Cap 60

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“A lágrima que mais dói não é aquela que cai do rosto, mas a que inunda o coração e transborda até a sua alma.”

Christopher Von Uckerman

Minhas pernas estão trêmulas e eu mal consigo ficar de pé, Dona Blanca caminha ao meu encontro e o seu semblante me traz preocupação.
Me apoio em seu ombro para chegarmos a cadeira mais próxima e me sentar.

— Christopher, o que aconteceu ? Porque Dulce estava com seu pai ? — Seus olhos estão inchados de tanto chorar

— Como ela está ? Porque a senhora está aqui na recepção e não com ela ? — Me preocupo

— Ela está no centro cirúrgico, não sei a gravidade da situação, quando cheguei aqui seu pai já tinha saído e os médicos estavam com ela na UTI, não pude entrar para vê-la, nem sequer sei em que estado chegou — Às lágrimas escorrem pelo seu rosto, partindo meu coração em pedaços

— Eu sinto muito por isso ! Sei que devo uma explicação a senhora, saiba que lhe contarei tudo, mas nesse momento meu único foco é a Dulce, não consigo pensar em mais nada que não seja ela — Afirmo, enquanto seguro suas mãos

— Tudo bem, mas eu preciso entender uma coisa nesse momento: Porque a Dulce estava com você, se não estão mais juntos ? — Pergunta, ao enxugar as lágrimas

— Porque a gente se ama, o meu namoro com a Carol é falso, Dulce sabe disso. O restante da história te conto em outro momento, pode ser ?

— Ok. Só espero não me decepcionar com você Christopher! — Diz, chateada

— Eu amo a sua filha, sempre amei e para sempre vou ama-la ! — Declaro com os olhos cheios de lágrimas

— Como está sua recuperação? — Pergunta, depois de um longo suspiro

— Quase no fim ! Espero voltar para minha casa na semana que vem — Aviso

— Que bom — Ela esboça um meio sorriso

                             ∆∆∆∆∆∆∆∆∆∆∆

Duas horas se passaram desde que cheguei ao hospital, minha mãe ligou pedindo por notícias, mas até agora não tenho nada para dizer a ela. Carol mandou mensagem perguntando se poderia vir me fazer companhia, não achei viável e disse isso a ela, enfatizei que ligaria para lhe dar notícias assim que a cirurgia chegasse ao fim.

Uma agonia sem fim, esperar e esperar por alguém que venha nos informar sobre o estado de Dulce.
Dona Blanca está impaciente, anda de um lado para outro, recebe uma ligação de Paco e assim como eu, não tem notícias para dar a ele.

— Mapi está com ele ? — Pergunto, ao notar que ela encerrou a ligação

— Sim. Não tive escolha, hoje é a folga da babá e eu só pensei nele quando seu pai me ligou avisando sobre o “acidente” — Ela diz, tentando se justificar, pois sabe que Dulce não ficaria feliz em saber que Mapi ficou com o pai

— Ele é o pai dela, independente de qualquer coisa! — Tranquilizo seu coração

— Só quero a minha filha bem Christopher — Desabafa

— Eu sei e também estou rezando por isso — Confesso, preocupado com a demora da cirurgia

Poucos minutos depois, um dos médicos se aproxima para falar conosco.

— A senhora é a mãe da paciente Dulce Maria Savinon? — Se dirige a Dona Blanca

— Sim, eu mesma. Como está minha filha, Doutor ? — Se aflige por notícias

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