Capítulo 38

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De pai para Filho

Caminhei lentamente pelas ruas familiares da cidade, cada passo parecia uma viagem no tempo, repleta de lembranças e emoções. O sol do final da tarde pintava o céu com tons de laranja e rosa, criando uma atmosfera suave e acolhedora. Ao chegar à casa do meu pai, fui recebido pelo familiar cheiro de pinheiros que sempre impregnava o ar ao redor. A casa, com sua estrutura de madeira sólida, permanecia inabalável, como um farol de segurança em meio às mudanças da vida. As janelas refletiam o brilho dourado do sol poente, enquanto o jardim exibia uma profusão de flores coloridas, um lembrete do cuidado e dedicação do meu pai àquele lugar. Ao entrar, fui recebido pelo aconchego familiar que sempre me envolvia. O som suave da música clássica preenchia o ambiente, misturando-se ao aroma reconfortante de café fresco. Meu pai estava na cozinha, preparando algo para o jantar, seu rosto iluminado pelo sorriso caloroso que sempre me acolhia.

Conversamos sobre coisas triviais no início, como o clima, o trabalho e os vizinhos, mas logo a conversa se aprofundou em assuntos mais pessoais e significativos.

- Pai, você se lembra daquela garota que mencionei uma vez, Mia?" Perguntei, hesitante.

- Claro que me lembro, Você nunca se esqueceu dela, não é?

Balancei a cabeça e um nó se formando na minha garganta.

- Não, nunca esqueci. E hoje... sem ao menos imaginar, a reencontrei.

- É mesmo? Como foi isso? Acho que a última vez que vocês se viram foi a mais de dez anos atrás.

- Pai nem sei direito como foi, a conversa foi rápida, encontrei ela na praia de manhã cedo antes do amanhecer, como era de costume.

- Mas sobre o que vocês conversaram na verdade?

- Ela confessou que sentiu muita minha falta, mas o tempo foi passando e ela conseguiu superar, e disse que passado é passado.

- Dificilmente ela te esperaria todos estes anos Ethan, ela seguiu a vida dela, você também.

- Eu sei pai, ela está solteira agora.

- Acho que como vocês se reencontraram agora, ainda é muito cedo, é preciso tempo para reacender uma conexão antiga, ainda mais se teve outra conexões depois de você.

- Ela não chegou a me dizer muitos detalhes da vida dela lá no Canadá, a conversa foi rápida, e logo depois ela foi embora.

- Entendo vocês marcaram um novo encontro?

- Não, só dissemos "depois nos falamos"

- Ainda é cedo, foi só o primeiro reencontro.

- Sim, mas pai, lembra daquela época que Mia tinha visto um crime na trilha e que depois a família dela tinham sido ameaçados, e que esse foi o real motivo de Mia ter ido embora?

- Claro que lembro, inclusive, até hoje nunca encontrei nada naquela região...

- Pai, eu sei de toda a verdade, eu sei quem é o criminoso, e quem é o mandante, e todos eles fazem parte um grande grupo criminoso muito perigoso, praticamente eles comandam o tráfico de drogas na cidade.

- Mas como assim mandante? A Mia não tinha visto quem era, não tinha visto que tinha sido o rapaz que trabalhava no restaurante do tio dela?

- Sim pai, mas durante todo esse tempo, eu me ausentei daquele restaurante, nunca mais pisei o pé lá, eu me concentrei na minha vida pessoal e fazer alguma coisa para superar o termino com mia. Então Jake, certa vez esteve lá, e escutou uma conversa entre Frank e Victor armando uma entrega de uma mercadoria.

- Então eles comparsas?

- isso, exatamente pai, então eu tenho uma conclusão de que, eles sempre foram comparsas, até mesmo daquele crime que Mia testemunhou no dia da trilha.

- isso é grave Ethan, muito grave.

- Eu sei por isso eu decidir agir, sou da policia e o senhor sabe, é meu dever combater o crime e o tráfico de drogas.

- filho cuidado, se eles fazem parte de uma organização criminosa, o grupo pode ser muito grande, e eles podem se vingar.

- não haverá tempo para reação pai, o restaurante está todo grampeado, as imagens e áudio estão sendo todas armazenadas no meu notebook, tudo, só estou aguardando uma fala, um movimento para pegarmos eles.

- Eu não estou gostando dessa ideia, isso é perigoso, qualquer desconfiança deles, eles não irão pensar duas vezes antes para se vingar.

-Pai eu preciso fazer isso, não é só por justiça, pela comunidade, será minha vingança, esse maldito do Frank tirou de mim a Mia, ele acabou com minha vida na época.

- Filho, cuidado, às vezes, agir com o coração pode nos levar a decisões precipitadas e arrependimentos futuros. É importante ponderar com a mente antes de seguir apenas os impulsos do coração.

- Eu sei pai, mas a armadilha está bem montada, não terá falhas.

- Espero.

Amor EternoOnde histórias criam vida. Descubra agora