O peso do segredo

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Enquanto isso, Evelyn se afastou com Sofia e Filomena, o rosto carregado de uma mistura de raiva e preocupação.

- Sofia:Meninas, vocês não estão com fome? Podemos ir a uma cafeteria aqui perto.

- Evelyn:Não é proibido sair da escola antes do horário ou sem autorização?

- Filomena:Claro! Mas o papai não vai se importar se eu disser que a comida da cantina me faz mal. E além do mais, vamos usar a saída traseira. Ninguém vai nos ver.

- Sofia: É verdade, ninguém usa essa saída além do diretor. Então, vamos? - disse ela com um sorriso entusiasmado.

- Evelyn:Ah, podem ir vocês. Acho que esqueci algo na sala.

- Sofia:Você não acha que a Evelyn está estranha? - sussurrou para Filomena enquanto se dirigiam para a saída.

- Filomena: Sim, parece que ela está escondendo alguma coisa.

- Sofia: E ela parecia muito irritada com a "quatro olhos" .

- Filomena: Verdade. Achei exagerado ela ficar tão chateada só porque derramaram um batido no carro dela. Enfim, vamos antes que o intervalo acabe.

- Sofia: Vamos sim.

Evelyn ouviu tudo o que elas disseram. Sentou-se em um banco vazio na área externa da escola, a mente repleta de pensamentos agitados. O incidente no ônibus e o fato de suas amigas estarem desconfiadas a atormentavam. Ela não conseguia parar de pensar nas possíveis consequências.

- O que eu faço agora? - murmurou Evelyn para si mesma, olhando para o chão. - Não posso deixar que ninguém descubra a verdade. Preciso fazer com que elas acreditem em outra coisa, tenho que inventar algo. Se elas souberem que não sou o que aparento, o que vão pensar de mim? Meu status social, minha imagem... tudo pode desmoronar, e minha vida junto.

Ela tentava imaginar o pior cenário possível.

- E se alguém descobrir? E se a verdade se espalhar? O que farei então? - O medo a consumia. - Preciso manter essa fachada a todo custo. Não posso permitir que minha verdadeira situação seja revelada.

- Minha vida... vai acabar se isso acontecer - dizia com voz trêmula e desesperada.

Cada pensamento era uma batalha. O segredo não era apenas sobre status; era uma questão de identidade. O medo de ver sua imagem pública desmoronar era opressivo. Evelyn sentia-se angustiada e determinada.

- Cada olhar, cada boato, pode ser uma ameaça. Tenho que me assegurar de que meu segredo não seja revelado. Não vou deixar que nada nem ninguém estrague minha vida. Farei o que for preciso - murmurou com um tom resoluto e ameaçador.

O suspense e a tensão eram palpáveis em seus pensamentos, enquanto ponderava sobre o que estava disposta a fazer para proteger sua fachada e evitar que sua verdade fosse descoberta.

E foi assim que o dia terminou.

Cortinas ainda fechadas mal deixavam a luz do sol entrar. O silêncio era quebrado apenas pela suave respiração do jovem que dormia profundamente, deitado apenas com a parte de baixo do pijama, exibindo seu corpo malhado e perfeito. Do lado de fora, o ronco distante dos motores  já começava a soar, mas Ethan parecia alheio ao movimento.

De repente, a porta do quarto se abriu suavemente, e Elena, entrou com passos firmes e uma expressão carinhosa no rosto com um sorriso sereno que sempre transmitia uma sensação de paz. Com paciência, ela se aproximou da cama, observando Ethan por um instante, antes de suavemente tocá-lo no ombro.

-Elena: Ethan, querido, está na hora de levantar.

ENTRELAÇADOS: Amor E Paixão Onde histórias criam vida. Descubra agora