capítulo 3

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Quase não dormi. Além de não parar de pensar em meus pais e em como eles estavam, as paredes brancas me perturbavam muito. Definitivamente, branco havia se tornado a cor que eu mais odiava. Também pensei muito em como me tirar daquela situação, mas aparentemente não tinha o que ser feito.

Se eu tentasse fugir, além de correr o risco de ele ativar o maldito chip, o que eu faria? As coisas em Alendor eram muito rígidas, se soubessem que me levaram para ser vendido ao invés de morto, independente do que tinham feito comigo, ainda assim, iriam querer me executar.

Fui despertado de meus pensamentos com o barulho da porta abrindo. Era Eric. Assim que ligou a luz, pude enxergar que ele estava vestindo apenas uma cueca boxer branca. De fato, como havia imaginado, ele era musculoso com enormes braços e peitoral. Além da barriga tanquinho, que exibia ralos pelos que desciam pelo cós da sua cueca.
Suas coxas também eram grossas e com poucos pelos, mas o que mais estava me chamando atenção era o volume em sua cueca, que marcava uma enorme ereção que Eric não fazia questão de esconder. E, por ser enorme (referia-me ao tamanho de seu pênis), mesmo coberto pelo tecido branco, parecia ser bem grande. Senti um arrepio estranho subir minha espinha ao imaginar como deveria ser.

- Vamos tomar café – ele disse, sinalizando para que eu o seguisse.

Levantei e o segui. Ainda continuava nu, pois ele não havia me dado qualquer roupa para que eu me vestisse. Como me sentia envergonhado, cobri com as mãos meu pênis enquanto o acompanhava de perto. Por algum motivo, sentia uma ereção querendo tomar forma, tentei ao máximo impedir aquilo, seria muito embaraçoso.
Ao chegarmos em uma cozinha enorme, com móveis e eletrodomésticos que pareciam muito caros, retirou de um dos armários caixas de cereais. Da geladeira, pegou leite, e pôs tudo sobre a mesa. Em seguida, pegou tigelas, colheres e xícaras. Foi colocando sobre a mesa, também. A cafeteira já exalava cheiro de café pronto.

- O que foi? Pode se servir – ele perguntou, ao perceber que eu permanecia parado observando-o.

- Você não pode me dar algo para vestir? – questionei, ruborizado. Até quando ele faria com que eu ficasse exposto daquela maneira?
- Agora não, gosto de vê-lo nu – respondeu, servindo seu café e sentando-se.

Sentei-me à mesa também, e só então deixei de cobrir meu pênis com as mãos, dificilmente ele enxergaria de onde estava. Também servi café para mim e, em seguida, o cereal com leite, pois estava com muita fome. Afinal, na noite anterior, não tinham dado nada para eu comer.

- Por que você me comprou? – perguntei. Precisava entender os objetivos de Eric em relação a mim e se havia algum motivo.

- Porque senti vontade. Te achei bonito e quis você para mim, simples assim – respondeu, entre goles de seu café.

- Fala como se fosse a coisa mais normal do mundo comprar outras pessoas – comentei um pouco alterado, mas tentando não demonstrar. Não queria irritá-lo, ele me tinha sob controle.

- Pessoas ricas como eu podem comprar o que quiserem – disse em tom arrogante. Senti vontade de levantar e socá-lo, mas apenas permaneci sentado, comendo meu cereal. Sabe-se lá quando ele voltaria a me alimentar.

- O que você faz para ter tanto dinheiro assim? – questionei curioso, enquanto me servia de uma segunda tigela.

- Sou filho de Alexander Pitz – revelou.

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