Capítulo 16

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                           Despedida no Amanhecer.

O horizonte começava a se tingir com os primeiros raios de sol, pintando a praia com tons suaves de rosa e dourado. Sentada na beira do mar, Mia aguardava ansiosamente pela chegada de Ethan, cuja silhueta se delineava na luz crescente do amanhecer.

Ethan, aproximando-se com passos cautelosos:

- Mia, o que está acontecendo? Por que esse encontro tão cedo?

Mia, olhos marejados, buscando as palavras certas:

- Ethan, aconteceu algo terrível. Ontem à noite, Frank incendiou a casa do meu tio Victor. Ele está furioso e quer pegar todos da nossa família.

A brisa matinal carregava consigo o peso da despedida iminente, enquanto Mia compartilhava com Ethan os eventos que transformariam suas vidas para sempre. A conversa fluía em meio ao murmúrio suave das ondas, como se a natureza testemunhasse a dolorosa transição que se desenrolava naquele momento. Ethan, surpreso e preocupado:

- O quê? Como assim? Por quê?

Mia, buscando consolo no olhar de Ethan:

- Frank está envolvido em algo muito perigoso. Vi coisas ontem que... que nunca deveria ter visto. Frank é mais perigoso do que a gente imaginou Ethan, ele matou uma pessoa, eu vi ele enterrando um corpo, a gente que não percebeu ainda a gravidade da situação. Meu pai acredita que é mais seguro eu sair da cidade.

O sol continuava sua ascensão, iluminando a praia com uma luz melancólica, enquanto o casal compartilhava a despedida que a vida impunha. Os primeiros raios de sol testemunhavam não apenas um adeus, mas o início de um capítulo desconhecido para Mia e Ethan.

Ethan, envolvendo Mia em um abraço carinhoso:

- Mia, eu... Eu não posso acreditar que isso está acontecendo. Como vou ficar sem você?

Mia, segurando as lágrimas:

- Ethan, você significa o mundo para mim. Nunca vou esquecer os momentos que compartilhamos aqui, na praia, sob o sol nascente.

Os dedos de Mia traçavam padrões invisíveis na areia, enquanto ela tentava capturar cada detalhe do lugar que se tornara palco de sua história compartilhada. O mar sussurrava suas canções antigas, como se expressasse lamentos pela separação iminente.

- Tem que outra forma, vocês tem que ir à Policia a pedir um medida protetiva.

- Não é bem assim Ethan, Frank faz parte uma facção muito grande, não é apenas contra ele que estamos lutando, a ordem é da facção, não temos escolhas, ou partimos ou toda nossa família pode acabar no tribunal do crime, e você sabe muito bem o que acontece num tribunal do crime.

- Sim, eu sei, não estou acreditando nisso, não acredito que esse é o fim da nossa história.

- Não sei por quanto tempo vou ficar fora Ethan, estou indo para o Canadá!

- Canadá? É necessário essa distancia toda? Quando que você está indo? Perguntou Ethan.

- Agora Ethan. Estou indo agora mesmo para Aeroporto.

- Assim tão rápido? Perguntou Ethan com lágrimas nos olhos.

- Eles nos deram vinte e quatro horas, não o que fazer. Disse ela emocionada.

- Que ódio disso, a minha vontade é de estourar com essa facção, procurar um por um e destruir todos eles.

Mia lhe dar um abraço e responde:

- Prometa para mim, que não irá se meter com eles, eles são perigosos, eles podem te matar, pior do que está longe de você é ver você morto.

Ethan, acariciando suavemente o rosto de Mia:

- Está bem, mas promete que vamos nos encontrar novamente? Não importa onde você esteja, eu vou te encontrar.

Mia, com determinação nos olhos:

- Eu prometo Ethan. Este não é o fim. Vamos nos reencontrar, eu juro.

O sol, agora plenamente erguido no céu, lançava seus raios dourados sobre o casal, criando uma aura de despedida tingida de saudade. O beijo que selou aquele momento continha toda a intensidade dos sentimentos que não poderiam ser expressos em palavras.

O motor do carro ronronava suavemente quando o pai de Mia, Humberto, chegou à beira do mar. O olhar de Mia encontrou o de Ethan, e eles compartilharam um momento de despedida carregado de emoções. Humberto, chamando Mia:

- Mia, querida, está na hora.

Mia, virando-se para Ethan com tristeza nos olhos, segurou suas mãos por um último instante. A brisa marinha testemunhou o adeus que pairava no ar. Ethan, com um nó na garganta:

- Cuide-se, Mia. Eu estarei esperando por você, não importa onde a vida nos leve.

Mia, com lágrimas nos olhos, abraçou Ethan com força, como se quisesse memorizar cada detalhe daquele momento. O último beijo selou a promessa de um reencontro que ambos esperavam que o destino lhes concedesse.

Humberto, paciente, esperava ao lado do carro, enquanto Mia, relutante, soltava Ethan. Ela entrou no carro, mas não tirou os olhos dele enquanto o veículo começava a se afastar.

Ethan, permanecendo na beira do mar, assistiu ao carro desaparecer ao longe. O sol refletia em suas lágrimas, e o vazio deixado pela partida de Mia começava a se instalar. Ethan, sozinho na beira do mar, sentiu como se um pedaço de si fosse levado pelo vento junto com o carro que se afastava. A cada passo que Mia se distanciava, o vazio aumentava, e a dor da despedida tornava-se mais palpável.

O sol, agora alto no céu, não aquecia mais o coração de Ethan como outrora. Em vez disso, lançava sombras que ecoavam a tristeza que envolvia aquele momento. Cada onda que quebrava na praia parecia sussurrar um lamento suave, como se a natureza compartilhasse a tristeza da separação.

Ethan, segurando a mão que momentos antes acariciara o rosto de Mia, fechou os olhos, permitindo que as lágrimas escorressem livremente. Cada lágrima era uma memória, uma promessa não cumprida, uma saudade antecipada. A praia, que antes fora testemunha de risos e beijos, tornou-se um cenário de melancolia. Ethan olhava para o horizonte como se pudesse vislumbrar o destino incerto de Mia, enquanto as palavras não ditas ecoavam no silêncio.

O som do mar tornou-se um lamento suave, acompanhando a dor silenciosa de Ethan. Ele permaneceu ali, imerso na solidão da despedida, absorvendo a magnitude do vazio que agora preenchia o espaço onde outrora existia a presença calorosa de Mia.

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