A Tempestade

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O sol brilhava intensamente sobre Eldoria, um vilarejo isolado e tranquilo no país de Stonebridge. Cercado por densas florestas e montanhas imponentes, Eldoria parecia intocado pelo tempo. Nas ruas calmas, Lúcia e Rafael caminhavam felizes. Grávida de oito meses e três semanas, Lúcia sorria ao lado do esposo. Rafael, um homem robusto de olhos e cabelos pretos, destacava-se pela beleza esbelta de seu rosto. Ele olhava para Lúcia com amor e admiração.

- Olhe, Rafael - disse Lúcia, tocando a barriga com ternura. - Sinto o bebê se movendo mais hoje.

Rafael sorriu e segurou a mão dela.

- Estou ansioso para conhecer nossa filha. Já pensou como ela será? Um pacotinho de alegria.

- Sim - respondeu Lúcia. - Quero que, sempre que olhar para ela, me lembre da felicidade que sinto por tê-la e por ter você.

Lúcia parou e pôs a mão no rosto de Rafael, olhando nos olhos dele com um sorriso radiante.

- Quero que ela tenha os teus olhos.

Rafael sorriu com ternura. De repente, o momento foi interrompido por um estrondo profundo e perturbador. O chão estremeceu, e uma fissura enorme se abriu no céu, como se a realidade estivesse se rasgando.

Do abismo surgiram monstros grotescos, com garras afiadas e olhos brilhando de fúria. Gritos de pessoas correndo desesperadas ecoavam pelas ruas. Os monstros atacavam todos que encontravam. Lúcia e Rafael ficaram paralisados por um momento de choque, mas Rafael rapidamente entrou em ação. Sua expressão mudou de alegria para determinação feroz.

- Fique atrás de mim, Lúcia! - ordenou ele, levantando as mãos para o céu. Palavras de um feitiço começaram a fluir de seus lábios, e uma aura brilhante se formou ao seu redor.

Os monstros avançaram, suas garras raspando o chão e seus rugidos enchendo o ar. Rafael criou um campo de força ao redor de Lúcia e do bebê, repelindo os ataques dos monstros. A batalha foi intensa, mas a magia de Rafael prevaleceu. Com um esforço final, ele selou a fissura no céu com um brilho intenso e uma explosão de energia.

Lúcia, protegida por uma barreira mágica, assistia com horror. À medida que Rafael se preparava para conjurar um feitiço final, seus olhares se encontraram. Lúcia percebeu o que ele estava prestes a fazer e, com lágrimas nos olhos, estendeu o braço em um gesto desesperado para alcançá-lo.

- Rafael! Não! - gritou ela, sua voz cheia de desespero, enquanto ele começava a se desvanecer.

O feitiço de Rafael envolveu Lúcia e o bebê em uma luz protetora. Num piscar de olhos, ela e o bebê foram teletransportados para um lugar desconhecido. Lúcia se encontrou no meio de uma calçada de uma cidade moderna, cercada por arranha-céus e veículos de alta tecnologia. Com o coração partido, ela viu a figura de Rafael se esvanecendo. A última imagem que teve dele foi a expressão de amor e determinação em seu rosto.

Enquanto o feitiço se completava, Rafael sorriu com tristeza e força.

- Eu te amo, Lúcia. Fique segura. Lembre-se de Akira e do quanto nossa filha será a luz de nossas vidas.

Então, ele desapareceu, deixando Lúcia em um lugar desconhecido. Com a certeza de que Rafael havia feito o impossível para protegê-los, ela caiu de joelhos, chorando, enquanto o novo cenário ao seu redor se tornava a sua nova realidade.

Lúcia limpou as lágrimas, ainda atordoada pela mudança repentina. Ela estava no meio de uma calçada movimentada, cercada por arranha-céus e veículos modernos. Sentindo-se desorientada, ela colocou a mão sobre a barriga e sussurrou para si mesma:

- Preciso ser forte por você, Akira.

Determinada, Lúcia se levantou e começou a caminhar. Pouco depois, encontrou um restaurante aconchegante. Entrou, sentou-se em uma mesa e olhou ao redor tentando descobrir onde ela estava. Seus olhos se fixaram em uma televisão pendurada na parede, onde uma notícia urgente estava sendo transmitida.

- Fenômeno misterioso em Eldoria. Toda a população foi dizimada sem deixar rastros. Ninguém sabe o que aconteceu e as investigações estão em andamento, mas ainda não há resultados.

Ao ouvir a notícia, Lúcia levantou-se tão depressa que tudo ao seu redor pareceu girar. O choque foi demais e ela desmaiou. A garçonete correu até ela, em pânico.

- Senhora! Senhora! - disse a garçonete, tentando acordá-la. - Por favor, chamem uma ambulância, ela está grávida!

Os murmúrios dos clientes ecoavam pelo restaurante.

- O que está acontecendo? - perguntou um.
- Quem é ela? - perguntou outro.
- Será que ela está bem? - especulou alguém do fundo.

A ambulância chegou rapidamente e Lúcia foi levada para o hospital. Lá, o ambiente era frenético, com médicos e enfermeiros correndo para estabilizá-la.

- Estamos perdendo ela! - gritou um dos médicos.
- Preparem a sala de parto! - ordenou outro.

O som das máquinas e dos médicos tentando salvar Lúcia e o bebê preenchia o ar. Após momentos de tensão, um som finalmente trouxe alívio: o choro de um bebê.

- Uááá! Uááá!

A pequena Akira tinha nascido, trazendo uma nova luz à vida de Lúcia, que agora enfrentaria novos desafios neste mundo desconhecido.

ENTRELAÇADOS: Amor E Paixão Onde histórias criam vida. Descubra agora