A noite como lobos

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Pov. Jonas

A claridade do sol de manhã entrava pela janela e batia no meu rosto , eu acordei incomodado com aquela claridade e lentamente abri os olhos sentindo o incomodo da mesma , eu os abri lentamente e depois bocejei e estiquei os braços e me sentei na cama ainda estando com as pálpebras um pouco pesadas , esse era um hábito que eu estava acostumado a repetir todas as manhãs mesmo nos finais de semana.

De repente eu me lembrei do que havia acontecido no dia anterior , olhei para o meus braços e estes eram humanos , olhei ao redor daquele simples quarto enquanto escutava o barulho do ventilador ligado , eu estava de volta a minha realidade no mesmo momento em que senti um aperto no coração de saudades dos meus pais lobos.

Eu fiquei parado e sentado na beira da cama e levei a mão a cabeça me perguntando se aquilo havia sido um sonho muito realista ou se de fato havia acontecido , eu estava meio que em choque e paralisado e não sabia o que fazer.

- Se aquilo foi um sonho eu gostaria de que se repetisse de novo - disse para mim mesmo , enquanto morria de saudades de meus pais lobos como se aquilo fosse um sentimento de perca.

- Não tem como ser sonho , eu senti dor e também os sabores das comidas - disse a mim mesmo enquanto passava a palma das mãos nos olhos tentando ajustar minha visão a claridade do dia.

- Aquilo não era um sonho , sonhos são bagunçados e eles mudam de uma hora para outra - disse uma voz na minha cabeça enquanto eu ligava a torneira e depois lavava o meu rosto com água fria.

- Lá eu tenho tudo , lá eu sou feliz - disse para mim mesmo em um tom de pesar , olhei meu rosto em um espelho que estava grudado na parede do banheiro e minha aparência estava boa e até mesmo descansada como não ficava a dias , eu me sentia um pouco mais disposto e a dor nas costas havia desaparecido , eu tentei parar de pensar em Jonas o lobo e a sua família mas não conseguia em nenhum momento.

Eu desci a escada da casa e peguei meu celular e havia duas chamadas não atendidas da minha mãe , eu tentei retornar para ela enquanto o café estava fervendo no papeiro e toda a casa ficava com cheiro de café porém ela não atendeu.

A casa estava uma bagunça, as paredes estavam mau cuidadas e descascando , as paredes encardidas e o banheiro com cheiro de mofo , eu tomava café enquanto observava tudo e tentava retornar a chamada da minha mãe mais uma vez mas ela não atendia , eu tentei ligar para o meu pai mas ele mandou uma mensagem dizendo que não poderia atender por está no trabalho

Eu coloquei o celular sobre a mesa e dei mais um gole de café enquanto observava tudo.

- Vou fazer uma faxina nessa casa hoje - disse para mim mesmo.

Havia uma sacola preta com lixo perto da pia da cozinha , ela já estava no limite de tantas embalagens de arroz ,açúcar e café que eu havia jogado lá dentro desde que havia me mudado para aquela casa , eu não tinha tido muito tempo nem mesmo para levar o lixo para fora , embaixo da cama estava cheio de embalagens de bombons de hortelã , o azulejo da cozinha e as paredes do banheiro estavam encardidas e o interior do vazo com manchas amarelas de urina , eu joguei água sanitária misturada com sabão em tudo e esfreguei com a vassoura ou com a esponja.

As paredes com as tintas descascando eu usei uma espátula para terminar de tirar aquelas crostas e depois levei duas sacolas cheias de lixo para fora estando impressionado com a quantidade de lixo que havia gerado , quando entrei dentro de casa o celular estava tocando e quando fui atender era a minha mãe , ela estava querendo me ver , depois de toda aquela faxina a casa parecia mais nova , minhas mãos estavam doendo depois de tanto esfregar o chão e as paredes encardidas , a casa estava com um cheiro de água sanitária misturado com o de detergente.

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