Nocedis: Terceiro Ato VII

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Nocedis: Terceiro Ato VII
Terceiro Ato VII: Punição e Nostalgia

O grande salão do castelo de Urazi ecoava com passos pesados enquanto Urazi caminhava de um lado para o outro, suas botas ressoando contra o piso de pedra polida. Seus olhos normalmente serenos e calculistas, agora queimavam com uma intensidade feroz. Khaedis, sua prima, a observava com uma expressão preocupada, mantendo uma distância respeitosa enquanto Urazi deixava a fúria tomar conta de suas palavras.

- Como isso pôde acontecer? Como Naveen teve essa audácia? — Disse com a voz carregada de fúria.‐  Esse trono é meu por direito! Minha mãe sempre soube disso, ela me certificou desse momento desde que eu era uma criança!

Urazi parou abruptamente diante de uma tapeçaria antiga que retratava a história de seu reino, seus punhos cerrados à medida que a frustração borbulhava dentro dela. Os criados no salão mantinham-se discretamente afastados, sentindo o peso da ira da Rainha.

- Urazi, você é a verdadeira herdeira. Mas agora precisamos ser estratégicas. A precipitação pode nos custar mais do que podemos imaginar.— Disse Khaedis de forma firme.-

- Estratégicas? Estamos falando da minha irmã! — Encarou com os olhos flamejantes.– Izaru não merece minha pena mas merece muito menos passar por isso. Não merece ser humilhada por um marido infiel e ganancioso.

Urazi começou a caminhar novamente, sua mente girando com pensamentos de como reverter a situação, como confrontar Naveen sem cair em uma armadilha política ainda mais perigosa. As palavras de Khaedis ressoavam em seus ouvidos, mas a urgência de agir era quase palpável.

- Naveen vai pagar por isso. Ele vai pagar por cada insulto à minha família, por cada noite que passou com Lady Teariel em vez de respeitar o casamento com Izaru.

Khaedis permaneceu em silêncio por um momento, medindo suas palavras cuidadosamente antes de falar novamente.

- Você tem bons apoiadores, mantenha o controle.

Urazi respirou fundo, tentando acalmar a torrente de emoções que a consumia. Ela sabia que precisava de um plano meticuloso, não apenas para confrontar Naveen, mas para proteger sua irmã e restaurar a honra de sua família.

A noite avançava lá fora, mas dentro do salão, o calor da ira de Urazi queimava como uma chama ardente. Ela estava decidida a fazer justiça, não apenas por si mesma, mas por todos os que sofreram nas mãos de Naveen. Seu rosto refletia não apenas raiva, mas uma determinação inabalável de restaurar a ordem e a dignidade em Galadhri.

Galadhri, 14a d.V

O sol poente tingia o céu sobre Galadhri em tons de laranja e violeta, enquanto o vento marítimo soprava suavemente pelas torres do castelo. No salão principal de Galadhri, Dagmea, pequena e frágil, observava com olhos arregalados enquanto soldados de Masliat a levavam pela mão. Sua expressão, uma mistura de curiosidade e medo, refletia a incerteza de uma criança arrancada de seu lar.

Os soldados, com suas armaduras reluzentes e espadas embainhadas, mantinham-se sérios e focados em sua missão. Um deles, um jovem tenente com olhos gentis, olhou para Dagmea com compaixão.

- Princesa Dagmea, vamos levá-la para um lugar seguro, onde sua tia Isla cuidará de você com amor e carinho.

Dagmea assentiu timidamente, seus cabelos ruivos caindo sobre os ombros. Ela lançou um último olhar para trás, para onde Kyogakh e Tebhris estavam parados, enfrentando-se como tempestade iminente.

Kyogakh, com sua imponente figura e olhar frio, observava a partida de sua filha com um nó de emoções apertando seu peito. Ele se aproximou de Tebhris, que estava com as mãos cerradas e os lábios contraídos em um gesto de frustração contida.

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