Bárbara
Olhava a paisagem diante do meu apartamento de Belo Horizonte, pensando no futuro que me aguarda e quais surpresas me surgira nesse tempo. Ainda concentrada no horizonte, escutei movimento do elevador provavelmente subindo o que me era estranho, aquele horário não era costumeiro ter agitação na quela área.
Elevador se abriu, passos no corredor da minha cobertura, som de acesso permitido da senha eletrônica e porta aberta.
Andei até a porta de vidro, empurrando a cortina cinza, abrindo a porta, me dirigindo ao corredor mais afastado que dava ao lado da cozinha aberta para a sala e visão completa da entrada. Chegando ao final, fiquei parada no ponto cego aonde a luz não pega, vendo a invasora se atrapalha ao esbarra no móvel perto e praguejando algo, rir baixinho para ela não me perceber a observando e esperando ela terminar de fazer o showzinho solo.
-Merda, por que Bárbara deixa essas cadeiras aqui, hein?!- exclamou a reclamona da minha mulher.
-E por que entrar na minha residência a essa hora?- respondi sua pergunta jogada ao ar, vendo ela saltar pelo susto e olhar ao redor me procurando.
-Putaquipariu, aonde você tá?- ainda olhando ao redor, questionou a minha presença.
-Não respondeu minha pergunta, amorzinho.- falei dando dois passos a frente, entrando de vez na cozinha ficando visível para ela.
Seguindo minha voz, me avistou escorada na geladeira preta.
-amor, pra que me assustar desse jeito?- me perguntou botando sua mão no seu peito.
Nem um pouco dramática
Dei risada da cena que a minha futura esposa me proporciona toda vez que entrar na cobertura. Andei até estar encostada no balcão de costas para ela, fingindo limpar a minha roupa que estava "suja". Escutei seus passos e vi na minha visão periférica ela botar sua bolsa na cadeira, andou até entrar na cozinha indo na geladeira, abrindo e procurando alguma coisa que talvez eu tinha noção o que era e aonde estava.
-Então, como foi a noite?- questionei, vendo ela bufando por não achar o que queria.
-Há, foi legal.- respondeu ainda enfiada na geladeira.
-Tem certeza? Parece meio pra baixo.- perguntei disfarçando o meu Interesse na sua noitada.
A minha vontade era esganar essa loira desbotada.
A mais velha parou de vasculhar a geladeira, virou em minha direção me olhando com as sombrancelha arqueada e a língua bem visível encostando na parte interna da boxexa, se encostando na pia ao lado da geladeira ela me perguntou:
-Bárbara, o que você fez com o meu bolo?- falou puxando o "R" no meu nome.
-Não sei o que você tá falando.- me fiz de desentendida e continuei a limpar minha roupa.
-Espera! O bolo de leite ninho né? Por que se for pode esquecer que já comi todinho.- falei gesticulando que estava de barriga cheia.
A loira na minha frente ficou de boca aberta em estado de choque e eu só conseguia rir.
-Tu não fez isso.- reclamou abaixando a cabeça com a mão na testa.
-Eu fiz sim, tava uma delícia viu! Mas dá próxima bota menos tempo no forno tava meio queimado.- debochei da sua cara de choque.