrantes a cada segundo.

A música está alta, e as pessoa movem-se umas contra as outras como sardinhas enlatadas. Quero ir embora, estou cansada, e o meu turno só começou à vinte minutos. 

O Dylan está cá hoje, é definitivamente o ponto alto da noite, porque de resto quero ir para casa e chorar a saudade que tenho de estar com o Zayn, de ter os lábios dele nos meus, de o ver nu e de ouvir a sussurrar que sou arte. Ele tornou-me arte, ele fez de mim poesia, ele não está aqui agora e eu estou despedaçada.

-Hey, Violet. - o Dylan capta a minha atenção. - Toma estes pedidos, mesa cinco, tenta não ser violada. - ele entrega-me a bandeja e dá um pequeno impulso no fundo das minhas costas, encaminhando-me para as mesas. 

Foda-se doí-me tanto os ouvidos, mas a dor transporta-se também para a minha alma quando eu reparo nas pessoas que ocupam a mesa que vou servir. 

-Boa noite. - eu digo e sorrio, e procuro ao máximo fugir dos olhos cor de caramelo, mesmo depois de todas as luzes, a sua figura é irreconhecível. 

-Eu ajudo-te. - eu Liam levanta-se e corre um braço à volta das minhas costas. Ainda não estive com ele desde o pequeno incidente aqui no bar. Ele chega os seus lábios junto à minha orelha. - Vi, eu lamento imenso, espero que estejas bem. - ele diz, e eu sei que o resto do grupo está suficientemente absorvido numa conversa para não nos ouvir. 

-Estou ótima, Liam. E tu? - eu respondo amavelmente, agradecendo o suporte que o seu braço na minha cintura me está a dar. A presença do Zayn está a deixar-me tão tonta, e o meu coração está a saltar fora da camisola. 

-Sim, eu comecei a tomar medicação à pouco tempo. 

-Oh, isso é ótimo. - eu sorrio e vejo um pequeno brilho nos olhos dele. 

Ele ajuda-me a distribuir as bebidas, e eu agradeço-lhe com um beijo no rosto. 

-Estás linda hoje. - o Harry grita, antes de eu virar costas. 

-Obrigada. - eu digo secamente. 

-Vai-te foder, Harry. - o Niall é rígido. 

-O que tens a ver com isso, Niall? - o Zayn intervém. Isto não vai correr bem, e os meus olhos suplicam ajuda ao Alex. 

-Hey, pessoal, podem parar? - o meu irmão interrompe. 

-Tu és mesmo otário. - o Niall devolve ao Zayn. 

-Repete lá, loiro de merda. - o Zayn levanta-se. E eu apercebo-me de que alguém desligou a música no bar, e que todas as pessoas estão a formar uma pequena roda à volta do meu grupo de amigos. Por favor, mais confusão não. 

-Niall, não faças nada de que mais tarde te possas arrepender. - o meu irmão alerta, e agarra no braço de Niall. 

-Alex, esse filho da puta deixou a tua irmã na rua, à noite, com um soutien desportivo e com umas leggins, SOZINHA, sem telemóvel, sem carro, sem nada. - o Niall eleva o seu tom de voz, e o meu irmão franze as sobrancelhas em direção ao Zayn. Foda-se, Niall. 

-Zayn... isto é verdade? - o Harry parece chocado, e o meu irmão parece ter ficado sem voz. 

-Harry, por favor não reajas como se fosses um cavalheiro. - o Zayn riposta e o Louis roda a o braço nos meus ombros. 

-Tem calma, Violet. - o Louis sussurra, e eu aconchego no seu braço, não sei o que dizer, e sinto um nó a acumular-se na minha garganta. Estou tão emocionalmente instável. 

-Já que estamos a discutir, para que não haja duvidas, eu fui o único que a fodi. - o Zayn grita na cara do Harry e eu escondo o peito na cara do Louis, quando os clientes do bar se riem de mim. - Fui o único que a viu nua. 

-Já chega. - eu sussurro mas não é alto o suficiente, apenas o Louis me ouve. 

-Shh, calma. - o Louis murmura e beija a minha testa. - Esta discussão tinha de acontecer algum dia.

-Sim, Louis, mas não aqui, não agora, não com esta plateia. - eu digo-lhe baixinho por cima dos gritos de todos eles. 

-Na verdade, eu discordo. - o Niall volta à discussão e levanta-se. A tensão está a sufocar-me e o pior é que eu sei exatamente o que Niall vai dizer a seguir. 

Entretanto, como que para me salvar, o Dylan aparece com alguns seguranças que rapidamente esvaziam o bar, e me deixam a sós com o Niall, o Harry, o Louis, o Liam, o meu irmão e o Zayn. 

-Malta, depois façam o favor de fechar o bar, um beijo! - o Dylan atira, e fecha a porta da frente. 

-Mas Dylan... -eu grito, sem perceber porque motivo eles permitiram que todas as pessoas e funcionários abandonassem o estabelecimento. - Foda-se. - eu silvo quando o vejo a entrar no seu carro.

-Discordas do quê? - o Zayn dirige-se de novo ao Niall. 

-Eu salvei-a, eu impedi que ela tivesse uma paragem cardíaca. Mas para isso eu- 

-Niall. - eu imploro-lhe com os meus olhos para parar, mas a fúria é insuportável no corpo dele e ele nem sequer hesita. 

-Eu tirei-lhe as roupas molhadas, eu retirei cada peça de roupa do seu corpo, e vesti as roupas secas.- o Niall termina com um sorriso e o olhar do Zayn desvia-se para o meu.

-Como é que tu deixaste, Violet? - ele estreita os olhos como se não acreditasse, e abana a cabeça em desilusão. 

-Eu estava quase inconsciente, foda-se! - eu grito ao mesmo tempo que expulso a raiva que sinto por ele. E observo o meu irmão a apertar os punhos e os maxilares a definirem-se ainda mais no seu rosto. O corpo do Zayn fica mais tenso, e os seus olhos pousam nos do Niall.

-Eu juro que te mato. - o Zayn sussurra e a sua mão fechada embate na cara do Niall. NÃO! 

-Zayn, para! - eu grito, e o Alex procura rapidamente defender o Niall. O Louis agarra num braço do Zayn e puxa o corpo dele para trás, enquanto o Harry e o Liam prendem os braços do Niall e do Alex para terminar a confusão. 

O meu irmão tem um pequeno corte na sobrancelha, o Niall tem o nariz a sangrar e o Zayn abriu o lábio inferior. 

-Odeio-te. - o Zayn grita para o Niall. 

-Devias ter vergonha do que lhe fizeste. - o Niall devolve. 

-Parem, por favor. - eu imploro, e pela primeira vez a minha voz chorosa é ouvida, e os olhos do Zayn caem em mim. 

-Vocês precisam de falar. - o Louis aponta para o Zayn e depois para mim. 

-Não, eu não vou deixar a minha irmã sozinha com este filho da puta. - o meu irmão resmunga, e o rosto do Zayn endurece. 

-Também não tenho nada para dizer à tua irmãzinha. - ele responde, e sinto um objeto afiado a cortar a minha alma e a atravessa-la de uma ponta a outra. 

E é aqui que eu desisto, oficialmente de ama-lo, ou simplesmente de amar, é uma mentira, e é tudo uma questão de tempo até tudo se tornar numa desilusão. 

*** 

ESTOU TÃO EXCITADA COM O PRÓXIMO CAPÍTULO QUE VOCES NÃO ESTÃO A PERCEBER!!

BEIJINHOOOS 

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