ENTRELAÇADOS: Amor E Paixão

Jogos de traição e coragem

— Piiiiiii. — O apito soou, marcando o início da partida entre as garotas, enquanto os garotos assistiam das arquibancadas, esperando sua vez. Akira foi a primeira a pegar a bola, lançando-a com força na tentativa de acertar uma jogadora adversária, mas o lance foi ineficaz. Do outro lado, Filomena e Evelyn trocaram olhares cúmplices, tramando algo. Elas se entreolharam, depois lançaram olhares furtivos para Akira e sorriram de forma maliciosa.

Evelyn pegou a bola e a lançou certeiramente, acertando uma das adversárias.

— Piiiii, estás fora! — gritou o professor.

A próxima a pegar a bola foi Filomena. Ela atirou com força em direção a Akira, que conseguiu se esquivar com agilidade. Não satisfeita, Evelyn pegou a bola de novo e lançou com ainda mais força, mas Akira desviou pela segunda vez. No entanto, a bola acertou uma das colegas de Akira no ombro, fazendo-a cair no chão com um gemido de dor.

— Você está bem? — perguntou Akira, ajoelhando-se ao lado da garota para ajudá-la.

Enquanto Akira estava distraída, Evelyn viu a oportunidade perfeita. Com um sorriso disfarçado, ela lançou a bola com toda sua força, mirando a cabeça de Akira. A tensão no ar ficou palpável.

— Akira, cuidado! — gritou Natalie, desesperada, mas era tarde demais para Akira reagir.

Tudo o que ela conseguiu fazer foi fechar os olhos, esperando o impacto inevitável.

— Você deveria tomar mais cuidado. — A voz grave e suave de Ethan surgiu de repente, enquanto ele segurava a bola a poucos centímetros do rosto de Akira.

Natalie correu até Akira, visivelmente aliviada.

— Akira! — exclamou ela, cheia de preocupação, enquanto o professor apitava novamente, encerrando o jogo. As arquibancadas explodiram em murmúrios.

— O que está acontecendo? — perguntou um aluno.

— Parece que a Evelyn tentou machucar a Akira — respondeu outro.

— Sim, e o Ethan pegou a bola a tempo! — disse um terceiro.

— Ethan? Isso não é típico dele — comentou um quarto aluno.

— Sim, isso é bem estranho. — murmurou outro.

— Será que tem algo rolando entre eles? — sugeriu alguém, intrigado.

— Só pode! — afirmou outro.

— Ele nunca se envolve nessas coisas, especialmente com garotas — comentou mais um.

— Já não basta as garotas da escola toda babarem por ele? — disse um, com a expressão de inveja.

— Ele deve preferir as nerds. Hahaha. — zombou outro.

— Sim, principalmente as novatas. Hahaha. — completou mais um.

Antes que as fofocas se intensificassem, Caleb se aproximou, visivelmente irritado.

— Ei, que tal parar de falar da vida dos outros e cuidar da própria? — disse ele, enquanto seguia Ethan, que já estava saindo da quadra.

Evelyn, furiosa por seu plano não ter dado certo e pela atenção que Akira estava recebendo, especialmente de Ethan, rapidamente adotou uma expressão de falsa preocupação e correu em direção a Akira, com Filomena logo atrás.

— Você está bem? — perguntou Evelyn, fingindo sinceridade.

— Tsk. — Ethan resmungou, largando a bola no chão antes de ir embora, sem olhar para trás. Caleb o seguiu, lançando um olhar de desdém para Filomena.

Filomena se aproximou de Akira com um sorriso arrogante.

— Você não se machucou, né? — perguntou ela, num falso tom de preocupação.

— Era isso que vocês queriam, não é? — retrucou Akira, sua voz carregada de indignação.

— Não fale assim. Era só um jogo. — respondeu Evelyn, com uma falsa inocência.

Natalie, irritada, avançou.

— Ah, é? Então vem cá que eu te mostro o que é jogar de verdade! — desafiou Natalie, encarando Filomena com os olhos brilhando de raiva.

Filomena riu com desprezo.

— O que você vai fazer?

— Olha só, Fiona, minha paciência já está no limite com as suas brincadeiras. — Natalie se aproximou, furiosa.

— Fiona? Está me chamando de ogra? — gritou Filomena, levantando a mão para atacar Natalie.

— Nem pense nisso! — rebateu Natalie, com firmeza. — Eu posso ser pior que um tigre quando alguém passa dos limites comigo. Se alguma de vocês aprontar com a Akira de novo, eu...

— Você o quê? — interrompeu Evelyn, provocativa.

Antes que a situação escalasse ainda mais, o apito soou novamente: "Piiiiii!"

— Meninas, voltem ao jogo! — ordenou o professor, impaciente.

Relutantes, elas voltaram às suas posições. O jogo continuou sem mais incidentes até o final, e logo todos se dispersaram para se trocar. O sino da próxima aula já estava prestes a tocar.

Enquanto caminhava ao lado de Akira, Natalie, ainda preocupada, perguntou:

— Ei, você está bem?

— Sim, estou — respondeu Akira, meio hesitante.

— Tem certeza? — Natalie insistiu, franzindo a testa.

Akira suspirou.

— Vou à enfermaria. — disse ela, percebendo o olhar de preocupação de Natalie. — Foi só um arranhão, não se preocupe. Está tudo bem.

— Quer que eu vá com você?

— Não, eu vou sozinha. A aula vai começar em breve. Não quero te atrasar.

O sino soou, e Natalie observou Akira se afastar, antes de correr em direção à sala de aula.