Morvudis: Quarto Ato II

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Morvudis: Quarto Ato II
Quarto Ato II: Diplomacia ilusória


Em uma manhã tranquila no castelo de Ankolleon, Tanith estava imersa em um banho de ervas, uma tentativa de aliviar as tensões que assolavam seu corpo e mente. Seu ventre, agora proeminente, era testemunha do fardo que carregava. Seus olhos, normalmente radiantes, refletiam cansaço e preocupação enquanto ela contemplava o futuro incerto que se desenrolava diante dela.

- Há algo... algo estranho com este bebê. - Tanith sussurrava para si mesma.-

Ela passou a mão suavemente sobre seu ventre, como se tentasse acalmar a si mesma e à vida que crescia dentro dela.

- É como se... eu pudesse ouvi-lo, sentir sua presença. Às vezes, parece que ele me mostra sonhos confusos, pesadelos que não consigo entender.- Tanith olha as nuvens um pouco assustada.

Nesse momento, Durzat, a Anciã idosa e conselheira de confiança de Tanith, entrou silenciosamente no aposento. Seu rosto azulado exibia serenidade e sabedoria, características que lhe permitiram ser a voz tranquilizadora nos momentos de crise.

- Minha Rainha, o Rei de Galadhri deve está próximo para a reunião diplomática. É importante que você esteja preparada.

Tanith olhou para Durzat, buscando apoio em suas palavras de sabedoria ancestral.

- Durzat, há algo de errado com este bebê. Sinto uma ligação incomum, como se... como se ele estivesse tentando se comunicar.

- Este bebê é um Voyanoriano, minha Rainha. Eles têm uma forte conexão com o mundo, com a natureza, com a vida, principalmente as vidas responsáveis por gastá-lo. É natural que você sinta essa ligação profunda. Mas você precisa ser forte. Sua saúde é crucial, tanto para você quanto para o bebê.

Enquanto Durzat confortava Tanith, Uramidi, a criada fiel e seguidora dos seres místicos, observava com preocupação silenciosa. Ela notou alguns comportamentos paranoicos em Tanith nos últimos dias, sinais de que o fardo emocional estava pesando profundamente sobre ela.

- Vossa Majestade, podemos ajudá-la a se vestir agora?

Tanith assentiu lentamente, permitindo que Durzat e Uramidi a ajudassem a se preparar para receber o Rei de Galadhri. Apesar de suas preocupações e medos ocultos, ela sabia da importância de parecer forte e sã diante das circunstâncias delicadas que envolviam a visita iminente do rei.

Enquanto o sol começava a iluminar os corredores do castelo, Tanith se preparava para enfrentar mais um desafio em seu reinado, buscando força não apenas para si mesma, mas também para o bebê que carregava, cuja essência mágica e conexão profunda com o mundo ainda eram um mistério a ser desvendado.

O sol da manhã refletia nas muralhas antigas de Ankolleon quando Kyogakh, o Rei de Galadhri, chegou à cidade acompanhado por alguns poucos soldados e seu fiel conselheiro, Haons. A comitiva avançava lentamente pelas ruas da cidade, cada passo ecoando a tensão do encontro iminente. Kyogakh mantinha a postura ereta e o olhar fixo, ciente de que cada gesto seu seria observado de perto.

A cidade de Ankolleon, com suas torres imponentes e ruas pavimentadas com pedras antigas, estava em pleno movimento. Os habitantes observavam com curiosidade a chegada da comitiva real. Para os soldados de Galadhri, a visão dos seres místicos perambulando naturalmente pelas ruas era desconcertante. Criaturas de pele translúcida, com olhos brilhantes e auras etéreas, caminhavam lado a lado com os humanos, como se fosse a coisa mais natural do mundo. O choque era visível nos rostos dos soldados de Kyogakh, que não estavam acostumados a tamanha diversidade.

Kyogakh continuava a avançar, mantendo sua expressão neutra, embora seus pensamentos fossem um turbilhão. Ao lado dele, Haon observava atentamente os arredores, seus olhos calculando cada detalhe.

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