Chapter Music: Let Me Think About It - Ida Corr, Fedde Le Grand
TOKYO, 16/08/24 as 20h30
– Tá pronta, Thalia? - diz meu colega ruivo de olhos verdes entrevistador e comentador dos jogos - Logo logo seu jogador preferido chega.
– Haha muito engraçado! - digo ironizando seu comentário, ele nem chega perto de ser algo que eu admiro (só que sim, chega muito perto sim) - Eu só comento realidades, e ele nunca me respondeu.
– Acho que hoje você devia entrevista-lo frente a frente do que mandar "indiretas" - ele faz aspas com os dedos, até eu bater rápido na barriga dele - Aí! Doeu...
– É? Foda-se. Para de encher o saco. - volto para minha parte da mesa pegando uma boa parte da arquibancada do meio, com janela de plástico pra "tentar" proteger nossos olhos, sei que não é o melhor lugar pra isso, mas pelo menos não voa vidros por todo o lado.
– Olha, alguns entrevistadores estão sendo mandados para entrevistar os jogadores. Acho que o chefe vai mandar você.
– Cala a boca, ele nunca me mand-
– Thalia. Kenji Sato chegou, pode ir lá! - diz o homem grisalho que ninguém consegue rebatê-lo
Nem eu. Não sou tão problematica assim.
– Sim, senhor. - digo me levantando e indo em direção a porta do "closet" do time dos Giants.
Devo admitir, não é lá agradável entrevistar o Kenji, aconteceu apenas algumas vezes comigo e foi o suficiente pra eu o admira-lo por ser tão babaca. Depois disso, só consegui ver mal desempenho dele nos jogos e nunca mais consegui falar bem dele.
Enquanto desço as escadas, também chego a conclusão. Ele pode ser tudo de ruim, mas consegue ser muito, mas muito gostoso. Como? Não sei como. Ele deve fazer algum tipo de feitiçaria para ficar desse jeito.
Muitas entrevistadoras já ficaram apaixonadas por ele. Acho que eu me mataria assim que tivesse noção da merda que fiz.
Chego na porta do "closet" deles, que é onde eles ficam no intervalo. É bom chegar antes dos jogos começarem, depois aqui fica super fedido. O meu câmera também está me acompanhando para conseguir A entrevista com o Kenji Sato.
Duas nêmesis se encontrando. Eu já ouvi ele me chamando assim pra um dos colegas, mas nunca saiu uma mídia que ele me odeie. Por que será, né?
– Ele tá chegando. - diz o câmera antes de ligar o vídeo e já começar a gravar ao vivo.
Como sempre, ele vem sendo lindo. A calça de polycotton preta, chuteira de beisebol branca, uma camisa manga longa e pescoço alto TAMBÉM preta e a famosa camiseta de botão com GIANTS na frente e o escrito SATO atrás, com o número 7.
Imitando o Cristiano Ronaldo na cara dura assim? Nunca vai chegar aos pés, coitado.
– Srta. Kami! - aponto o microfone perto da boca larga e grossa, meu Deus é muito linda mesmo - Que surpresa, faz quanto tempo que você não me entrevista?
– O mesmo que você não ganha um jogo, Sr. Sato - digo com o microfone de volta pra mim - Kenji Sato, queríamos saber como o seu desempenho tem afetado seus colegas de equipe? O porquê que isso tem acontecido? - novamente, aproximo o microfone perto da boca dele.
– Infelizmente, devo admitir que meu desempenho tem atrapalhado meu time. São muitas horas de sono desperdiçadas sonhando com uma entrevistadora que me ama. - ele pisca em minha direção. Idiota. - Se eu fizer um home-run hoje, prometo dedicar a você. Vou te mandar um beijo! - ele se afasta, mandando novamente, uma piscadinha com um sorriso mal intencionado.
– Hah! Acho que você não devia ter falado tanto dele assim... - diz o câmera já se virando para a lado dos entrevistadores antes mesmo que eu consiga responder.
Kenji, Kenji, Kenji... Você não sabe com quem você tá mexendo, mas devo admitir, estou gostando muito.
– Nanica!! - chama o novato, que eu o apelidei de Rockie. Quem vê de longe pensa que ele é meu irmão, de cabelo preto e olhos castanhos, mas a única diferença é que os dele são mais escuros e que ele é homem, e mais alto com 1,87cm de altura enquanto eu tenho 1,60cm e com o ombro largo... Ok, tem algumas várias diferenças. - Faz tempo que ce não vem aqui!
– Depois das minhas partes na TV falando, APENAS - verbalizo mais alto essa última palavra - verdades, ele não me deixava mais descer, mas parece que ele queria um pouco de caos hoje.
– Poxa, eu gosto de conversar com você.
– Eu já te ofereci meu número, Rockie. - digo, até ver o Kenji Sato inclinado na porta do "closet" deles, com os braços cruzados
– Você podia passar o número dela pra mim, "Rockie" - diz a forma grotesca de um homem (com 1,94cm de altura, olhos azuis e cabelo TÃO preto que chega brilhar azul em alguns momento, ombros largos e um rosto lindo de morrer. Eu resolveria essa última parte pra ele) em um tom irônico - Bora. - Kenji chama o Rockie com a cabeça
– A gente se fala, Thalia! - diz ele mandando tchau, entrando e encarando Kenji.
Mesmo assim, Kenji não tira os olhos de mim. Hah, ele acha que eu não sei.
– Se eu te chamasse pra sair, você aceitaria? - ele pergunta com aquele sorriso presunçoso e com os dentes perfeitos.
– Não sei, se eu fosse, eu poderia me matar logo em seguida? - brinco, já sabendo a resposta...
– Hah! Você não sabe o quanto isso me ajudaria.
– Por que você não consegue "parar de sonhar comigo"?
– Seria bem mais fácil bater uma sabendo que você não existe, assim não ia sentir nojo de mim.
– Da próxima vez grava, eu ia adorar ver seu rosto se contorcendo de ódio enquanto goza.
– Você vai sair comigo hoje se eu fizer um home-run. - ele afirma, com muita convicção.
Essa é uma brincadeira perigosa... Eu gosto, mas não vou me vender desse jeito não.
– Claro - respondo, causando um par de sobrancelhas em pé do mesmo - que não. - pisco me virando e mandando beijo.
– Beijo, afiadinha! - ele se despede, entrando no closet deles.
TOKYO, 16/08/24 as 23h30
– O KENJI SATO TEVE UMA REVIRAVOLTA IMPRESSIONANTE CONSEGUINDO DOIS HOME-RUNS EM UMA ÚNICA PARTIDA! Qualquer que seja a sua motivação, foi bem feita!!! Grande final de jogo para os Giants!! - grita meu colega ao lado olhando para mim
– Eu não fiz nada! - levanto as duas mãos em rendição.
Nesse mesmo momento, vejo ele mandando beijo e formando um coração com os dedos, apontando o dedo para mim. Inúmeros pares de olhos se direcionam a mim. Onde eu acho um buraco pra me enterrar nele?
– Parabéns, Kami! - meu chefe apoia a mão em meu ombro - Suas palavras devem ter tocado ele, finalmente!
– Sim...
Porra.
Vejo ele fazendo um formato de um telefone com a mão, apontando pra mim dizendo "Vou te ligar" e eu só consigo responder mostrando o dedo do meio e com um sorrisinho de canto.
Se eu pensar direitinho, até ia me divertir com essa saidinha. Seria mortal tanto pra mim quando pra ele, com certeza... Mas seria divertido.
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𝔑𝔢𝔪𝔢𝔰𝔦𝔰 • Kenji Sato by The Castro
FanfictionKenji achava que podia vingar seus pais que morreram em um ataque da gangue chamada Kaijus no Japão. Ele se tornou um assassino secreto enquanto continua sendo o rebatedor dos Giants, toda a sua vida é bem calculada e protegida. Já que ninguém sabe...