Doce Pecado [PJM+JJK]

l i b e r t a ç ã o

"Você me disse que estava pronto
Para o grande salto
Eu seria o seu último amor eterno, você e eu
Isso foi o que você me disse
Estou desistindo de você
Estou perdoando tudo
Você me libertou
Envie meu amor para o seu novo amado
Trate-o melhor
Tenho que me libertar de todos os nossos fantasmas”
(Send My Love — Adele)

🍎

BUSAN - 15.12.1962

Jungkook acreditava que existia um limite para o que a mente humana poderia aguentar antes de enlouquecer por completo e o dele estava quase chegando, mas ele não fazia ideia de como sair daquilo.

Tudo parecia apenas piorar em uma velocidade apavorante, estava em um carro a toda velocidade e sem freios, apenas tentando decidir onde colidir.

Talvez ele precisasse começar do princípio.

Acertar as coisas onde ele havia feito mais estrago, começar tentando consertar alguém que ele tinha quebrado por ser tão confuso, alguém que nunca mereceu nada do que ele a fez passar.

E foi esse pensamento que o colocou em frente a própria casa.

Ele olhou a fachada que havia pintado meses antes, se lembrando de como Lisa ria enquanto ambos tentavam fazer a pintura ficar uniforme sem nenhum sucesso e sobre as piadas que faziam um com o outro.

Apesar de toda a ternura das memórias de seu casamento, não havia nenhum sentimento além do conforto. Lisa tornou a vida confortável para ele, e em troca, ele partiu seu coração.

Olhou na direção do jardim pequeno que ela cultivava em frente à casa vendo que as plantas já haviam se rendido ao frio do inverno. As cortinas estavam bem fechadas e tudo estava silencioso até demais.

Quando se mudou para aquela casa, acreditou que seria ali onde ele e Lisa teriam seus filhos e os criariam em um lar cheio de amor. Repetia para si mesmo como uma oração para que seus planos se concretizassem.

Pensou que amaria Lisa depois do casamento, pensou que amaria depois de comprarem uma casa nova, pensou que a amaria depois dos filhos. Sempre esperando um novo acontecimento extraordinário mudar o rumo de seus sentimentos, mas nada, jamais faria aquilo.

Tudo isso sempre tinha sido uma mentira, e agora que sua máscara havia caído, lhe restava apenas a tentativa de se explicar.

Ele olhou o carro de Taehyung na garagem e deu graças por saber que não estaria sozinho quando colocasse os pés dentro de casa e corresse o risco de ser atingido por algum objeto voador.

Ele buscou a chave no bolso da calça e subiu na varanda rapidamente. Encaixou na fechadura e abriu uma fresta da porta para espiar dentro da casa.

A primeira coisa que viu foi Taehyung jogado no sofá, aparentemente dormindo profundamente. Em seguida, seus olhos correram para as dezenas de caixas espalhadas na sala.