Capítulo 33 - Mas você não pode escapar...

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~Bianca~

O tique-taque do relógio de pêndulo escuro no canto estava me deixando louca. Por todo o seu ruído, os ponteiros do relógio se moviam insuportavelmente lentos esta tarde, como se oprimidas por uma força invisível. Olhei para cima do meu laptop de novo, esfregando meu olho direito com a palma da minha mão, e gemi quando percebi que apenas três minutos haviam se passado desde que olhei para cima. Eu estava ansiosa para que o dia já acabasse para que eu pudesse levar Rafaella para casa, pegar Mag e nos prepararmos para o fim de semana de férias.

Durante as últimas 24 horas, mais ou menos, porém, minha ansiedade tinha assumido uma forma diferente, a de antecipação nervosa. Não importava o que acontecesse, Rafa e eu teríamos uma longa conversa atrasada neste fim de semana. E, independentemente do quanto ela ficasse chateada, ou decepcionada, comigo após essa conversa, eu pediria para ela se casar comigo em algum momento neste fim de semana.

Porque, foda-se, eu não poderia viver sem ela ou Mag, e eu não fingiria que eu podia. E não importava o quanto ela ficasse chateada comigo, isso não mudaria.

Distraidamente, conferi minha bolsa, vendo a pequena caixa de veludo preto guardada cuidadosamente. Minha boca puxou para cima em um canto.

"Ela dirá que sim, Bianca. Eu sei que ela dirá".

As garantias de Luiza de que a minha proposta seria bem recebida ecoaram na minha cabeça, seus olhos chocolates tão certos e confiantes como sempre eram quando ela dava uma das suas previsões. Eu me agarrei a sua convicção, colocando toda a minha fé em sua habilidade estranha e um pouco esquisita para prever situações e resultados, e tentei deixar isso abafar a sensação desagradável na boca do meu estômago, a sensação de que eu estava perdendo algo, algo grande.

Quando meu celular tocou, eu estava menos surpresa do que deveria para ver se era Demetri.

"Sra. Andrade," - a voz de Demetri era tão fria como sempre, mas havia algo de diferente nela também - "Eu tenho um presente de Natal antecipado para você".

"Você o encontrou." Prendi minha respiração enquanto esperava pela sua confirmação.

"Eu o encontrei." Demetri respondeu confiante. Recostei-me contra a minha cadeira e soltei um suspiro longo e profundo.

"Ele está hospedado no Hotel Denali da Times Square. Fez o check-in ontem".

"Ele está lá agora?" Eu perguntei. Ao mesmo tempo, eu me levantei e peguei meu blaser no encosto da minha cadeira.

Eu não tinha certeza para o que eu estava indo, ou o que diabos eu estava pensando em fazer uma vez que chegasse lá, mas eu iria, e eu não sairia sem algumas respostas, como, o que diabos ele estava fazendo em Nova York e sobre o que eram todos aqueles números no papel que Demetri tinha encontrado.

"Não, ele não está aqui agora, Sra. Andrade".

Belisquei a ponte do meu nariz com a mão livre.

"Mas ele voltará. Falei com a moça do balcão da recepção e ela me disse que ele não deve fazer o check-out até amanhã de manhã. E, embora a faxineira não concordasse em deixar-me dar uma olhada lá dentro, ela confirma que todas as roupas e pertences do Sr. Matthaus ainda estão em seu quarto. Eu ainda estou trabalhando nela, porém, e estou bastante confiante de que ela me deixará dar uma olhada antes que ele faça o check-out".

Eu pesei minhas opções no espaço de três segundos.

Um: esperar aqui por Demetri me ligar de volta uma vez que Rodolffo aparecesse e arriscar que ele desaparecesse novamente antes que eu pudesse chegar lá.

Esta sou eu - RabiaOnde histórias criam vida. Descubra agora