Capítulo 43

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O restaurante de Victor estava envolto em uma atmosfera tensa enquanto Frank e Victor conversavam em uma mesa isolada. A conversa fluía entre eles, mas algo chamou a atenção de Frank. Seus olhos se estreitaram ao perceber um ponto estranho abaixo de uma das câmeras de segurança. Ele se inclinou para examinar mais de perto e descobriu um pequeno dispositivo de escuta.

- Victor, olhe para isso, disse Frank, indicando o dispositivo.

- Eles estão nos vigiando. Todas as nossas conversas, todos os nossos movimentos.

Victor seguiu o olhar de Frank e sua expressão se transformou em uma mistura de choque e raiva. Ele rapidamente pegou o dispositivo e o examinou, confirmando as suspeitas de Frank.

- Como isso pôde acontecer?, murmurou Victor, mais para si mesmo do que para Frank. - Eles têm nos monitorado o tempo todo.

Frank balançou a cabeça, sua mente trabalhando rapidamente para processar a gravidade da situação.

- Isso muda tudo, disse ele com uma voz tensa. - Eles sabem demais, Victor. Precisamos agir rápido antes que seja tarde demais.

- O ponto não é esse, como eles colocaram essa escuta aqui no estabelecimento?

- Hora Victor, ainda pergunta, lógico que foi aquele cara que você contratou para instalar essas câmeras, se esqueceu, o restaurante teve uma pane, você viu alguém estranho invadir seu restaurante e desaparecer, e derrepente aquele cliente aparece para oferecer seu trabalho, agora liga os pontos, aquele cara está de olho na gente, ele trabalha para alguém.

- Merda, isso está acontecendo logo agora a poucas horas da operação, eles podem está no escutando nesse momento, vamos fazer o seguinte, desligue tudo, todo sistema de câmeras, e vamos mudar a rota.

- isso vai dar merda, não é possível, eu vou achar aquele desgraçado, e eu sei onde ele mora. Disse Frank.

- Como assim? Como você sabe?

- Já vi ele com aquele cara da policia, o Ethan, muitos anos atrás, mas nunca me dei conta de que ele pudesse grampear todo o restaurante, pra mim Ethan não fazia ideia de que somos aliados e de toda rede de crime que temos.

- Como você pode ter certeza disso?

- Acorda Victor, é claro que o Ethan está se vingando da gente, ele descobriu algo, e está esperando o momento certo, uma hora dessas tudo o que foi dito no seu restaurante está nas mãos da policia.

- Merda, que droga, não acredito que vou cair por um truque barato como esse

- Eu não vou cair Victor, ou eu ganho ou todo perde, mantenha a operação, a carga será entregue, custe o que custar, chame mais homens, se tivermos que lutar contra a policia, a gente lutaremos.

- Você já pensou no banho de sangue que será esse confronto acontecer?

- Não quero saber, a gente vai até o fim.

- Como você pretende sair daqui ileso? Você acha que mesmo se sair da cidade ou até mesmo do país, você escapará? Não é assim que trabalhamos Frank, a gente sempre trabalhou com inteligência, essa carga está perdida, é melhor a gente fechar tudo e ir embora e recomeçar do zero em outro país, não temos como pegar o dinheiro dessa carga e sair ilesos.

- Eu não vou sair no prejuízo, a rota está programada, os narcotraficantes já estão nos aguardando, você acha que podemos sair assim e não acontecer nada? Se fugirmos eles vão atrás da gente e vão nos mata, não temos saída, não há como impedir o confronto.

- Você está certo, eu vou fortalecer a segurança, usar o armamento mais pesado possível, e que seja o que vier, já não temos nada há perder.

- Agora vá e arrume tudo, que eu preciso fazer um negocio, convoque o tribunal do crime, estou indo buscar o responsável por querer nos derrubar.

- Está bem, já irei fazer isso, agora corra, não temos muito tempo.

PARTE 2

O crepúsculo se estendia sobre a cidade, pintando o céu com tons de laranja e roxo enquanto Jake arrumava suas coisas em seu modesto apartamento. O som suave de uma música clássica preenchia o ambiente, contrastando com a atmosfera tensa que pairava no ar. Ele saiu do banho, envolto em uma nuvem de vapor, e começou a se vestir, seus movimentos rápidos e nervosos.

Enquanto ajustava sua camisa, um calafrio percorreu sua espinha, uma sensação de que algo estava prestes a acontecer. Seus olhos se arregalaram quando ouviu um ruído na sala, o som de passos pesados ecoando pelo corredor. Antes que pudesse reagir, a porta se abriu com violência, revelando a figura imponente de Frank, o rosto contorcido em uma expressão furiosa.

- Maldito você vai pagar muito, muito caro.

- O que é isso? Que diabos você está fazendo? Como é que você invade minha casa desse jeito?

Um estalo ecoou no ambiente,e quando Jake terminou de falar sentiu seu ombro queimar e uma bala o atingiu.

- A única que coisa que você precisa saber, é que hoje será o pior dia sua vida, e também o último dela.

Frank avançou sobre ele, capturando-o com força, Jake já estava rendido, se contorcendo de dor, suas mãos foram rapidamente amarradas e uma mordaça foi colocada sobre sua boca, silenciando qualquer protesto que ele pudesse fazer. O coração de Jake martelava em seu peito enquanto era arrastado para fora de seu apartamento, sua mente girando com perguntas e medos sobre o que estava por vir.

No estacionamento abaixo, o porta-malas de um carro se abriu com um baque surdo, revelando um espaço escuro e sufocante. Jake foi empurrado para dentro, seus membros amarrados e impotentes contra o metal gelado. O som do porta-malas sendo fechado ecoou ao seu redor, mergulhando-o em completa escuridão e incerteza sobre seu destino.

Dentro do confinamento do porta-malas, Jake sentia uma mistura vertiginosa de medo e ansiedade. Cada batida de seu coração era como um eco assustador na escuridão claustrofóbica ao seu redor. Ele sabia por que estava ali; a descoberta do sistema de segurança que ele instalara era uma sentença de morte iminente. Frank não hesitaria em eliminar qualquer ameaça à operação deles, e Jake agora se encontrava no centro dessa ameaça. As amarras em torno de seus pulsos e tornozelos o prendiam como algemas invisíveis, tornando-o impotente diante do destino que o aguardava. Cada respiração era um esforço contra a mordaça que sufocava seus protestos e gritos de socorro silenciados. No entanto, mesmo diante do desespero, uma centelha de determinação queimava em seus olhos, uma vontade feroz de sobreviver contra todas as probabilidades.

Enquanto o carro avançava pela cidade adormecida, Jake se agarrou a essa determinação como uma âncora em meio à tempestade crescente ao seu redor. A incerteza do que aconteceria a seguir pairava sobre ele como uma nuvem negra, mas ele se recusava a ceder ao desespero. Ele estava determinado a lutar até o fim, seja qual fosse o destino que o aguardava além das paredes do porta-malas.

Com os dedos trêmulos e a respiração entrecortada, Jake lutou para alcançar o celular no bolso de sua calça. Cada movimento era uma batalha contra as amarras que o prendiam, mas sua determinação era inabalável. Finalmente, ele conseguiu agarrar o telefone e deslizar o dedo sobre a tela com urgência. Seus olhos fixaram-se na tela iluminada, e ele começou a digitar a mensagem com pressa desesperada. Cada letra digitada era como um suspiro de esperança em meio à escuridão iminente que o envolvia. Com dedos trêmulos, ele digitou as palavras que poderiam ser sua única chance de sobrevivência:

"Ethan... fui capturado por Frank... provavelmente serei morto... envie ajuda... localização compartilhada... não me ligue, por que eles vão escutar, chame urgente ajuda"

Com um toque final, ele pressionou o botão de enviar, sua respiração presa na garganta enquanto a mensagem desaparecia na escuridão digital. A localização compartilhada poderia ser sua última esperança, a única chance de Ethan encontrá-lo a tempo de impedir seu destino trágico nas mãos de Frank.

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