Encurraladas

19 4 5
                                    

Quando entraram na sala de aula, cada uma foi para o seu lugar enquanto o professor se aproximava. Akira tentou se concentrar, mas não conseguia deixar de se perguntar por que Evelyn não queria que as pessoas soubessem que ela havia tomado o ônibus naquela manhã.

O sinal tocou, e Akira estava se levantando para sair da sala junto com Natalie, enquanto os outros alunos se dirigiam para a cantina. Tudo parecia normal até que as duas foram paradas por Evelyn, que bloqueava a porta com Sofia e Filomena ao seu lado.

— Não te armes em Cinderela! — disse Evelyn com um tom sarcástico, cruzando os braços e olhando para Akira de cima a baixo.

Akira, sem entender bem o motivo da provocação, tentou ignorar, mas Evelyn continuou:

— Não vou deixar barato o que aconteceu mais cedo.

Sofia, sempre pronta para apoiar Evelyn, acrescentou:

— É, mexeu com uma, mexeu com todas! — disse ela, tentando soar ameaçadora.

Filomena deu um passo à frente, inclinando-se para Akira e falando em tom baixo, mas intimidante:

— Aqui, quem manda somos nós. Se quiser sobreviver, tem que seguir nossas regras. — Ela terminou com um peteleco na testa de Akira.

Natalie, que assistia à cena, ficou furiosa e avançou na direção de Filomena:

— Sua... — começou Natalie, mas Akira rapidamente segurou a mão da amiga, tentando mantê-la calma.

— O que você quer comigo? — perguntou Akira, tentando manter a compostura apesar do desconforto. Ela respirou fundo e falou de forma tranquila. — Desculpa, mas você está bloqueando nossa passagem.

Filomena riu de forma provocadora.

— Ah, é? E se eu não sair?

— E o que vai fazer? — provocou Evelyn com um sorriso malicioso antes de empurrar Akira, que caiu no chão.

Natalie correu para ajudar a amiga a se levantar, com os olhos cheios de raiva enquanto encarava Evelyn:

— O que você pensa que está fazendo? — gritou Natalie, tentando ir para cima de Evelyn, mas Sofia e Filomena a seguraram.

— Soltem a minha amiga! — exigiu Akira, já de pé, tentando manter a voz firme.

Sofia apenas riu:

— Olhem só, a esquisita ficou brava.

Evelyn e Filomena se juntaram a ela, rindo de forma cruel.

— Já disse e vou repetir: quem manda aqui somos nós. — afirmou Filomena com arrogância.

Natalie conseguiu se soltar das duas e, com os punhos cerrados, encarou Filomena:

— Você se acha só porque é filha do diretor, né? E vocês duas só sabem seguir ela como cachorrinhos — disse Natalie, cheia de desprezo.

Filomena sorriu friamente:

— Ah, que irritante você é. Agora você também está na nossa lista negra. E você, nerd, fica longe de nós se não quiser virar nosso próximo... como é que se diz? Alvo de pancadas! — disse Filomena, com um ar de confusão.

Sofia rapidamente a corrigiu:

— Não queres dizer "nosso próximo alvo"?

— Ah, isso mesmo. Vocês entenderam. — respondeu Filomena, tentando manter a pose.

— Ah, elas entenderam. Se não, eu farei com que entendam — respondeu Evelyn.

— Ah, sim?! O que vai fazer? — retrucou Natalie, toda enfurecida.

Mas as três saíram rindo e lançando olhares de desprezo para Akira e Natalie.

Akira olhou para Natalie com um misto de culpa e preocupação.

— Mas que raiva. Elas ficam se achando as deusas da escola. Isso é tão irritante...

— Desculpa, amiga — disse Akira, segurando a mão da amiga com os olhos cheios de culpa. — Por minha causa, você também vai ser atormentada.

Natalie sorriu, tentando tranquilizar Akira:

— Não se preocupa. Quem muito fala, pouco faz. E além disso, estou feliz por ter uma amiga como você.

Akira retribuiu o sorriso, sentindo um conforto inesperado em meio ao caos que parecia cercá-las.

— Obrigada.

— Imagina, é para isso que servem as amigas. — Natalie abraçou Akira, e juntas foram para a cantina.

ENTRELAÇADOS: Amor E Paixão Onde histórias criam vida. Descubra agora