Capítulo XIII

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[ leiam a nota final!!!]

Acho que as nossas idas à lagoa durante as aulas estão a tornar-se numa rotina e eu gosto disso. Eu virei para este lugar mesmo antes de me aperceber, e ele não contestou.

-De onde é que veio a frase do bilhete? - eu arrisco, enquanto ele sopra os anéis de fumo que se misturam com o ar leve. Não está a chover aqui, mas se eu me mover para o sítio onde deixamos o carro eu vou ficar encharcada. Isto é realmente um bolha à parte da realidade.

-Que bilhete? - ele está apenas a dificultar as coisas, eu sei, ele está a fechar-se.

-Tu sabes, então por favor, não compliques. - atiro.

-Era de uma série que eu via. - responde e ajusta o casaco nos seus ombros. - American Horror Story.

-Oh. Já ouvi falar. - minto. Eu não faço a mínima do que a série trata,  mas eu estou a fazer o papel de uma adolescente de quinze anos a tentar impressionar um rapaz. - Ainda vês? - eu vou até ao fim só para saber mais algum promenor sobre o Zayn. Isto é doentio.

-Não. Deixa de ver porque a Perrie achava nojento. - responde e pressiona a sua sapatilha contra o cigarro e tira rapidamente outro rolo branco e laranja do bolso do seu casaco.

-Tu não dev- começo.

-Ela achava horrível. Ela torcia o nariz sempre que me apanhava a ver aquilo. - ele sorri ironicamente. Estou com náuseas. Eu não posso deixa-lo cair na ilusão, não de novo,  não agora que nós estamos mais próximos.

-Ela tinha demasiado controlo sobre ti. - antes que eu possa impedir as palavras já estão a sair da minha boca. Os lábios deles pressionam - se numa linha dura, e ele roda o novo cigarro entre os seus dedos antes de o acender. - Porque é que ela achava nojento? - tento e cruzo os dedos para que ele responda.

-Porque num dos episódios uma rapariga tentou abortar...com uma cruzeta. - o quê? - Ela desdobrou uma cruzeta e enfiou-a até matar o bebé. - completa.

-Oh. Isso é macabro,  deus. - comento. - Mas eu adorava saber mais sobre essa série. - admito.

-Acho que ela nem sequer conseguiu abortar. Mas sei lá... a Perrie basicamente impediu-me de voltar a ver. 

-Isso é ridículo. - protesto. - Ela sempre foi... - eu paro para pensar.

-Uma cadela? - oferece, sem demonstrar qualquer tipo de problema e eu rio enquanto concordo. - Sim, bem, agora que me afasto eu percebo o quão cabra ela sempre foi. Ainda bem que eu não casei com ela. - mordo a língua para não mostrar o desagrado que sinto em relação a esta quase - união entre os dois. - Ela sempre foi uma oportunista de merda e ela só quer saber da mala de maquilhagem. - Eu continuo calada. Eu sei que ele precisa de dizer isto. - Ela não vale nada. - ele suga de novo a ponta do cigarro, ele está quase a acabar o segundo cigarro e eu sei que ele vai pegar no terceiro.

-Pois não. - travo. - Ela não vale. Mas tu vales. -respiro. - Então, tu vais deixar de pensar nela e na sua maquilhagem exagerada acompanhada pelos seus mini calções. - sempre que falo nela o sangue nas minhas veias começa a bombear muito mais rápido e eu consigo sentir o meu coração a bater na minha garganta. A Perrie é uma idiota.

-Se eu valesse ela não tinha engolido o teu irmão. - Não. Não. Não. Não. A adrenalina e a raiva baixam e o meu coração afunda no meu estômago quando eu me apercebo do seu estado vulnerável. Ela é uma idiota. Ela perdeu alguém tão interessante e ela nunca vai conhecer uma pessoa como o Zayn. Ela é burra.

-Ela não merece olhar para ti, sequer,  ela não mereceu nada daquilo que viveu contigo. - estalo. - Ela perdeu - te da pior forma.

Encosto - me mais ao tronco velho da árvore e foco o meu olhar na lagoa esverdeada. Eu preciso de ar fresco e novo e eu pensava que o ia encontrar aqui mas o Zayn está a fumar e eu não consigo relaxar.

Breath ➸ hot Where stories live. Discover now