A carruagem que transportaria Rhaena e as crianças de Rhaenyra já estava pronta, assim como os ovos e os filhotes de dragão.
Visenya segurava Aegon e Viserys no colo, utilizando de sua força para abraçá-los uma última vez antes da partida.
A princesa depositava um beijo na testa de cada um e então os colocava no chão, agora era Joffrey quem ela lutava para conseguir erguer.— Meu guerreiro cresceu. - Ela murmurou baixinho enquanto o envolvia em um abraço.
— Estou com medo... - O pequeno Velaryon disse com um tom choroso.
— Apenas confie em mim, você ficará bem. - A platinada disse de maneira reconfortante enquanto o colocava no chão.Visenya ajeitava vestido e respirava de maneira profunda enquanto caminhava até Rhaena que observava o horizonte de maneira pensativa.
— O que lhe aflige? - Ela questionou de maneira sutil.
— Me sinto inútil comparada a vocês. Baela e você irão trajar armaduras de verdade enquanto ficarei sentada cuidando de bebês e ovos. - Rhaena respondia de maneira sincera, desviando o olhar para o rosto da princesa.
— Não seja tola... Não anseie tanto o estranho assim. Acha que estou contente em trajar uma armadura? O fardo que você carrega é mais pesado que o meu, nosso futuro está em suas mãos. - A Targaryen deslizou uma mão sob os longos dreads que penteavam o cabelo de Rhaena. — Mas não se preocupe, nossa linhagem prevalecerá. Se os Deuses forem bons conosco, você terá nos protegido com bravura. No fim estaremos todos juntos ao redor de uma grande mesa banqueteando.O som das rodas da carruagem esmagando o chão arenoso partiram o coração da garota.
Após a morte de Lucerys ela havia de fato se tornado mais fria, mais reservada, mas, ainda amava os irmãos acima de qualquer coisa.
No funeral de seu irmão gêmeo ela se recusava a queimar o manto que utilizavam juntos quando ainda sequer sabiam formular palavras, e agora este manto era seu refúgio.
Visenya estava nos próprios aposentos abraçada a este pedaço de tecido enquanto murmurava uma canção de ninar para si mesma e se movimentava de maneira circular no quarto, como se de fato estivesse se ninando.
Foram algumas batidas na porta que a retiraram de seu transe. A princesa deixava o manto de lado e ia atende-la, se deparando com um dos guardas.— Otto deseja vê-la. - O tom grave do guarda preencheu o local que antes estava tomado pelo silêncio.
Muitas coisas se passaram na mente da garota, das mais raivosas até as mais baixas, mas, no final ela apenas balançava a cabeça em concordância.
Assim que era posta no mesmo cômodo que a antiga mão de seu avô a jovem sem pensar duas vezes avançava para cima do mais velho e desferia um tapa com toda força que tinha no rosto do mesmo.
Essa atitude já era esperada por Otto, ele não esperaria menos na verdade.— Já conseguiu envenenar minha mãe com palavras bonitas. - A voz da princesa saiu de maneira ríspida. — Não funcionará comigo.
— Você é exatamente o que faltava em Viserys e o que falta em Rhaenyra. - O homem disse de maneira pensativa enquanto sentia o amargor do sangue nos lábios.
— E você quer que tenhamos misericórdia da sua casa, da sua filha, e dos seus netos traidores. Quer inclusive me casar com um deles. Daeron morrerá na noite de núpcias, estou lhe avisando.
— Realmente, não seria agradável. - A voz jovial levemente rouca vinha da porta que acabara de ser aberta.Quando Visenya virava para tentar reconhecer de quem era a voz, ela se deparava com um rapaz alto, magro e de fios platinados extremamente lisos. A princesa sentia absolutamente nada, nenhuma conexão foi estabelecida ali. Na verdade ela se pegou pensando em Ben, queria que o guerreiro estivesse ali, queria assistir a reação dele ao vê-la tão próxima de um possível pretendente.
Benjicot por sua vez estava na área onde utilizavam para treinar possíveis batalhas. O treino era pra valer, muitos saíam realmente feridos.
Os barulhos metalizados das espadas eram tão altos que chegavam a ser insuportáveis, mas, não para o Blackwood. O moreno sorria de maneira fria enquanto dançava com destreza a dança do caos.
Desde sua última conversa com a princesa Visenya ele descontava toda a frustração no campo de batalha, e agora ele se via ali, agarrado em outro soldado em um mata leão.
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Bloody Sins
FanfictionAssim que o primeiro bebê se desprendia do corpo de Rhaenyra, a futura herdeira do trono se rendia as lágrimas. Seus braços se moveram de maneira instintiva para pegar o recém nascido no colo e um enorme sorriso preenchia seu rosto, sorriso este que...