Coitada

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Carol

O tempo estava chuvoso com ventos fortes e alguns raios que desenhava o céu em vários formatos desalinhados, esse tempo era bom um chocolate quente e claro ficar abraçado com alguém para se aquecer com calor humano, palavras da minha morena em justificativa para ficar no meu colo pelo tempo que conseguia.

-Amor, cê' não tá com fome?- perguntei a minha noiva que parecia mas um coala grudado em mim.

-Na...- ia me responder mas sua barriga roncou.

-Cê ia dizer que não estava com fome só pra' ficar no meu colo Bárbara Passos!- repreendi a atitude da mais nova fazendo ela abaixar a cabeça.

-Desculpa, só queria ficar pertinho de o cê- se desculpou tentando se justificar.

-Tudo bem, vamos pra' cozinha comer- falei me levantando junto com ela no meu colo e descendo as escadas.

Descendo as escadas de vidro, avistei algumas caixas perto do sofá com o logotipo da Nike, Adidas, Oboticário e Loud, não dei importância as encomendas passando direto por elas indo em direção a cozinha vendo a dona Zezé, a nossa cozinheira de casa.

-Boa tarde, Dona Zezé.- lhe cumprimentei dando um susto na mais velha, causando risos na Bárbara.

-CAROLINA!- gritou se virando de frente pra mim e pondo sua palma da mão na testa.

-Sorry, Zezé.- me desculpei no tom de brincadeira.

Me aproximei da mesa de jantar e puxei a cadeira de madeira com estofado na cor azul claro, coloquei minha garota na na cadeira e fui na gaveta que fica pratos e talheres pegando um prato e uma colher, voltei em direção da mesa puxando a cadeira e me sentei.

-Vai querer o que, Bárbara? Tem bolinho de cenoura, pão de queijo, pudim e pão doce.- perguntei dando as alternativas.

Ela me olhou e depois para a mesa de jantar.

-Naum sei, escolhe pra' mim rol?- me pediu com a voz dengosa.

Era um amorzinho quando queria.

-Tem certeza? Cê' não gostar que eu escolher?- sabia que se eu escolher ela vai acabar não gostando.

-Escolhe o cê'- decretou um pouco irritada.

Tá doida pra levar na cara.

-Ta bom.-

Comecei a por uns dois pedaços debolo de cenoura e quatro pão de queijo, mas tava faltando alguma coisa pra beber e eu sabia que tinha o suco preferido dela.

-Amorzinho, vou pegar alguma coisa pra' cê tomar.- falei pondo o prato na sua frente e dando um beijinho na sua cabeça.

Andei até a geladeira de duas portas que ficava colada na parede de canto, abrindo ela vendo diversos alimentos embalados até alguns potes com resto de comidas, passando o olhar mas a fundo do compartimento avistei o que eu procurava, o suco de uva, pegando a jarra e fechando a porta e voltando aonde estava e ficando atrás da Bárbara, peguei o seu copo do Toy Story e despejando o suco nele, botei ele em sua frente.

-Obrigada, rol.- agradeceu dando um beijo no meu rosto.

Fofa, mas merece uma taca, as vezes.

Observei ela comendo e logo pegando o copo para tomar o suco, disfarcei comendo um pedaço do bolo de cenoura  mas ainda de olho nela, só estava esperando o que ela ia fazer quando beber o seu suco preferido.

Ela tomou e parou me olhando.

-O que foi?- perguntei fingindo naturalidade.

Ela negou com a cabeça e voltou a comer.

-Ta gostoso?- questionei sorrindo.

-O que? O suco?- cínica.

-Sim. Tá gostoso?-

-Muito gostoso é meu suco preferido.- me respondeu me olhando e logo se levantando.

Filha da puta.

-AONDE É O TEU SUCO PREFERIDO! EU VOU TE MATAR, BÁRBARAAAAAA.- gritei me levantando e indo em sua direção.

Ela vendo minha ação correu saindo pela porta da cozinha e não demorei muito fui atrás, passei pelas caixas correndo e vi ela entrando no corredor longo que dava assesso a área da casa e não perdi tempo pegando o atalho que a porta de vidro dava separando a sala e área externa.

Se passou uns quarenta minutos nessa brincadeira corremos toda a casa e nada de pega ela, parei um pouco pra respirar e refletir aonde aquele pingo de gente deve estar, agora andando, passei pela sauna, banheiro e dispensa, não ouvi nada suspeito.

-BÁRBARA, QUANDO EU TE PEGAR EU VOU TE ARREBENTAR, GAROTAAAA- ameacei pra ver se ela sai do esconderijo.

Nada dela.

Peguei me celular e liguei pra ela mas nada dela atender, desistindo voltei para a cozinha ver se pelo menos a tia Zezé viu o paradeiro dela.

-Tia, a se..nhora vi..u a Babi?- quase não sai de tanto corre.

-Oh, vi ela passando lá pra' cima- eu não tava acreditando nisso.

-Como assim? Faz quanto tempo?- se ela tiver feito isso eu mato ela.

-Olha, tá com uns vinte ou trinta minutos.- eu vou bater nela.

FILHA DA PUTAAAAAAAA.

Subi correndo as escadas indo em direção ao nosso quarto, abri a porta vendo Bárbara com uma outra roupa na cama dormindo no maior sono dos deuses, até roncando.

-Você me paga sua ordinária.- falei quando cheguei perto dela.

Cansada, suada e com raiva, fui tomar um banho pra ver se me acalmava e não cometesse um assassinato e homicídio doloso. Saindo do banho refrescante e na "paz e amor" decide jogar um pouquinho no PC, talvez eu fique até tarde da madrugada jogando mas tava nem aí eu só queria jogar.

Saquinho de uva.

babitan e seus dias normaisOnde histórias criam vida. Descubra agora