Pouso de Gralhas.

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Assim que a luz do sol preenchia a escuridão, Visenya se levantava para se preparar.
Damas de companhia estavam ao seu redor, amarrando e ajeitando armadura que um dia havia pertencido a conquistadora Visenya. A armadura lhe caía como uma luva e assim ela deixava o castelo em direção a Vermithor.

Daemon, Rhaenyra, Jacaerys e Rhaenys estavam lá para se despedir, ao observarem a garota um sorriso invadia o rosto de cada um; ela realmente parecia e se portava como uma guerreira feroz.

— Lembre de sua missão, se qualquer coisa sair da curva, volte imediatamente para casa. - Rhaenyra olhava nos olhos da filha que balançava a cabeça de maneira positiva.
— Sim Senhora.
— Mostre aos verdes o seu potencial, se torne algo que eles temam. - Daemon ditou enquanto observava a enteada.
— E volte inteira de preferência. - Jacaerys completava entre uma risada baixa.
— Tentarei. - A jovem também riu.
— O seu chicote é muito leve para uma batalha. - Rhaenys se aproximava da princesa com um chicote de couro puro cravejado com espinhos de aço valiriano. — Com este Vermithor lhe obedecerá melhor. Considere um presente.

Os olhos violetas de Visenya brilharam ao observar cada detalhe do objeto que lhe era entregado.

— É maravilhoso... Obrigada.

Após um breve abraço em cada um ela se agarrava nas cordas presas ao enorme dragão que lhe esperava pacientemente.
Quando finalmente conseguia se encaixar e se amarrar na cela, Benjicot surgia para vê-la uma última vez.

— Volte para mim! - O Blackwood disse em voz alta não se importando se os ali presentes iriam ouvir.

A platinada riu baixinho e balançou a cabeça em descrença.

— Sōvēs, Vermithor! - A enorme besta abria ambas as asas e aprumava o corpo para pegar impulso e só então levantar voo.

Junto com ela saíram também cem homens montados em cavalos fortes e bem alimentados que iriam auxilia-la em terra caso algo desse errado.

O primeiro dia de voo e exploração havia sido tranquilo, passaram somente em territórios já prometidos aos negros, então nenhum desafio foi encarado.
Porém, conforme se aproximaram do objetivo final, o clima se tornava mais árduo, mais denso. O sentimento de rejeição crescia no peito da princesa.
Após alguns dias constantes de vôos e cavalgadas, Visenya e sua tropa estavam finalmente próximos ao destino; Pouso De Gralhas.

Os homens de sua tropa a tratavam com extremo respeito, isso alegrava e trazia certa esperança a princesa que parecia se divertir e tomar aquilo como se fosse de fato somente um aprendizado.
As primeiras queimadas haviam sido vistas pela garota que sobrevoava o território nas costas de Vermithor.
Seus olhos violetas eram afiados e atentos a cada movimento humano que vinha do chão.

— Dragão!!! - Alguns camponeses, rebeldes e soldados de Aegon gritaram em desespero. Um sorriso se formava nos lábios da jovem princesa que ordenava Vermithor a voar de maneira mais rasa.
— Dracarys! - A palavra se desprendia da garganta da garota com fúria enquanto as chamas alaranjadas de Vermithor reduzia soldados e rebeldes a pó.

E de repente... Silêncio.
A jovem olhava para os lados confusa; era só isso? Realmente, só isso?
Não havia ninguém em campo aberto, apenas os sons da galopada de sua tropa eram perceptíveis. E então, um movimento vindo das árvores acompanhados por gritos de guerra enchiam seu coração de terror e ansiedade, mais de mil homens surgiam do conforto que a mata lhes dava; uma armadilha.

— Droga... Não. - Ela murmurou para si mesma enquanto rapidamente se agarrava nas rédeas do dragão e o puxava para o lado de onde os homens surgiam, na esperança de conseguir queimar ao menos alguns deles, pois se eles chegassem a sua guarda de somente cem homens, a chacina seria certa.

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