Se um cenário pudesse descrever aquela situação , com certeza seria de uma adolescente tentar explicar as merdas que fez a sua mãe , era assim que Alcina se sentia naquele momento, após ver que Cecília se encontrava bem, ela junto de Michelle, se sentaram sobre o sofá enquanto a própria Alcina se sentava novamente sobre a poltrona com a criança sobre o colo, o olhar da ruiva mais velha era tão intenso voltado a ela que sentia que se o olhar fosse arma, ela já estaria ao lado de Deus…ou do capeta, dependendo de seus pecados feitos em vida, tal pensamento a fizera formar uma careta sobre sua face, mas volta a permanecer neutra quando ouve um pigarrear de Cecília chamando sua atenção .
Irão me explicar o por que de ter uma criança nesta casa?- pergunta Cecília agora olhando entre a professora e Michelle que animadamente abre sua boca prestes a falar, mas ao perceber o olhar da morena dirigido a ela, se cala rapidamente, desviando o olhar.
Vendo que Cecilia não teria uma resposta de sua filha, cruza os braços sobre o peito voltando sua atenção a Alcina que parece engolir em seco, ao ver a mulher erguer uma de suas sobrancelhas, ela se sentia encurralada, e isso por que ela não tinha feito nada de errado, mas o olhar enviado a ela a fazia pensar que teria feito algo com Michelle, mesmo não tendo feito nada. E mesmo se tivesse feito, como que ela faria uma criança em um dia? não teria como, e por onde também? ela não tinha o que era preciso para colocar uma criança em outra mulher. Tal pensamento a fizera querer rir, formando um singelo e quase imperceptível sorriso sobre o seu rosto. Mas o segurou o quanto pode enquanto focava novamente em Cecília que parecia impaciente, o silêncio que se preencheu sobre a sala era tão incômodo e tão desconfortável, o “clima” que se instalou era tão escurecedor que qualquer um poderia cortar aquilo com uma faca.
Em um pingarreio Alcina ajeita sua postura, como se formasse uma armadura sobre si ao fazer isso, mas isso era tão tolo quanto seus pensamentos, por quê iria temer Cecília, ela não fez nada de errado, ela não deixaria esse simples bebê lá fora para congelar, ela não seria cruel com essa criança e sabia que a ruiva mais velha faria a mesma coisa se estivesse em seu lugar, e só esse pensamento foi o suficiente para ela começar a falar enquanto acariciava a pequena bochecha do bebê sobre os seus braços .
Cecília…-ela diz com calma, seu semblente sério o suficiente para mostrar que não se deixaria abalar pelo olhar de uma mãe brava, o que de fato era mentira, por que mesmo com toda a calma do mundo, seu coração parecia que iria explodir em seu peito, ela podia sentir seu batimento em sua garganta e se alguém prestasse muito a atenção veria um certo movimento sobre o pescoço da morena. Mas para ela bastava que Cecilia acreditasse que ela estava calma, o que de fato funcionou melhor do que imaginado, ao ver a estrutura da ruiva um tanto mais relaxada. - Bem… como é de se imaginar…alguém abandonou esse bebê em sua casa.- ela diz olhando nos olhos da mulher que vira levemente a cabeça de lado.- Não se sabe ao certo os motivos para isso, e também não conhecemos o indivíduo .
Alcina diz olhando para Michelle e logo para sua mãe que apenas dá um aceno de cabeça ,dando a entender que entendia o que aquela situação significava, fazendo a morena suspirar em alívio .
então entenda, não leve as palavras de sua filha tão a sério, desde o dia que vim para cá percebi que sua filha pode ter uns parafusos a menos em sua cabeça…- ela diz olhando a jovem dos pés a cabeça, que se encontrava com as bochechas infladas em irritabilidade por tais ofensas a sua pessoa - E com isso, ela pode falar quaisquer coisas que vem em sua mente, acredite já fui vítima de muitas delas- ela diz estreitando os olhos para Michelle enquanto apenas se ouve a leve risada de Cecília ao fundo a concordar com o que Alcina dizia. - Michelle é uma boa garota, mas um pouco pra frente em seus pensamentos.
De fato…Michelle é meio complicada em relação a usar o cérebro - diz Cecilia entre risadas.
Mãe !- exclama a jovem a mulher que apenas da de ombros ao ver a expressão de indignação sobre a face de sua filha.
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Minha Professora de Piano
FanfictionAlcina fora uma mulher com grandes privilégios desde jovem, nascida em uma família de grande poder e riqueza , nunca lhe faltará nada, ou melhor quase nada, ela tinha tudo aos seus pés menos o amor de seus pais, crescendo praticamente negligenciada...