Inicio do Fim.

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— Benjicot! - Visenya exclamava enquanto se levantava com rapidez.

A princesa não conseguia evitar o primeiro soco, nem o segundo... Foi somente no terceiro que ela conseguiu se agarrar nas costas do Blackwood e segurar seus braços.
Ben tinha força o suficiente para se desprender, mas, decidia ouvir a voz da jovem.

— Ele lhe machucou.

Foi a única coisa que saiu dos lábios do moreno antes que ele se desprendesse de Visenya e saísse de cima de Daeron.
O Targaryen colocava uma mão sob o nariz; quebrado.

— Estávamos treinando! - A princesa lhe disse com indignação enquanto se aproximava de Daeron para tentar ver a ferida que havia se aberto.
— Não me interessa. Se você não habilidades com espada você treina com quem também não tem. Somente um porco aceitaria tal confronto injusto. - Benjicot deu de ombros enquanto olhava ao redor. — O que estão olhando?Voltem a treinar antes que eu escolha o próximo.

Daeron se erguia com o auxílio da sobrinha e um sorriso irônico se formava em seus lábios ainda molhados pelo líquido vermelho.

— Entendi... Está bravo, não é? A realidade deve ter batido em sua porta. Você deseja Visenya, mas, não pode tê-la. Afinal, sua casa não é tão relevante assim. Então você desconta suas frustrações, gosta de colocar medo nas pessoas e isso deve de fato inflar seu ego, lhe fazer se sentir poderoso. Pois somente o título de Lorde de uma casa pequena não é o suficiente. Eu também seria infeliz se estivesse em sua pele.

Benjicot precisou dar um passo à frente e erguer as sobrancelhas em descrença para tentar começar a acreditar que o príncipe havia de fato sido tão ousado assim.
Agora Visenya entendia a alcunha do Tio; Daeron, O Ousado.

— Seu nariz não voltará para o lugar com palavras bonitas e ousadia. - Foi preciso um extremo autocontrole para que não terminasse de fazer o que desejava fazer desde que Daeron havia pisado em Pedra do Dragão. O Blackwood apenas respirou fundo e balançou a cabeça em negação, se direcionando para o lado oposto logo após.

— Cuidado com a língua. - A princesa murmurou enquanto encarava o tio. — Hoje um nariz quebrado, amanhã em braço... E depois?
— Não me importo, você mesma já proclamou que irá me devorar na noite de núpcias. Então viverei intensamente meus últimos momentos. - Ele soltou uma risada rouca enquanto lambia o sangue ainda presente nos lábios. — Um guerreiro não é um guerreiro sem suas marcas.

Visenya estava prestes a falar algo, porém teve sua atenção roubada por sons que pareciam ser de centenas de cavalos galopando e relinchando, junto a murmúrios masculinos que soavam como canções de guerra.
O inverno havia chegado em Pedra Do Dragão.

— Guerreiros Nortenhos, enviados pelo Lorde Cregan Stark, Senhor de Winterfell. - O mensageiro falava assim que os grandes portões que davam acesso ao castelo eram abertos.

A platinada corria até o local com curiosidade, sabia que não seria os melhores guerreiros nortenhos, Cregan havia deixado isso bem claro, mas, queria vê-los de perto.
Assim que se aproximava ela já poderia notar o quão barulhento e alegres eles eram, composto por sua grande maioria de homens já formados e barbados, com longas madeixas pretas, castanhas e as vezes ruiva. Seus trajes também a instigavam, pele pura, algumas nem sequer limpas.

— Rústicos. - Visenya murmurou baixinho enquanto um sorriso se formava em seus lábios. Os Baratheon's teriam que lidar com nortenhos, Blackwood's e um dragão experimente em guerras, a vitória parecia certa para ela.

Eles não marchariam imediatamente para Ponta Tempestade, afinal, os homens precisavam descansar após meses de cavalgada.
Benjicot também estava no pátio observando cada homem que passava pelos portões.

— Muitos homens. - Resmungou em insatisfação. — Muitos homens para uma garota só.

Ele não estava errado... Por mais que Visenya fosse nas costas de um dragão, ela teria que descer uma hora ou outra para se alimentar, comer e dormir. E faria isso rodeada de guerreiros.

Do outro lado da história entretanto, as coisas não iam tão bem.

— Daeron e Otto desapareceram! Como está tão tranquilo sobre isso? - Alicent dizia em um tom de voz alto enquanto batia os punhos sob a mesa do conselho. — Não vê que está se destruindo?
— Eu não ligo, eles não são importantes. - O Falso Rei deu de ombros enquanto revirava os olhos. — Sor Criston irá cavalgar até Harrenhall para tomar o castelo e lá poderemos abrigar nossos soldados e juntar mais por onde passarmos, fazer cada pequena vila dobrar o joelho para mim, pegar cada garoto e homem.
— Daemon já fez isso. - A ruiva balançava a cabeça em descrença com a burrice do primogênito.
— Mas, ele retornou para a puta dele. Deixou o território desprotegido. E eu o tomarei.
— Um local imenso, propício para abrigar homens e desprotegido. Você é burro? - Dessa vez era Aemond quem falava. — Isso cheira armadilha.
— Por isso iremos juntos, eu e você querido irmão. Vhagar e Sunfyre.
— Está cogitando usar nossos dragões mais importantes para conquistar um castelo que caí aos pedaços dia após dia? - A mulher não queria acreditar no que estava ouvindo. — E deixar King's Landing desprotegido? Sem um dragão?
— Temos Dreamfyre, Helaena precisa acordar, não posso fazer tudo sozinho.
— Você não faz nada! Helaena está enlutada e você prefere continuar se esgueirando pela Baixada das Pulgas para se deleitar com meretrizes enquanto sua esposa chora pelos cantos do castelo. Isso é ridículo.

A Rainha Viúva rangeu os dentes e se afastou da cadeira, estava farta das imbecilidades do filho.

— Creio que sua mãe esteja certa. Deixe que eu vá sozinho com meus homens, aqui por perto mesmo... Marcharíamos por vilas, queimaríamos plantações, gados e mataríamos quem não se curvasse perante ao seu nome. Uma hora ou outra um desses Lordes pequenos enviará um corvo para a Falsa Rainha suplicando por ajuda e o provavelmente Rhaenyra enviará somente um dragão pensando não se tratar de algo sério, e assim poderíamos cercar quem quer que fosse com Vhagar e Sunfyre, dando uma baixa crucial para o time deles, eles perderiam um dragão. E nós não estaríamos tão longe de King's Landing. - Cole disse de maneira firme.

Os olhos de Aegon se encontravam com o único olho de Aemond.
Um olhar de satisfação e pequenos sorrisos foram trocados, era de fato uma ideia genial.

— Então vamos para a guerra. - Aegon disse pegando o cálice de vinho.

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