Quando precisar, pivete

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--- MACAU ---

Agarro Mitt porque ele parece ter entrado em um processo tão extremo que caiu completamente na escuridão, só se abaixou e segurou suas mãos com força como se doesse, quando o peguei ele começou a se debater, falando coisas aleatórias, gritar, era uma cena paralisante para mim em qualquer momento, mas Kamol estava machucado, só havia eu agora.

Mando Kamol sumir com a caixa dali e ele sai da sala. Tento pegá-lo no colo para levá-lo lá para cima, mas é quase impossível, ele grita coisas sobre seu irmão, é quando Dulce, Felipe e Lucas entram na sala. – O que... Alan mandou... – Felipe olha para Mitt e aproxima. – É uma crise de ansiedade?

- Mandaram algo na caixa que desencadeou isso, ele não se acalma... – Eu estou meio desesperado, Mitt continua se debatendo nos meus braços, nada do que eu faço alcança ele, nem a minha voz ele reconhece.

- Vamos levar ele pro quarto, vou medicá-lo, talvez seja o que ele precisa agora. – Eu assinto, sem querer acreditar que alguma coisa vai acalmá-lo, e Felipe me ajuda a levar Mitt, em questão de minutos Lucas chega com uma maleta, Kamol aparece e me olha confuso.

- Felipe acha que é melhor... – Ele suspira fechando os olhos com força e me ajuda a segurá-lo, Felipe e Lucas trabalham sem nem se falar, apenas trocam olhares, pouco tempo depois Mitt está apagado com uma agulha no braço. – Precisa mesmo do soro? Não é só uma vez?

- Se ele acordar e tiver mais uma crise vai ser mais fácil assim, até manejar e eu entender o que está acontecendo. – Assinto e Kamol permanece calado atrás de mim, me viro para ele.

- Kamol... – Ele balança levemente a cabeça.

- Eu só estou puto, demorou muito para a medicação dele começar a diminuir. – Felipe olha de mim para ele e suspira.

- Você acha que eu não estou? Ontem ele estava estável... Esse cara é um idiota, você acabou de se machucar... Fica aparecendo e brincando com a mente dele. – Levanto da cama nervoso e Kamol me puxa para perto, coço a cabeça.

- Tudo bem, vamos lidar com isso. – Ele me puxa pra um abraço. – Acha que isso vai gerar alguma consequência para ele? Misturar remédios assim?

- Ele já estava há 24 horas sem remédios, geralmente esse tipo leva até 48 horas para sair do sistema, mas eu vou monitorar, não dei nada extremo, só o sedei. – Felipe para um tempo e nos analisa. – Sinceramente? Eu não sei o que ele tem, não sou o médico dele, mas reviver memórias é comum em um quadro de estresse pós-traumático, e era o que parecia, se ele aprender a lidar com isso, tudo ficará melhor.

- Como se faz isso? – Pergunto me soltando de Kamol e me aproximando mais da cama.

- Ai é com o psiquiatra e o psicólogo, mas isso tem que ser feito adequadamente, não com gatilhos, não com alguém jogando isso na cara dele do nada. – Eu assinto e caminho até a cama sentando-se do outro lado.

- Eu venho aqui de meia em meia hora. – Eu agradeço, e os dois saem do quarto, eu percebo que Lucas nos olha curioso, mas não sei porque.

- Ele vai ficar bem... – Kamol sussurra para mim enquanto tiro os cabelos de Mitt do seu rosto.

- Vem, deita um pouco, você precisa descansar. – Ele sorri ou finge e deita na cama abraçando minha cintura, continuo sentado ao lado de Mitt acariciando sua cabeça. – Não gosto de ver vocês machucados. – Sussurro e Kamol ergue a cabeça lentamente.

- Eu tenho novidades, conversei com Alan, vou trabalhar com ele agora. – Continuo acariciando os cabelos de Mitt, e com a outra mão faço carinho em Kamol. – Ele ofereceu uma casa aqui na propriedade, disse que tem entrada própria, mas como fica dentro da cerca tem segurança e tudo mais.

Sob Nosso Poder (Macau/Kamol/Mitt)Onde histórias criam vida. Descubra agora