Capítulo X

394 27 7
                                    

As luzes estão todas apagadas, por isso suponho que a Emily e a Rose já estejam a dormir, fico grata por a Emily me dar uma chave, caso contrário teria de acordá-la.

Sento-me no sofá com o computador nas minhas pernas e pergunto-me se estou pronta para fazer isto ou não, mas antes que possa recuar, a palavra "Bipolaridade" já está escrita na barrinha branca do Google.

"A doença bipolar, tradicionalmente designada como Doença Maníaco-Depressiva, é uma doença psiquiátrica caracterizada por variações acentuadas de humor, com crises repetidas de depressão e "mania" paro um pouco para me recompor, enquanto cruzo as pernas debaixo do computador. "O Liam já teve depressões durante as crises que nos pareceram incuráveis..." o Harry relembra na minha mente. Continuei a ler exaustivamente durante horas, e não me recordo do tempo que passou, mas estava absorvida pelo distúrbio.

Pelo que percebi, as crises variam entre um estado eufórico e irritável e um estado extremamente depressivo e suicída. Tal como o Harry disse, a duração das crises varia de pessoa para pessoa, há doentes que têm crises de anos e de meses ou então de apenas alguns dias, o problema é que não é possível prever. E se, até agora, as crises do Liam duraram apenas dias, se ele não for regularmente ao médico e se não estiver medicado, as crises podem aumentar a regularidade e até a duração.

A doença não é completamente curável, mas se for controlado e se se tomar a medicação certa, a duração das crises pode encurtar, logo o período de estabilidade será mais longo.

Já perdi a conta dos sites em que já estive, mas eu sinto que preciso de saber muito mais.

"A doença bipolar é uma doença que condena quem dela sofre a um estado de quase-loucura equiparável apenas ao da esquizofrenia, que não tem tratamento e será uma eterna incapaciadade..." eu vou, definitivamente, parar. Isto está a tornar-se depressivo, literalmente. São quase quatro da manhã, a minha vista doí e as minhas pálpebras estão a pesar.

Enquanto tomo banho não consigo deixar de pensar no Liam, ele foi simpático e amoroso e eu não posso ignorar a vontade que tenho de o ajudar, a minha motivação para cuidar dele é gigante e eu preciso da estabilidade ele, para eu estar estável também. Eu sei, perfeitamente, que os rapazes o vão ajudar, e eles podem contar também com a minha ajuda, sei que é contra a vontade do Harry, do Niall e até do meu irmão, se ele souber, mas se eu ficar quieta não fico bem comigo própria.

Acendo a luz do quarto da Em, e fico espantada quando reparo que a cama está vazia. Acho que esta noite correu muito bem para ela e para o Tristan.

Deito-me na cama e puxo os lençóis para longe, estou a morrer de calor, mas tenho a certez que daqui a nada vou estar a morrer de frio. É engraçado a maneira contraditória como lido com a vida, chega até a ser ridículo. É nestes pontos que percebo que não sou assim tão diferente do Zayn. Não sou assim tão diferente da sua mente distante e fria, ou talvez seja, mas eu não posso evitar o ímen invísivel que me puxa todos os dias para ele, mesmo quando ele está longe, e é ainda mais evidente quando estou com ele. A minha vida está uma confusão desde que o conheci, nada do que aconteceu nos últimos tempos teria acontecido se eu não tivesse estado naquele aula pela primeira vez. O meu irmão não saberia do que a Perrie fez, nem o Zayn, eu não tinha discutido com o meu pai porque não iria sair com ninguém, eu não teria assistido ao episódio horrível da pele do Zayn a ser queimada, eu não estaria fora de casa. Mas depois de pensar me tudo, eu não me arrependo, nem por um minuto. Eu não teria conhecido o Harry, nem o Louis e Liam, por isso, a minha escolha é quase óbvia. Eu só preciso de uns tempos para organizar a minha cabeça. Enrolo a almofada contra a minha cabeça e largo-a em seguida, quando sinto as minhas pernas nuas, arrepiadas. Eu sabia que ia ter frio. Puxo os cobertos e seguro as pontas com as mãos.

Breath ➸ hot Where stories live. Discover now