Capítulo 3

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Atena

Acordei sozinha no meio da madrugada, tentei exergar algo dentre aquele quarto escuro, liguei a luminária ao meu lado e tentei relembrar o que aconteceu na noite passada, para eu estar aqui.

Só lembro de estar na sala com o Draken assistindo um filme e... Puta merda, o Draken!

Me levantei da cama rápido, saindo do quarto as pressas, mas tomando cuidado com o barulho, para não acordar ninguém. Desci as escadas e me encontrei no breu novamente.

Acendi as luzes da sala e da cozinha, não encontrando ninguém, ele me deixou na cama e foi embora... Me xinguei mentalmente por dormir tão fácil.

Aproveitei que estava aqui em baixo e decidi tomar um copo de água, e por os pensamentos no lugar.

Coloquei o copo no Filtro, o único barulho pela casa era da água sendo derramada no copo, enquanto eu viajava na minha cabeça.

Me lembrando daquele beijo... aquele maldito beijo... Não era maldito por ser ruim, era maldito por eu ter cedido aquilo, o que me martevala era, o porque eu aceitei? por que eu que insisti para que fizesse aquilo?

Somos só amigos, sempre fomos, só amigos... Mas sentimentos são incontroláveis não? o coração é incontrolável. Não entrava na minha cabeça que eu gosto do Draken, eu não podia estragar uma amizade de anos por conta de um sentimento idiota, de uma vontade idiota.

Tudo bem eu agi naturalmente com ele, como se aquele beijo não fosse nada, mas porra minha mente tava a mil, sua boca era como um doce viciante, no qual você sempre vai querer mais, e acho que quero de novo...

Meus pensamentos foram interrompidos quando lembrei da água, bem tarde de mais, ja tinha transbordado do copo, e vazado pela pia toda.

Desliguei o Filtro retirando o copo dali logo virando o copo deixando a água hidratar minha garganta seca.

Me apoiei no balcão, respirando fundo, como seria nossa relação depois disso?

— Acordada a essa hora? — Questionou Kyoko aparecendo na cozinha me dando um susto, só não gritei por que percebi que era ela.

— Por Deus mulher... Não me assusta mais assim. — Repreendi recebendo uma risada um pouco alta como resposta.

— Me desculpe — Falou recuperando o ar após sua risada — Parece um pouco avoada, o que te atormenta? — Encarei seus olhos escuros, e senti um nó na garganta e uma pontada no peito, toda aquela confusão me deixava maluca.

Fiquei em silêncio por um tempo, não sabendo ainda como falar, e se deveria falar, porem quando Kyoko se aproximou ficando ao meu lado, lembrei que ela é a mulher na qual eu mais confio.

— Posso te fazer uma pergunta? —  A mais velha acenou com a cabeça — Como que você percebeu, que amava meu irmão? — Perguntei, ela desviou o olhar pensativa.

— Bem... eu demorei pra entender o sentimento de amor... — Começou buscando a palavras certas para explicar tudo — No começo a única coisa que eu sentia pelo seu irmão era ódio, a vontade de manter distância e repugnar seu nome e sua figura. Mas fui obrigada a conviver com ele, afinal antes de mim, Kai namorava minha irmã. — Contou fazendo uma pequena expressão de nojo ao relembrar desse fato.

— Aos poucos fui percebendo que ele não era tão ruim, como minha mente me fazia acreditar, então comecei a ceder as suas tentativas de comunicação. Sempre sendo curta, mas ao menos educada. —  Continuou e parou por um momento se certificando de que eu prestava atenção — E sem perceber, eu estava até que criando um afeto por ele, não aceitei de início, mas o estrago ja tava feito, eu cedi a aceita-lo como amigo. Ate ver que ele realmente era melhor do que podia se imaginar. Quando seu irmão terminou com minha irmã, eu não fiquei incomodada, parte de mim parecia comemorar internamente... -— Cortei sua fala por um momento.

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