Gravata Borboleta

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Ao acordar lentamente, esfreguei o sono dos meus olhos e me apoiei em um cotovelo. Percebi que tanto Phinks quanto Feitan já estavam quase prontos, o que me surpreendeu. Um pensamento cruzou minha mente' "por que diabos eles estavam acordados tão cedo?" Bocejei e perguntei em voz alta dessa vez — Já tão prontos? —

— Bom dia — disse Phinks, desviando o olhar do espelho para mim.

Ofereci um sorriso sonolento e murmurei um "bom dia" baixo em resposta. Antes que eu pudesse processar totalmente a situação.

— Quase, a gente não queria te acordar — Phinks falou, fazendo Feitan pisar em seu pé — Ai! Que porra é essa? Quer dizer, eu não queria te acordar — ele adicionou enquanto esfregava a área machucada

A ênfase no "eu" não passou despercebida, e eu ri suavemente da briga deles.
— Que gentis, mas vocês podiam ter me acordado. Não quero atrasar vocês —

Quando pensei no silêncio bem característico de Feitan, olhei para ele de relance. Ele estava parado quietamente, abotoando a camisa com uma expressão concentrada, nem se importando de interagir comigo e Phinks.

O contraste no comportamento deles era muito marcante, com Phinks sendo bem tagarela e Feitan estranhamente quieto. Isso me fez me questionar no que estava passando pela cabeça dele, mas sinceramente, talvez nem ele saiba direito.

Levantei-me da cama e me olhei. Meu cabelo estava bagunçado, mas até que eu tava bonita; não sei o que aconteceu. Talvez finalmente me sentisse fresca após um banho, ou talvez fosse meu ciclo menstrual, ouvi dizer que influencia na aparência. Bom, não importa, mas eu tive sorte.

Lembrei do vestido que perdi no esconderijo. Sofri um pouco, para ser honesta, era um dos vestidos mais bonitos que já roubei; mas não tenho tempo para pensar nisso. Fui até minha mala, lembrando de Feitan olhando dentro dela; Deus, que vergonha. Peguei um vestido azul marinho longo, com costas abertas e um decote quadrado. Fui ao banheiro me vestir, arrumei meu cabelo e fiz minha maquiagem. Ao sair, encontrei ambos os homens sentados e conversando na minha cama; eles me olharam, Feitan com sua habitual expressão neutra, e Phinks arregalou os olhos.

— Eita, você se esforçou — ele disse, seu terno já estava bagunçado, enquanto o de seu amigo estava impecável.

— Me esforcei? Como assim? Tá exagerado? — Fiquei preocupada com o comentário dele.

— Não, tá ótimo. Tá parecendo uma riquinha que quer comprar o jogo mais caro do mundo. — Ele respondeu enquanto Feitan pegava uma gravata e ia se olhar no espelho dentro do banheiro. — Quer ajuda, Fei? — Phinks perguntou, e ele negou.

— Pois eu acho que vocês dois precisam de ajuda. Não sabem dar um nó? —

— Bem... Não. Geralmente é o Shal que arruma pra gente — O loiro, envergonhado, respondeu.

— Posso ajudar, então? — Eu perguntei e ele pareceu feliz com isso, questionando se eu sabia como fazer. — Sempre ajudei meu irmão com isso quando ele precisava — sorri e ele me entregou a gravata. Eu rapidamente dei um nó borboleta no pescoço de Phinks com facilidade. Ele me observou com uma mistura de surpresa e aprovação. — Vem cá, Fei!" Ele exclamou e, surpreendentemente, ele realmente veio.

— Posso te ajudar, Feitan? —

— Tá — Dessa vez ele não recusou

Enquanto eu fazia o nó, ele não tirou seus olhos afiados de mim; como ele pode estar tão confortável? Acho que ter apenas parte do rosto visível realmente ajuda, no entanto, o mais surpreendente foi quando eu terminei de fazer o nó.

— Obrigado — Ele respondeu.

— De nada — respondi relutantemente, ainda pensando no que acabou de acontecer.

Depois de um tempo, reclamei de fome, Fei olhou para Phinks, como se pedisse aprovação para me dar um tempo para comer. O loiro alto respondeu que tínhamos tempo para sentar em algum lugar.

Caminhamos por alguns minutos antes de nos sentarmos em um café aconchegante, eles me deixaram escolher onde comeríamos, ou eles simplesmente não se importavam. Ainda assim, eu estava ganhando.

Phinks e eu estávamos com um apetite enorme e não parávamos de comer. Feitan, por outro lado, apenas beliscava sua refeição. Enquanto eu o observava, não pude deixar de reconhecer que eu mesma não sentia muita vontade de comer nos últimos dias, mas agora, enquanto dava mordida após mordida, percebi que se demorasse mais algum tempo eu teria morrido de fome.

Phinks soltou um suspiro desanimado ao terminar sua refeição. — Não acho que foi suficiente — lamentou, seu prato agora limpo.

— Sabe o que eu to pensando? — perguntei.

— Acho que eu sei sim — Phinks voltou seu olhar para mim, um sorriso em seus lábios.

Chamei o garçom e pedi o cardápio de sobremesas, fazendo ele sorrir, demonstrando que realmente pensávamos a mesma coisa. Enquanto isso, Feitan descansava o queixo na mão, mas não parecia entediado.

Quando a sobremesa chegou, Phinks e eu nos entregamos com entusiasmo, dividimos as duas fatias de bolo já que assim poderíamos provar duas diferentes ao mesmo tempo. Ele então voltou sua atenção para Feitan, oferecendo-lhe um pedaço.

— Quer um pouco, Fei? — Sua voz uma mistura de genuína pergunta e sarcasmo brincalhão, como se soubesse que ele iria recusar.

— Claro que não — ele estava com uma expressão de nojo

— Sabe, talvez seja por isso que você é tão mal-humorado. Tá faltando um pouco de açúcar na sua vida — Brinquei.

Ele permaneceu em silêncio, sem responder, apenas com suas sobrancelhas franzidas como sempre.

— Acho que ele tá é precisando de outra coisa — Phinks riu, mas imediatamente ficou quieto, arregalando os olhos; eu fiz o mesmo. — Eita, Cade seu humor, cara? —

Talvez eu seja a causa desse mau humor dele, se não estiver sendo muito egocêntrica.

Depois de terminarmos nossa refeição, Feitan sinalizou discretamente para o garçom e se inclinou, sussurrando algo em seu ouvido. O garçom assentiu com uma expressão aterrorizada e se afastou.

Com um senso de indiferença, saímos do café, sem nos preocuparmos em pagar a conta. — O que você disse? — perguntei.

Feitan sorriu, seus olhos brilhando com um toque astuto de satisfação. — Não importa — suas palavras acompanhadas por um olhar brincalhão de Phinks.

— Ei, não me deixem de fora da conversa — Eu disse.

Eu quero veyr me dar

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Eu quero veyr me dar

(Desculpa pelo cap curto, o prox vai ser bemmm maior)

Your Umbrella | Feitan x F!OCOnde histórias criam vida. Descubra agora