1 pov Luke

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Sempre acreditei que o amor era uma coisa distante demais da vida de um príncipe e tive essa certeza naquela noite, aquela fatídica noite que me atormenta até hoje. Admito que tirava sarro de Aemond por não ter um dragão mais vezes do que posso me lembrar, mas ainda assim eu o admirava, ele tinha aflorado seu segundo gênero na época, fazia pouco tempo, um alfa.

Um alfa quieto e pouco social, Aemond sempre evitava multidões, a menos que fosse muito necessário e sendo um príncipe, sua presença sempre era necessária assim como a minha, e eu sempre busquei ter a atenção dele, eu ainda não tinha aflorado meu segundo gênero, mas os meistres diziam que eu seria um ômega e essa possível informação me fazia sonhar com a ideia de me apaixonar por um alfa como Aemond, as vezes sonhar com o próprio, uma fantasia infantil que caiu por terra depois que arranquei o olho dele.

Aemond começou a me evitar, não olhava mais para mim, contorcia o nariz sempre que meu cheiro parecia forte demais, depois que me descobri ômega parece que tudo ficou pior, ele se retirava do ambiente em que eu estava, parecia que meu cheiro o deixava enojado, como eu poderia sonhar em ser parceiro de um alfa que não suporta meu cheiro? Eu não sabia responder.

- Meu príncipe, está distraído demais. - Sir Erryk disse após me acertar com a espada de madeira - Que tal uma pausa por hoje.

Devia parar de pensar sobre isso durante os treinos de combate, foi difícil convencer Daemon de que eu era capaz de aprender, não posso me dar o luxo de ficar apanhando assim. Respirei fundo, apenas concordei com a pausa e com uma leve reverência Sir Erryk se foi.

- Está indo bem para um ômega sobrinho. - não me dei o trabalho de procurar a origem do comentário, Daeron fazia piadinhas assim quase sempre. Mas ele não estava sozinho dessa vez, porque eu reconheceria esse cheiro de limão em qualquer lugar e o vento da manhã parece ter feito questão de trazê-lo para mim.

- Vindo de você é um elogio tio! - retruquei seu comentário - Para um alfa você luta mal pra caramba.

O vento estava a meu favor, contanto que meu cheiro não fosse na direção de Aemond ele iria permanecer ao lado de Daeron que fechou a cara com a resposta.

- Desde quando tem a língua tão afiada sobrinho? - Mesmo que eu tentasse muito os filhos da minha avó postiça, a Rainha Alicent, não faziam muito esforço para manter nossa convivência boa, não mais.

- Desde que você começou a meter seu nariz gigante onde não é da sua conta.

Foi pouco, mas eu vi um leve curvar nos lábios de Aemond, ele achou engraçado, isso me dá alguma credibilidade? Olha onde que cheguei por míseras migalhas de interação.
Daeron se mostrava muito confiante, mas ele era um babaca frágil, ser humilhado por um ômega mexia demais com seu ego.

- Vou te mostrar o que é grande.

Ele começou a andar até mim, mas foi parado pelo irmão mais velho, que sussurrou algo em seu ouvido, Daeron se soltou bruscamente de Aemond e saiu resmungo alguma coisa que eu não prestei atenção, meus olhos ainda estão presos em Aemond e em como ele impediu que Daeron viesse até mim, um gesto bobo aos olhos dos outros, mas para mim era como se tivesse ganhado um torneio.

Ele me encarou de volta por um tempo, até o vento mudar de direção e levar meu cheiro para ele, voltando a estaca zero novamente. Aemond torceu o nariz e seguiu na direção contrária de seu irmão mais novo, e eu? Eu estava frustrado, com tantos alfas neste reino fui me apaixonar justo por ele, devo ser masoquista ou apenas sem amor próprio mesmo.

Do ódio ao amorOnde histórias criam vida. Descubra agora