Você também é meu, meu e do Kamol

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--- KAMOL ---

Acordo atordoado e com uma baita dor nas costas pela posição em que estava, Macau está deitado contra mim e eu me lembro que estamos no hospital, fiquei fazendo carinho nele e acabamos dormindo. Eu me remexo levantando e Macau se espreguiça acordando. – Desculpa. – Eu peço. – Não queria acordá-lo. – Falo e ele suspira se remexendo, vejo que o braço do soro está meio inchado e ele geme tentando se posicionar melhor, eu o ajudo.

- Kamol? – Ele me chama e eu olho em seu rosto, estava dando uma olhada em seus pontos. – Cadê o Mitt?

Meu coração acelera e eu me viro para a cama em que o deixei dormindo, estava vazia, eu me volto para Macau com os olhos arregalados, passo a mão pelo cabelo. – Vou... eu vou procurá-lo. – Falo desconcertado.

Macau assente e se move para se levantar. – Você fica aqui. – Ele bufa chateado e eu saio pela porta olhando pelo corredor, eu olho ao redor, e não o vejo, ando por alguns corredores procurando por Mitt e acho que pareço transtornado, a enfermeira de mais cedo me para. – Você está procurando aquele mocinho doce? – Ela sorri e eu assinto.

- Sim, nós dormimos e ele saiu do quarto. – Eu falo olhando ao redor.

- Ele está na sala de música, hoje tinha apresentação dos palhaços, ele estava com fome e eu lhe dei algo também. – Eu começo a andar e ela me para. – É para o outro lado. – Ela sorri. – Ele está bem. – Ela segura em minha mão que está tremendo, depois em meu peito, só então percebo o quanto estou ofegante.

- Ele... ele passou por muita coisa... ainda está em perigo. – Eu paro fechando os olhos. – Desculpa, ele... tentou suicídio há pouco tempo, a clínica o liberou sob a nossa supervisão.

- Oh, eu entendo. – Ela suspira. – E você como está lidando? Já procurou ajuda? Ser a rede de apoio de alguém não é fácil... – E indica o caminho.

- Eu vou procurar, obrigada. – Falo quando ela me aponta a sala.

Eu abro a porta e me deparo com Mitt sentado com um cara vestido de palhaço, ou pelo menos estava vestido antes, agora só seu rosto está pintado, eles estão dobrando papéis.

- Isso, entendeu? – O cara pergunta.

- Sim! – Mitt sorri.

- Então, você vem sempre nesse hospital? – Ele observa Mitt atentamente numa clara intensão de flerte, o outro está alheio, concentrado em dobrar o seu papel, não entende o que ele fala.

- Eu não, mas vou em hospitais, estive em um durante um mês. – Ele fala e o cara ri. – E você?

- Sim, sempre. – Ele sorri encantado com Mitt.

- Se eu voltar você me ensina a fazer outro tipo de dobradura? – Ele pergunta e o cara recua sorrindo.

- O que quer aprender? – Ele pega o papel de Mitt e acerta algumas coisas.

- Um cachorro. – Ele estava fissurado por isso.

- Esse é bem difícil. – Mitt faz um muxoxo e ele sorri. – Mas, você pode tentar. Aqui, testa. – Ele entrega a dobradura e Mitt o aperta, o papel pula e ele quase pula de felicidade, dando risada.

- Incrível. – Ele bate palma.

- Igual você. – Ele fala para Mitt e escolho esse momento para me aproximar porque tudo tem limite.

- Mitt. – Eu falo e ele se vira para mim.

- Kamol. – Ele me olha surpreso - Eu aprendi a fazer origami. – Ele aponta sorrindo e pega um e leva até mim.

Sob Nosso Poder (Macau/Kamol/Mitt)Onde histórias criam vida. Descubra agora