Esta sou eu - Rabia

Capítulo 16 - Encontros para brincar de adultos

~ Rafa~

Uma vez de volta ao apartamento, eu cuidadosamente peguei Mag de Bianca novamente. "Deixe-me apenas colocá-la na cama e então eu trarei alguns cobertores e outras coisas para você, ok?"

Bianca assentiu e eu levei uma Mag nocauteada para o seu quarto, colocando-a cuidadosamente na cama e a trocando para o seu pijama, enquanto travava uma batalha de proporções bíblicas com meus nervos e minha mente.

Jesus, Maria e José, o que eu tinha acabado de fazer? Bianca dormiria na minha casa! A mulher que eu tinha beijado apenas algumas horas mais cedo dormiria a poucos metros da minha cama esta noite. A mulher por quem eu sentia uma atração indescritível em tantos níveis diferentes que eu não tinha sequer identificado todos elas ainda, estaria bem ao meu alcance por horas e horas esta noite, enquanto a cidade dormia, com ninguém observando. Apenas ela e eu e uma menininha dormindo. Sozinhas. Em uma noite escura e tempestuosa.

Porcaria, no que eu tinha me metido?

A pequena lâmpada que nós deixamos acesa lançava um brilho fraco na sala de estar, emitindo apenas luz suficiente para que eu pudesse ver o perfil de Bianca contra o sofá, sua cabeça abaixada, seu corpo inclinado para frente, seus braços descansando em seus joelhos com as mãos cruzadas juntas, como se estivesse em uma profunda reflexão. Ela havia tirado seu blazer, e a visão dela sentada em silêncio era o suficiente para tirar meu fôlego. Ela se assustou quando me ouviu aproximando-me e olhou para cima, sua expressão tensa. Tão calmamente quanto possível, eu fui até ela.

"Aqui está." Eu disse, colocando os cobertores do armário e meu travesseiro reserva em seus braços, sorrindo para ela como se esse arranjo de pernoite fosse a coisa mais blasé do mundo.

Ela seca. "Obrigada." Ela murmurou.

"Claro." Eu disse me sentei do outro lado do sofá. Meus olhos involuntariamente viajaram seu corpo. Bianca percebeu. "Oh, uh, o blazer estava meio molhado de novo e eu a pendurei no resfriador..."

"Não, não, está tudo bem." Eu a tranquilizei rapidamente. "Por favor, fique à vontade. Quero dizer, tão confortável quanto você possa, eu acho, você quer um pijama?" Eu acrescentei imediatamente, rindo nervosamente.

"Não, isso está bem." Ela disse, segurando os cobertores em suas mãos. "Isso será simplesmente perfeito, na verdade." Eu pensei tê-la visto rapidamente cheirar o travesseiro antes de colocá-lo para o lado juntamente com o cobertor.

Eu balancei a cabeça mais uma vez, desviando o olhar dela para não ser tentada de novo. O que eu deveria fazer agora? Eu deveria me levantar e ir embora, deixá-la dormir?

Nós duas falamos ao mesmo tempo. "Você quer um café ou..."

"Eu estava olhando para as suas fotos..."

Nós rimos juntas. Bianca colocou os cobertores de lado e ergueu uma mão em um movimento para eu ir primeiro. "Você quer um café, ou um chocolate quente, ou algo assim? Ou, uhm, se você quiser dormir está tudo bem também-"

"Não! Eu quero dizer, chocolate quente soa ótimo, obrigada".

"Tudo bem." Eu disse, levantando-me rapidamente e indo em direção à cozinha, grata por ter algo para fazer.

Eu me movi rapidamente, pegando o leite da geladeira e despejando o suficiente para duas xícaras em uma pequena panela. A chuva insistente lá fora batia fortemente contra a pequena janela da cozinha, lembrando-me por que eu estava aqui fazendo duas xícaras de chocolate quente, ao invés de uma. Borboletas dançavam ansiosamente no meu estômago enquanto eu esperava o leite aquecer. Um raio de luz ao longe iluminou o apartamento e, quatro segundos depois, o estrondo de um trovão ecoou nas paredes, assustando-me e fazendo-me saltar. Meus nervos estavam definitivamente na borda.