Capítulo VI

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Fartei-me de esperar na paragem de autocarro, decidi ir a pé para casa, despedi-me deles e procurei movimentar-me rapidamente. São seis e meia e tenho de me arranjar, no entanto não sabia o que é que ia vestir, não sabia para onde ia e comecei a sentir-me cada vez mais nervosa a cada passo que dava. 

-Violet! - ouvi uma voz rouca a chamar-me. 

-Sim?- virei-me na direção da voz. Os seus caracóis estavam bloqueados por uma fita castanha clara, os seus olhos estavam num tom verde escuro e os seus lábios estavam rosados e levemente inchados, ele é bonito. - Harry... - sorrio e as curvas fundas no seu rosto formaram-se lentamente, retribuindo com um sorriso incomparavelmente mais bonito.

-Que fazes aqui?- ele suavemente pergunta. 

-Vou para casa...e tu? - respondo. 

-Não sei, custumo andar por aí, gosto de simplesmente andar. - ele esclarece e reparo que o desta vez, o seu mercedes preto não o está a acampanhar. 

-Oh. Isso é... interessante? - rio. 

-Nem tive tempo para saber mais sobre ti. - ele pára. - Como estás?

-Não há muito para saber, na verdade. -admito e encolho os ombros. Ele pressiona os seus lábios suaves numa linha fina,  como se estivesse a pensar. 

-Sugiro que me deixes descobrir isso por mim próprio. Não pareces ser alguém que não tenha nada para contar. - as palavras deles cheiram a hostelã com chocolate negro, e ele parece tão doce... Ele rouba o meu telemóvel da minha mão direita, e passado algum tempo devolvo-me. - Adeus, Violet. - ele despede-se agradavelmente e vejo o seu corpo desaparecer até ao fundo da rua enquanto as suas botas castanhas batem suavemente no chão. 

Apresso-me a chegar a casa e tento não pensar no motivo pelo qual ele terá "roubado" o meu telemóvel por breves segundos. 

Abro a porta de casa e não está ninguém, o Alex deve estar em casa do Niall. Subo as escadas apressadamente, chego ao meu quarto e pouso as sacas das compras no chão. Abro o meu armário e começo a pensar naquilo que hei-de vestir. A Emily tem razão eu preciso uregentemente de roupa nova, no entando não posso pensar nisso agora, só me deixa mais irrequieta. Procuro ser rápido e decido optar pela roupa nova que comprei.

Entro na casa de banho com uma certeza muito firme de que não me queria maquilhar, mas hesito assim que me olho ao espelho. Na verdade, tenho a certeza absoluta que ele vai aparecer aqui com um t-shirt simples e as jeans pretas, e vai conseguir que eu fique a olhar para ele o tempo todo a reparar nas suas tatuagens e ele nem sequer tenta, e de algum modo, isso irrita-me. Faltam cinco minutos para a hora combinada e estou num debate estúpido comigo própria. 

Pego no eyeliner e desenho uma linha muito fina sobre a minha pálpebra. "Estás ótima"  tento acalmar-me. Apercebo-me que parece que me estou a preparar para o meu primeiro encontro e sinto-me uma idiota. Ouço a porta da entrada a abrir e respiro de alívio por saber que vou poder pedir conselhos ao meu irmão antes de ir embora. 

-Alex? - grito ainda no meu quarto e dirigo-me ao andar de baixo. 

-Não, querida, sou eu. - é o meu pai. Já é noite serrada e sei que ele vai fazer um filme e não me vai deixar sair. 

-Pai? - eu chamo quase num sussurro. 

-Tanto entusiasmo por me ver, filha!! - o meu pai diz, ironicamente. Eu rio levemente. "Na verdade quero me ir embora, e tu estás a impedir-me"  o meu susbconsciente atira. -Vais sair? - ele pergunta assim que me olha de alto a baixo. A sua expressão está a mudar, não, não, não!

-Vou. - eu simplesmente digo, e tento desvalorizar a situação encolhendo os ombros. Por favor facilita, por favor! 

-A estas horas? Não vais não! - ele resmunga. 

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