4 pov Luke

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Depois de alguns dias parecia que a família já tinha se esquecido sobre Aemond e sua descrição muito específica sobre meu cheiro, o que era bom, depois daquela declaração minha mãe me olhou como se eu estivesse escondendo algo dela, perdi a conta de quantas vezes ela me perguntou se Aemond era o alfa que eu tinha escolhido para mim, eu menti em todas as vezes, ela não pareceu ficar muito feliz com a possibilidade dele ser meu marido.

Voar com Arrax era a melhor forma de espairecer, subir acima das nuvens e fazer uma queda livre com ele tinha uma sensação de liberdade que com meus pés no solo eu jamais teria. O sol já estava quase se pondo, era hora de voltar, quando pousei Sir Erryk estava lá a minha espera com uma carruagem.

- Não fiquei tão feliz Sir, assim Arrax vai se sentir ofendido. - comentei descendo da sela de Arrax, ele estava crescendo bem, estava forte e rápido.

- Sempre que o senhor volta intacto de seus voos meu lorde, minha cabeça se livra de ter um encontro com a irmã negra.

Sorri para ele, e fui de encontro a Rhaena que estava me esperando na carruagem, Rhaena ainda não tinha um dragão, as vezes me sentia mal por ela, Vhagar era de sua mãe e depois que ela se foi Rhaena iria reivindica-lá, até que Aemomd o fez.

Nossa conversa foi agradável na volta para a Fortaleza, fofocamos sobre alguns acontecidos, e Rhaena me atualizou dos detalhes da novela entre Jace e Aegon. Aparentemente Aegon partiu pra cima de Jace com uma espetada depois de meu irmão dizer que o ômega cheirava a estrume e chiqueiro de porco. Aegon não tem jeito com espadas e ambos caíram juntos uma poça de lama, parece que meu tio conseguiu dar vários tapas em Jace antes de meu irmão o prender com os pulsos no chão, deve ter sido uma imagem engraçada de se ver, não acredito que perdi isso.

Assim que chegamos já estava escurecendo, fui a procura de Jace para saber dele essa história toda, estava chegando na esquina do jardim real quando o vento me trouxe o cheiro cítrico e amadeirado de Aemond, diminui minhas passadas e procurei por ele no jardim, mas não achei, o cheiro dele me cercava mas não tinha sinal de uma alma viva naquele jardim.

Devo estar alucinando, que ótimo.

- Está procurando alguém sobrinho?

Meus pelos se arrepiaram com o susto, pelos deuses, me virei rapidamente, ele estava a poucos passos, talvez dois ou três, Aemond era consideravelmente mais alto, eu era obrigado a levantar um pouco o olhar.

- Está querendo me matar de susto?

Ele trocou a perna que sustentava seu corpo, parecia uma postura relaxada, mas seu aroma era intenso demais.

- Matar você? Não.

Ele diminuiu a distância entre nós para menos de um passo, sua destra foi até minha face, ele deslizou os dedos pela minha franja e acariciou o dorso do meu rosto, meu ômega ronrovana com isso, tive que lutar contra a vontade de fechar os olhos e aproveitar, o polegar dele psrou ao lado de meu olho esquerdo.

- Um olho já basta.

Seu sorriso sereno não combinava com sua ameaça ao meu olho, tirei sua mão do meu rosto e me afastei alguns passos, ele não se moveu.
O vento ficou contra mim, levando meu cheiro para ele, e como sempre ele pareceu rejeitar, aquilo me irritou profundamente.

- Você rejeita muito meu cheiro pra alguém que sabe defini-lo muito bem.

Provoquei, me lembrando de suas falas no jantar novamente, ele voltou a se aproxima e eu ia cada vez mais para trás até não ter mais aonde ir.

- Não me intérprete mal. - seu olho percorreu todo meu rosto procurando alguma coisa em minhas feições - Seu cheiro me enoja.

- O sentimento é recíproco.

Respondi no mesmo tom, estávamos muito próximos não era preciso gritar para os sete ventos, ele não pareceu se abalar com minha resposta na verdade ele liberou mais de seu aroma, merda, assim ficava difícil sustentar a mentira, ficamos em uma pequena guerra de aromas até o jardim inteiro ficar misturado ao nosso cheiro, eu já estava muito perdido entre seu olhar e seus lábios, ele percebeu isso pois seu sorriso aumentou.

Eu não ia aguentar ficar naquela briga, era demais pra mim, com um súbito de coragem eu o empurrei me livrando daquela "prisão" que era estar preso no olhar e no aroma sensual do sândalo.
Estava quase fora do jardim, então me lembrei das palavras de Helaena, minha tia não costumava errar nas suas visões, parei no meio do caminho e respirei fundo. Ouvi passos calmos em minha direção, revirei os olhos pelo prazer daquele cheiro quente.

- Talvez se você me pedir perdão de joelhos eu mude de ideia sobre arrancar seu olho.

Olhei para o céu, não tinha nenhuma estrela, ele estava escuro e solitário, apenas a lua brilhava lá em cima.

- Não será está noite que irei me humilhar assim por um perdão seu.

- Você está se tornando atrevido demais sobrinho. - Sua respiração estava na minha orelha, estremeci.

Eu esperei tanto tempo pra tê-lo perto assim, mas não desse jeito, não com um jogo de provocações, mas eu poderia fazer, Aemond não iria brincar comigo assim.
Me virei de frente pra ele, tentei não mostrar que estava intimidado, estava tão perto.

- O alfa que escolhi não reclama. - fiquei feliz pela minha voz não ter vacilado, isso me entregaria.

O sorriso presunçoso dele morreu ao ouvir minhas palavras, seu olho bom brilhou com uma intensidade que eu não saberia explicar e seu aroma que estava sedutor ficou muito forte, de um jeito ácido, como limão estragado.

Ele está com ciúmes.

Sinto um orgulho preencher meu peito, e um sorriso crescer em meus lábios, dou as costas pra ele satisfeito, a reconciliação vai demorar um pouquinho tia Helaena, me desculpe, mas provocar Aemond parece mais divertido agora.

Do ódio ao amorOnde histórias criam vida. Descubra agora