Esta sou eu - Rabia

Capítulo 21 - A briga

Alerta, drama pesado abaixo!

~Bianca~

"Bilanca, por que os tês ulsos não queliam compatilar com a Cachinhos Doulados? Mamãe diz  que você deve compatilar".

Mag estava deitada contra seu travesseiro apoiado em sua pequena cama, enfiada calorosamente sob seus cobertores enquanto eu estava sentada em sua cama, um grande livro azul de contos de fadas no meu colo. Eu tinha acabado de ler sua história de hoje à noite, Cachinhos Dourados, que tinha sido precedida por uma partida de Banco Imobiliário Princesa antes disso.

Ouvi os sons vindo do quarto do outro lado do corredor, onde a Rafa embalava sua mala para sua viagem a Washington. As gavetas abriam e fechavam com mais força do que o habitual, os cabides batiam uns contra os outros enquanto eram puxados para baixo com insistência. As dobradiças do armário do banheiro reclamaram quando foram abertas com raiva, frascos caindo ao acaso e sendo empurrados de volta para dentro.

Desde que tínhamos chegado em casa da beira do rio, Rafa falava comigo suavemente, uniformemente, sem qualquer sinal externo de estar chateada. Quando ela olhava para mim, era com um sorriso, aquele mesmo sorriso enlouquecedor que eu tinha recebido depois que ela recusou as passagens aéreas, aquele mesmo sorriso que ela me deu no quintal da casa dos meus pais na outra noite, sob as estrelas, o mesmo que ela tinha estampado em seu rosto quando eu a peguei depois que ela saiu sozinha pela beira do rio. Um sorriso que eu estava começando a suspeitar que era uma represa que ela usava para segurar o que ela realmente estava pensando e sentindo.

Tanto quanto eu a amava, eu estava começando a ter um problema real com aquele sorriso.

Mas agora, com todas as batidas e arremessos acontecendo em seu quarto, eu tinha a sensação de que o que quer que o sorriso estivesse escondendo, estava começando a vazar. Ela estava perdendo a luta com ela mesma, e assim que eu colocasse Mag na cama para dormir, nós conversaríamos sobre o que diabos estava acontecendo, mesmo se eu tivesse que amarrá-la para fazer isso. Ela me deixaria em dois dias e eu seria amaldiçoada se eu a deixasse partir com o que quer que a estivesse incomodando ainda entre nós duas. Seria difícil o bastante estar sem ela e Mag, imaginando o que seu pai e Daniel diriam a ela uma vez que ela contasse a eles sobre nós.

Eu voltei meus pensamentos para a princesa diante de mim, esperando pacientemente pela minha resposta.

Deus, eu desejava que esses contos de fadas viessem com algum tipo de manual de instruções. Obviamente, deveria haver uma lição em algum lugar, que era o ponto de todas essas histórias. Mas como diabos eu deveria saber o que era?

"Eu acho que..." Eu disse lentamente, medindo minhas palavras e pensando nelas enquanto eu falava, "Os ursos simplesmente não sentiam que era justo que eles passassem a dificuldade de grelhar os bifes até que eles fossem do seu agrado-"

Na minha versão da história, os ursos estavam, cada um, comendo um filé de meio quilo. Quero dizer, o que diabos era mingau, de qualquer maneira, e quem em sã consciência quereria comer isso, não importa o quanto eles fodidamente estivessem com fome? E Cachinhos Dourados soava como uma garotinha exigente que não tocaria nessa merda com uma vara de 20 cm de comprimento.

"- e, quebrando as cadeiras e camas até que elas ficassem boas e confortáveis, e então aparece esta garota do nada, e só porque ela tem essa cabeça cheia de cabelos dourados, ela parece pensar que pode simplesmente entrar no lugar e agir como se ela o possuísse".

Mag ficou pensativa por um momento.

"Você quer dizer como quando Matthew estagou o meu lindo anzo de neve hoje, depois que eu fiz ele tão lindo?" Ela era tão fodidamente inteligente, esta criança. Eu senti uma onda de orgulho com a rapidez com que ela entendeu. "Exatamente como isso." Eu disse, batendo o seu nariz de querubim com meu dedo indicador.