capítulo 7

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Acordei com a visão de Eric sorrindo para mim, enquanto me observava.

- Bom dia, dorminhoco – falou.

- Bom dia. Que horas são?

- Não sei, acho que umas 10 horas da manhã – respondeu.

- E o seu trabalho? – perguntei, lembrando que ele costumava sair bem antes desse horário.

- Eles que esperem por mim. Vou só depois de almoçarmos juntos. - respondeu.

- Não vai ter problema? – questionei, preocupado.

- Claro que não, Ianto. Eu sou o dono. Eles vão reclamar com quem? – Eric riu.

- Verdade, você tem razão. Desculpa.

- Não se desculpe.

Eric subiu sobre mim, apertando-me. Eu comecei a rir junto com ele. Tentei tirá-lo de cima de mim, mas era impossível. Ele era forte e me apertava com muita força.

- Eu desisto – falei finalmente, após minutos de fracassadas tentativas de derrotá-lo.

- Tudo bem. Vamos tomar café para que possa começar a fazer o almoço – falou.

- Você sabe cozinhar? – perguntei, surpreso.

- Não realmente, mas quero tentar.

- Resumindo, eu serei sua cobaia – comentei, rindo.

- Exatamente! – falou saindo de cima de mim – Pode ir ao banheiro, enquanto preparo nosso café.

- Tudo bem.

Não usaria o banheiro dele, não sabia exatamente como as coisas seriam a partir de agora. Eric saiu do quarto e então levantei, para ir ao meu. Assim que escovei meus dentes e tomei um rápido banho, desci para o andar de baixo, atrás de Eric.

Assim que me aproximei da cozinha, senti o cheiro de torradas invadir minhas narinas. Estava faminto. Não havíamos jantado na noite anterior devido à situação em que havia nos colocado.

No momento em que entrei e nos sentamos para comer, Eric riu ao me ver atacando ferozmente as torradas que preparou.

- Vá com calma – falou, rindo.

- Estou com fome.

- Tem razão, devíamos ter jantado ontem. Desculpa por isso.

- Não se preocupe, a culpa foi toda minha.

- Para com isso, não quero mais retornar àquele assunto. Vamos focar no que estamos vivendo aqui e agora – falou, e concordei com a cabeça.

Assim que acabamos de comer, ele se arrumou e disse que sairia para fazer compras no mercado, e retornaria em poucos minutos. Quando fiquei sozinho ali, foi inevitável não pensar em procurar telefones pelo apartamento. Sabia que não podia sair, mas talvez pudesse fazer uma ligação para meus pais. Para saberem que ainda estava vivo.

Procurei por toda a enorme sala, mas não havia telefone algum. Assim como na de jantar, que não encontrei nada, mesmo olhando em todos os armários que encontrava pela frente. Decidi subir e olhar no andar de cima. Fazia poucos minutos que Eric havia saído. Não devia dar tempo de fazer as compras e retornar em tão pouco tempo.

Além de nossos quartos, havia um banheiro e mais dois, que deviam ser de hóspedes. Além de uma porta trancada, que não tinha a mínima ideia do que se tratava.

Então, entrei em seu quarto e comecei a abrir seu enorme guarda-roupas. Havia muitas roupas, sapatos e relógios luxuosos. Tentei não mexer entre as roupas para não bagunçar. Nas portas do meio havia algumas gavetas na parte interior com documentos e semelhantes. Quando abri a última, achei 3 telefones e um notebook guardados. De fato, ele havia desconectado e escondido tudo de mim.

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