14 pov Aegon

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Daeron já tinha acordado, mas ele estava tão horrível que não conseguia abrir a boca, graças aos deuses, o rosto dele estava inchado, e tinha uma tipoia segurando o braço do ombro deslocado. Eu consegui pedir pras criadas me trazerem uma jarra bem cheia de vinho, eu não ia conseguir ficar aqui dentro sóbrio e Jace já tinha ido embora fazia muito tempo.

Ele ficou alguns minutos comigo até que não pudesse mais, não era suficiente óbvio, eu queria mais dele, mais do que só palavras doces, mais do que momentos escondidos pelos corredores, mais do que ficar aborrecendo ele e o irritando para que eu tivesse a atenção dele toda pra mim.

- Cadê o seu irmão?

Minha mãe entrou pela porta tão rápido que se ela fosse alfa e homem a teria derrubado.

- Está na cama, não tá vendo?

Minha voz saiu meio áspera e tediosa, bebi mais um gole de vinho, eu já não sentia mais a queimação do álcool na garganta.

- Para de palhaçada! Onde está Aemond?

Revirei os olhos cansado, sóbrio eu não conseguiria lidar com ela, mas bêbado eu tinha coragem até de mandar ela se fuder, um dos motivos pra beber.

- Como eu vou saber? Você me fez ficar preso aqui dentro o dia todo.

- Abaixe esse tom! Insolente, Viserys mimou demais você, fazendo seus caprichos, do mesmo jeito que fez com Rhaenyra. O mundo não gira ao seu redor sabia?

- Eu tinha me esquecido que a grande vítima dessa história toda é você, a rainha que não queria ser rainha.

Ela bateu a mão na minha taça, derramando todo o vinho no chão, um desperdício, já era a segunda vez que ela fazia isso hoje, não se pode beber em paz.

- Esse vinho é caro.

- Me respeite, eu sou sua mãe!

Eu me levantei, peguei a taça do chão e enchi novamente levando a jarra comigo pra saída do quarto, eu não era obrigado a isso, eu já tinha sido obrigado a me casar com o corpo que estava quase entrando em estado vegetativo de tanto que tomava leite de papoula pra dor e voltava a dormir, se ele morresse seria um favor pra mim.

- Aonde você vai?

Pra qualquer lugar longe de você, eu pensei comigo mesmo.

- Noé

- O que?

- Noé da sua conta.

Continuei andando sem olhar pra trás, dava pra escutar ela gritar meu nome no processo, a Fortaleza inteira deve ter ouvido tenho certeza.

Continuei caminhando até que chegasse em meu quarto, eu queria um banho bem quente com sais, eu estava cheirando a alecrim até uma hora atrás, mas o cheiro tinha saído e tudo que ficou foi o cheiro de cedro de Daeron.

Deixei a jarra na mesa do quarto e enquanto esperava as criadas prepararem meu banho fui dar uma espiada pela janela e não fiquei nada surpreso em ver meu irmãozinho chegando com nosso doce e traiçoeiro sobrinho como Aemond gosta de dizer.

- Como é hipócrita.

Dei uma risada gostosa ao ver aquilo, ele me julgou por anos por querer Jace e no fim das contas quem está aos pés de nosso sobrinho agora, eu iria atormenta-lo com isso depois, mas agora eu precisava relaxar.
Pedi para as criadas não deixarem que meu vinho acabasse, sai da janela indo para meu tão esperado banho, eu tinha dito que iria diminuir a bebida, mas sem a bebida eu não tinha forças pra lutar, eu perdia todas as vezes, podia ser covardia, mas eu não sou conhecido pela minha coragem, pelo contrário, eu sou conhecido como o principe gordo, Aemond era o caolho obsessivo, Helaena a louca e Daeron... quero que Daeron queime nos sete infernos.

Do ódio ao amorOnde histórias criam vida. Descubra agora