i n e v i t á v e l

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"O que posso fazer?[Minhas mãos estão queimando]Mesmo quando te procuro[Não posso ter isso]Não posso te tocar, nuncaMas eu sou atraído por você[

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"O que posso fazer?
[Minhas mãos estão queimando]
Mesmo quando te procuro
[Não posso ter isso]
Não posso te tocar, nunca
Mas eu sou atraído por você
[...]
Meu corpo todo queima por sua causa
Meu corpo está com sede por sua causa
Como uma febre"
(Fever—Enhypen)

🍎

BUSAN — 25.10.1962

A arte, literatura, música e tudo que gira em torno disso é como um anestésico. Talvez uma espécie de forma de visualizar e ressaltar as partes boas do mundo, como a janela de uma prisão com uma vista maravilhosa. O único consolo em um mundo insano e cruel.

E essa visão era talvez um dos únicos pensamentos que Park Jimin e Jeon Jungkook compartilhassem mesmo não soubessem.

Jimin levou o pincel até o copo de água, o movendo devagar dentro do mesmo e observando a tinta vermelha se misturar na água límpida devagar, se diluindo aos poucos e a manchando.

Seus olhos fixos na tela à sua frente. Ele não era nenhum artista, também não tinha a menor noção de como começar uma pintura, mas graças ao patrocínio de um rico mesquinho que queria se sentir bem consigo mesmo fazendo caridade, o hospital estava tendo aulas de arte gratuitas.

Park admirava e amava passar horas observando a arte, mas quando se tratava dele, não sabia nem mesmo segurar o pincel.

Ele ergueu o olhar entediado para o relógio na parede e constatou que estava ali há cerca de cinco minutos. Ele girou os ombros e voltou a olhar a tela branca. Ele ainda podia desenhar bonequinhos palito e uma casinha com chaminé e complementar com um sol feliz. Talvez desenhar um casalzinho feliz com dois filhos e escrever no topo "futura família do Jimin" como uma criança do jardim de infância querendo agradar o professor.

Aquilo era frustrante.

— Sr. Park? — O professor de arte chamou sua atenção e ele ergueu a cabeça para encarar o velho. — Você não está pintando. Está com alguma dificuldade?

Jimin olhou em volta, para as telas de seus colegas. A maioria eram rabiscos desconexos e completamente sem sentido, borrões de tinta escorrendo. Apenas uma garota parecia estar se dando bem com a figura de uma borboleta.

O olhar de Jimin percorreu o caminho de volta até o professor e suspirou.

— Apenas pensando sobre o que vou desenhar, não se preocupe comigo — disse, forçando um sorriso nada convincente, rolando os olhos e fechando a cara assim que o professor voltar a ler a revista.

Havia algo em sua mente, na verdade. O sonho que teve na noite anterior, que o fez acordar com sérios problemas e lutar com uma ereção às 06:35 da manhã sem que ninguém visse.

Era irônico e um tanto controverso que o homem que mais lhe deixava com raiva e fora de si naquele lugar, também fosse o que lhe dizia palavras sujas em seu sonho de uma forma que fez o corpo de Jimin arder apenas com a memória.

Doce Pecado [PJM+JJK]Onde histórias criam vida. Descubra agora