Na manhã seguinte, enquanto um Potter paralisado assustava seus colegas de dormitório, um Malfoy xingava Deus e o mundo.
Somente após tomar seu tranquilo banho o veela realmente acordou e percebeu o que tinha acontecido na noite anterior.
Continuava praguejando conforme se lembrava.
- Puta que pariu, ponte que se partiu, mil caralhos de asa, Potter, que porra?
Enquanto falava sua mente trabalhava para entender todas as camadas do que aconteceu no dia anterior: o momento atemporal, o arrepio, a magia, a sinceridade fácil, o conforto..
Numa situação normal ele não confiaria facilmente em ninguém que tentasse o ajudar num momento frágil como aquele, muito menos seria tão receptivo ou sincero.
Merlin, aquela conversa parecia vinda diretamente de um universo utópico ou de um sonho muito louco. Mas a essa altura seria muita ingenuidade tentar se convencer de que foi só um sonho, alguma coisa o fazia ter certeza de que não era, talvez o conhecimento de que não possuía tanta imaginação assim.
Agora Draco tinha que garantir que aquilo não fosse além do conhecimento dos dois.
O sonserino seria capaz de sumir com o corpo do Potter caso este resolvesse não colaborar.Depois e somente depois, ele buscaria respostas para suas perguntas.
No dormitório masculino da torre da Grifinória, Harry acordou em um pulo e congelou-se até a alma ao recordar a noite anterior.
Quão estúpido ele havia sido?
Era Draco Malfoy ali e ele se entregou de bandeja ao loiro.
Sim, o sonserino precisou de ajuda e como bom grifinório e pessoa descente ele ajudou, mas quão estranho ele agiu ao se arrepiar e ser tão sincero, bobo e apaixonado ontem?O que faria quando fosse exposto para toda a Sonserina? Como alguém não perceberia seus sentimentos por Malfoy após qualquer palavra sua dita na noite anterior ser espalhada por toda Hogwarts?
Enquanto se desesperava com as possibilidades Harry não percebia que repetia o mesmo palavrão sem parar e assustava seus companheiros, que ao acordarem ou voltarem ao quarto o viam parado ao lado da cama branco como um fantasma com os olhos vidrados fixos em lugar nenhum.
Após receber uma almofada no meio da cara o moreno voltou a si.
– Cara o que você tem? - perguntou Ron
– Pesadelo, tive um pesadelo.
– Já passou mano - diz Dean arrumando a cama de Seamus que estava no banho.
– É, passou - o garoto estremece ao pensar que a única coisa que estava passando era sua dignidade bem longe dali e sua alma desta pra melhor.
O moreno conseguiu driblar a companhia dos amigos na ida até o café da manhã alegando que tinha que ir em outro lugar mas sua real intenção era fugir pelo máximo de tempo possível.
E ele até fugiu da torre mas não foi muito longe antes de ser pego pela gravata por um baixinho bastante irritado e ser empurrado em uma sala de aula.
O loiro não tinha raiva do grifinório mas mesmo que dissesse isso, sua postura assustadora não passaria nenhuma credibilidade. Sua aura aterrorizante nada mais era do que pavor convertido em raiva e obstinação.
Colocando o garoto de ouro contra a parede o veela dita a ameaça ensaiada.
– Potter se você abrir a boca para dizer uma palavra sobre o que aconteceu ontem a noite, eu juro que amaldiçoo você até não restarem nem seus átomos entendeu?
Mas mesmo Harry ouvindo perfeitamente as palavras do sonserino e não duvidando da ameaça feita, ele não conseguia se focar em responder ou sentir medo, olhando naquele mar de prata todos os seus sentidos estavam concentrados em lidar com a proximidade do platinado.
– Entendeu Potter? - perguntou mais uma vez, irritando-se com o silêncio do outro.
– i just wanna be yours - foi a única resposta que escapou dos lábios do grifinório.
( eu só quero ser seu )
Ao ouvir a frase dita, as pupilas do veela dilataram-se espelhando as do moreno e seu aperto na grava suavizou. A euforia foi instantânea e substituiu qualquer preocupação.
Para Draco aquela frase foi a melhor que poderia desejar escutar e para Harry, a visão das pupilas dilatadas e o sorriso surgindo no rosto do platinado sempre seria a melhor imagem já vista em toda sua vida.
A devoção nos olhos verdes era nítida e satisfazia até a parte mais profunda da alma do loiro.
Ambos teriam permanecido perdidos na necessidade de se aproximar um do outro, por tempo indefinido, se não tivessem escutado o som de passos dos alunos no corredor seguindo para suas aulas.
Tão rapidamente quanto entrou, Draco lançou um feitiço sobre si mesmo e saiu da sala de aula, Harry ainda sentia seu delicioso perfume presente e seria completamente capaz de encontrá-lo outra vez somente o seguindo, independente de qualquer disfarçe.
Enquanto voltava ao controle de si o garoto rapidamente saiu da sala tentando seguir o rumo do seu dia sem se amaldiçoar no processo. Como ele conseguiu piorar sua situação?!
Acenando negativamente, o garoto lembrou-se que ao menos, Draco não parecia mais inclinado que ele próprio a compartilhar o que aconteceu na noite anterior e esperançosamente o recente acontecido.
Estava combinado que o grupinho Esmeralda se reuniria aquela noite após o jantar, na sala precisa.
Depois de passar as refeições e aulas fugindo, Draco escolheu chegar por último no local do encontro para lidar com a reação do restante dos seus amigos de uma vez e assim explicar tudo para os três.
O que ele não esperava era ser recepcionado ao som de "A nova loira do tchan", todos os seus amigos cantando e com direito a tapete vermelho e holofotes em sua direção."Luz na passarela que lá vem ela ×2
A nova loira do tchan
É linda deixa ela entrar ×2
É lindaaa"O veela não sabia se ria ou se chorava mas antes que pudesse decidir como reagir, foi abraçado por todo o grupo.
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O sly é um Veela |Drarry|
FanfictionDepois de uma longa aventura em seu terceiro ano, Harry Potter teve a chance de ter o mais perto de uma adolescência normal que um Potter pode ter vivendo com Sirius e Remus, o que significa pouquíssima normalidade. Já o príncipe da sonserina, em se...