Cartas para o meu Romeu. | Sope

carta 02

Eu lhe vi hoje. Você estava tocando piano durante a apresentação das orquestras para a iniciação dos jogos estudantis. O auditório estava cheia, mas, para mim, só existia você. Seus dedos deslizavam pelas teclas com uma graça quase sobrenatural, como se o piano fosse uma extensão do seu próprio ser.

Você parecia sublime, irradiando beleza e calma. Eu me apaixonei de novo; seria isso possível? Cada vez que o vejo, sinto que me apaixono mais, como se meu coração se renovasse a cada encontro, a cada nota musical que você toca. O som do piano parecia ecoar dentro de mim, harmonizando com cada batida do meu coração.

Fiquei enciumado quando ouvi outras professoras falarem o quanto você era talentoso e bonito. Oh céus, você me escolheria dentre elas? A insegurança sempre foi uma parte complicada em mim, mas depois que eu lhe conheci, oh meu Romeu, sinto-me cada vez mais inseguro. Será que estou à altura de sua atenção? Será que você vê em mim algo além de mais um rosto na multidão?

Eu deveria ir até você e expor-me da maneira mais nua e crua, gritar a plenos pulmões que eu amo você. Mas o medo me paralisa, e me pergunto se minha declaração seria bem-vinda ou se apenas complicaria mais as coisas. Às vezes, sinto uma vontade avassaladora de gritar para aqueles que têm audição ouvirem: eu amo Min Yoongi. Será que o eco dessas palavras alcançaria seu coração?

Minha Lua, por que as coisas estão complicadas? Amar é um fardo pesado demais para um só carregar. As dúvidas e medos parecem multiplicar-se, e a solidão de amar em segredo me consome. Desejo tanto compartilhar este sentimento com você, mas a incerteza do desconhecido me deixa paralisado. O amor, que deveria ser uma fonte de alegria, tem sido um tormento, pois guardo-o apenas para mim.

Cada dia que passa, minha afeição por você cresce, e com ela, cresce também o fardo de carregá-la sozinho. Será que algum dia poderei dividir esse peso com você? Poderemos, algum dia, caminhar lado a lado, compartilhando nossos sonhos e esperanças? Até lá, continuarei escrevendo estas cartas, na esperança de que elas tragam algum conforto ao meu coração solitário.

Com carinho,
Girassol