Não há nada mais cruel do que ter que se adaptar
se encaixar
se guardar em caixas
como se tivesse preso em algum truque de mágicaNão há nada mais ridículo do que fazer
tudo o que o mestre mandar
sempre obedecer, reverenciar
se auto dilacerar
para se ajustar à normaSe entregar de bandeja para o mundo
doar a nossa juventude
para que ele a devore
matar o tempo
na esperança de que a morte
mostre qualquer coisa que faça sentidoNão há nada mais desconfortável
do que tentar caber dentro de uma roupa
não há nada mais triste
do que alguém que finalmente se cala
depois de tanto lhe mandarem calar a boca
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Pequenas Tempestades
PoetryAqui dentro a tempestade é diferente. A chuva que cai em mim não é feita de água, são gotas de calmaria e de caos. Dilúvio de poesia.