Capítulo 7:bloody reception (parte 1)

7 0 0
                                    

Antes de iniciar o capítulo, eu gostaria de esclarecer algumas coisas que podem vir a gerar dúvidas no decorrer da história. Primeiro, quero deixar claro que a passagem das estações do ano que utilizo na história é baseada nas do hemisfério norte, ou seja, o solstício de inverno, o que dá início a estação, ocorre em meados do 21 de dezembro e o solstício de verão ocorre no dia 22 de junho. É preciso lembrar que nós, brasileiros, estamos no hemisfério sul, ou seja, para nós o verão começa em dezembro e o inverno em junho. Tendo isso em mente, levem em conta que a história atualmente está ocorrendo em meados do mês de março, no início da primavera, e que os primeiros capítulos ocorreram entre o mês de dezembro e fevereiro, durante o inverno.

Estou explicando isso agora porque durante toda a história não colocarei com clareza em que mês os personagens estão, sempre irei fazer a referência de tempo, ou a passagem do mesmo, utilizando a estação do ano em que se encontram.

          ~~☆~~☆~~☆~~☆~~            

Aos poucos toda a adrenalina vai deixando meu organismo, saio do torpor da batalha e consigo discernir o que se encontra ao meu redor. Aos poucos vou notando o vermelho manchando a neve imaculada que cobre o chão, sinto o líquido quente e viscoso escorrerem por meu corpo,porém, sei que não é meu.

Quanto mais olho, mais me sinto em um pesadelo, a sensação de ter voltado ao passado e ser novamente meu antigo eu. Os olhares temerosos lançados em minha direção, e a nítida incerteza se sou ou não uma ameaça...

Alguns dias antes...

O som da risada do Mael preenchia todo o ambiente,o som era doce e transbordava a mais singela alegria, ele caminhava alguns passos na minha frente ao lado da Calliope, haviam se dado muito bem, aparentemente, os olhos exóticos dela o cativaram de tal maneira que ele praticamente orbitava em torno dela. O Nicholas por outro lado parecia receoso com as novas adições, depois que disse quem era o Alecsander e a Calliope, ele até tentou me questionar sobre, porém, assim como quando o ajudei a caçar, não fornecir qualquer explicação e apenas o deixei acostumar com a nova situação.

Já fazia três dias que caminhávamos em direção a uma das fronteiras de Eragon e uma certa tensão pairava no ar, me mantenho atenta a todo momento, todo cuidado era pouco e as estradas por onde andávamos eram tudo, menos seguras.

Durante a noite eu consegui ouvir com nitidez os sons que vinham da floresta dos pesadelos,eram tenebrosos e pareciam me chamar para mais perto, um lembrete permanente de quão tensa era essa viagem e que enquanto não alcançasse-mos nosso destino não estaríamos seguros.

A presença dos meus Guardiões parecia perturbar minha magia,quase me fazendo perder o controle que eu tinha sobre a mesma, durante todo o dia eu sentia o poder sob minha pele, leves formigamentos em meus dedos, como se qualquer instante minha magia fosse fugir do meu domínio.

Quando decidir suprimir meu poder, sabia o risco a qual estava me sujeitando, o quão instável se tornaria meu dom, e o quao volátil me tornaria. Estaria mentindo se dissesse que me arrependo.

No auge dos meus dezessete anos eu já poderia ser considerada feiticeira de alto nível, extremamente forte e com um domínio mágico invejável. Não foi por acaso que criar meu grimorio foi relativamente fácil e,até mesmo, simples. Mesmo em uma idade tão jovem eu já era capaz de reconhecer a extensão do meu dom, subjulga-lo e o moldar segundo o meu desejo. Decidir abdicar do uso da magia foi uma decisão simples, os pesadelos causados pela vida que estava levando foi o impulso necessário para solidificar minha decisão, meu poder,que outrora era minha maior dádiva, tornou-se minha maldição, era impossível não o associar por cada morte que causei.

Spring Day Onde histórias criam vida. Descubra agora